A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade como doença de saúde pública. Nos
Estados Unidos, mais de 50% da população é obesa; no Brasil este nível chega a alcançar 35%. Vida sedentária,
alimentação incorreta e predisposição genética levam à obesidade e quando o índice de massa corporal (peso em
kg/altura em m2
) é maior que 30, tem-se maior incidência de fatores comórbidos como hipertensão arterial,
dislipidemia, hiperinsulinemia, diabetes melito tipo 2 e resistência insulínica. Todos estes fatores atuam
sinergicamente predispondo às doenças cardiovasculares e coronarianas. A gordura depositada no abdome é
metabolicamente muito ativa, está constantemente transformando-se em ácidos graxos livres transportados
diretamente via circulação portal para o fígado, onde são transformados principalmente em triacil glicerol,
VLDL e LDL, propiciando o desenvolvimento de aterosclerose. Na presença de ácidos graxos livres aumentados, menos insulina é removida da circulação. Altos níveis
de ácidos graxos livres provenientes da gordura visceral alcançam o fígado através da circulação portal e
estimula a síntese de VLDL pelos hepatócitos. Esta elevação de VLDL pode diminuir o HDL por aumentar a
troca de colesterol da HDL para VLDL por ação de enzimas. O tecido adiposo pode sintetizar citocinas como
TNF-α e IL-6. Portanto a própria obesidade promove o processo inflamatório e potencia a aterogênese
independente dos efeitos na resistência à insulina ou nas lipoproteínas. O evento inicial da aterosclerose é o acúmulo de LDL na matriz subendotelial. O acúmulo é maior
quando os níveis de LDL circulante são maiores, e o transporte e a retenção de LDL estão aumentados em locais
predispostos à formação da lesão. Quando as partículas de LDL ficam aprisionadas na artéria, elas podem sofrer
oxidação progressiva e serem captadas por macrófagos, por intermédio de receptores removedores presentes na
superfície dessas células. Isto leva à formação de peróxidos de lipídeos e facilita o acúmulo de ésteres de
colesterol, resultando na formação de células espumosas.
A aterosclerose pode levar ao entupimento do vaso sanguíneo. Assim, se as artérias acometidas são as
que levam sangue para o cérebro, a pessoa poderá sofrer um acidente vascular cerebral (derrame); ou se são
aquelas que levam sangue para as pernas, ela sentirá dor ao caminhar (claudicação intermitente), podendo
chegar até à gangrena; no caso de obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue ao coração), o
sintoma será dor no peito (angina), ou o infarto do miocárdio.
Extraído, com adaptações, de http://interaçõesmedicamentosas.com.br acesso em: 1 out. 2011.
Com relação às artérias e aos processos mencionados no texto, é incorreto afirmar: