Questões de Vestibular UFT 2013 para Vestibular, Prova 1

Foram encontradas 8 questões

Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262161 Literatura
Considere os fragmentos de texto para responder a questão.
(...) Poderás dizer-me para que queres o barco, Para ir à procura da ilha desconhecida (...) O capitão do porto disse, Vou dar-te a embarcação que te convém, Qual é ela, É um barco com muita experiência, ainda do tempo em que toda a gente andava à procura de ilhas desconhecidas, Qual é ele, Julgo até que encontrou algumas, Qual, Aquele (p. 27-28). (...) Parece uma caravela, disse o homem, Mais ou menos, concordou o capitão, no princípio era uma caravela, depois passou por arranjos e adaptações que a modificaram um bocado, Mas continua a ser uma caravela, Sim, no conjunto conserva o antigo ar, E tem mastros e velas, Quando se vai procurar ilhas desconhecidas, é o mais recomendável (p.31). (...) O luar iluminava em cheio a cara da mulher da limpeza, É bonita, realmente é bonita, pensou o homem, que desta vez não estava a referir-se à caravela (p.47). (...) Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma (p.62).
SARAMAGO, José de. O conto da ilha desconhecida. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

A partir da leitura dos fragmentos e considerando o texto integral de "O conto da ilha desconhecida", marque a opção CORRETA.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262162 Literatura
Leia o fragmento do poema a seguir para responder a questão
BANDIDO NEGRO (...) E o senhor que na festa descanta Pare o braço que a taça alevanta, Coroada de flores azuis. E murmure, julgando-se em sonhos: "Que demônios são estes medonhos. Que lá passam famintos e nus?
Cai, orvalho de sangue do escravo, Cai, orvalho, na face do algoz. Cresce, cresce, seara vermelha, Cresce, cresce, vingança feroz. Somos nós, meu senhor, mas não tremas, Nós quebramos as nossas algemas P'ra pedir-te as esposas ou mães. Este é o filho do ancião que mataste. Este- irmão da mulher que manchaste... Oh, não tremas, senhor, são teus cães.
Cai, orvalho de sangue do escravo, Cai, orvalho, na face do algoz. Cresce, cresce, seara vermelha, Cresce, cresce, vingança feroz.
São teus cães, que têm frio e têm fome, Que há dez séc'los a sede consome... Quero um vasto banquete feroz... Venha o manto que os ombros nos cubra. Para vós fez-se a púrpura rubra, Fez-se o manto de sangue p'ra nós. (...)
ALVES, Castro. Os escravos. São Paulo: Galex, s/d, p.50-51.
A poesia social de Castro Alves caracteriza-se por seu discurso antiescravagista. Nesse fragmento, é CORRETO afirmar.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262163 Literatura
A questão é referente ao fragmento de texto a seguir.
Esqueci-me de dizer que a ópera começara; as nossas observações podiam fazer-se então em céu desnublado. Vi Lúcia sentada na frente do seu camarote, vestida com certa galantaria, mas sem a profusão de adornos e a exuberância de luxo que ostentam de ordinário as cortesãs, ou porque acreditam que a sua beleza, como as caixinhas de amêndoas, cota-se pelo invólucro dourado, ou porque, no seu orgulho de anjos decaídos desejem esmagar a casta simplicidade da mulher honesta, quantas vezes defraudada nessa prodigalidade. Não me posso agora recordar das minúcias do traje de Lúcia naquela noite. O que ainda vejo neste momento, se fecho os olhos, são as nuvens brancas e nítidas, que se frocavam graciosamente, aflando com o lento movimento de seu leque; o mesmo leque de penas que eu apanhara e, que de longe parecia uma grande borboleta rubra pairando no cálice das magnólias. O rosto suave e harmonioso, o colo e as espáduas nuas, nadavam como cisnes naquele mar de leite, que ondeavam sobre formas divinas. A expressão angélica de sua fisionomia naquele instante, a atitude modesta e quase tímida, e a singeleza das vestes níveas e transparentes, davam-lhe frescor e viço de infância, que devia influir pensamentos calmos, se não puros. Entretanto o meu olhar ávido e acelerado rasgava os véus ligeiro e desnudava as formas deliciosas que ainda sentia latejar sob meus lábios.
ALENCAR, José, Lucíola. São Paulo: Ática, 1994, p. 28.
O romance "Lucíola", de José de Alencar foi publicado por volta de 1861, época em que a mulher era vista, de acordo com o olhar Romântico, como casta ou como dama impura. No fragmento, é CORRETO afirmar.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262164 Literatura
Leia o fragmento de texto a seguir para responder a questão.
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas. - Mãezinha, cadê a janta? - Cala a boca, menino! Já vem! - Vem lá o quê!... Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado... Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de Vicente. Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga roncando de fome. Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de abrigo. O vaqueiro saiu com a rede, resoluto: - Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito... Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha: - Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de compadecido... Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente, estendeu a mão com avidez.
QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1979, p. 33.
"O Quinze", romance de estréia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento apresentado, é CORRETO afirmar.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262165 Literatura
Leia o fragmento de texto a seguir para responder a questão.
Amado - A polícia sabe que havia. Havia entre seu marido e a vítima uma relação íntima. Selminha (no seu espanto)- relação íntima? Amado- Uma intimidade, compreendeu? Um tipo de intimidade que não pode existir entre homens. Um instante, Cunha. A viúva já desconfiava. O negócio do banheiro, entende? E quando leu o beijo no asfalto sentiu que era batata. Basta dizer o seguinte: - ela. Sim, a viúva! (triunfante) não foi ao cemitério! Cunha (com satisfação bestial) - Menina, olha. Está na cara que seu marido não é homem. (Selminha vira-se com súbita agressividade) Selminha- Eu estou grávida! Amado- Quem? Selminha (feroz) - Eu! É homem! Eu estou grávida! (para um e o outro). E outra coisa. Agora vocês vão me ouvir. O meu marido foi à Caixa econômica. Um momento! Foi lá pôr uma jóia no prego!
RODRIGUES, Nelson. O beijo no asfalto. Rio de Janeiro: Lacerda Editores Ltda., 2008, p. 60.

O trecho transcrito retrata parte de uma cena em que a polícia interroga Selminha. Considerando o fragmento citado e relacionando-o ao texto integral de "O beijo no asfalto", é CORRETO afirmar.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262166 Literatura
Considere os poemas para responder a questão.
CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite - Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Melhores Poemas. São Paulo: Global Editora, 2001, p. 16.

NEM TANTO AO CAOS
cá, neste nosso sítio, a construção já é ruína e, fora da nova ordem mundial, tem a morte e tem o amor, a poesia e tem a prosa. na época mais podre eu nem posso acreditar a mais triste nação resiste em ressuscitar...
caetano incita resistir cantando uma nação linda e podre, aquarela de contrastes, o poder de acreditar...
PINHEIRO, José Sebastião. de sonhos e de construção – poemas. Palmas: Provisão Estação Gráfica e Editora Ltda., 2008, p. 96.
A partir de uma leitura comparativa dos poemas, marque a alternativa CORRETA.
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Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262167 Literatura
Leia as afirmativas a seguir para responder a questão.
I. O Romantismo destaca-se como movimento literário de resistência às mudanças políticas pelas quais passa o Brasil ao deixar de ser colônia para se tornar nação. José de Alencar, representante maior desse movimento literário, coloca sua literatura como voz defensora dos direitos da coroa portuguesa sobre o Brasil.
II. O Realismo surgiu no final do século XIX como movimento literário que discute a decadência dos engenhos de cana de açúcar do nordeste brasileiro, em face de uma nova organização social decorrente da implantação do sistema político republicano. O maior representante desse movimento foi Machado de Assis.
III. O Modernismo da década de 20, do século XX, reafirma os valores nacionalistas e indianistas dos escritores do Romantismo. Mário de Andrade é o maior representante do Modernismo de 20 e seu romance "Macunaíma" representa uma releitura do romance "O Guarani", de José de Alencar.
IV. O romance brasileiro da segunda fase modernista, do século XX, representa um olhar regionalista sobre questões sociais vivenciadas por parte da população brasileira. "A Bagaceira", de José Américo de Almeida e "Vidas Secas", de Graciliano Ramos são obras que além de retratarem a problemática da seca, mostram a miséria e o abandono social pelos quais passa o povo nordestino.
Marque a alternativa que contempla a(s) afirmativa(s) CORRETA(S).
Alternativas
Ano: 2013 Banca: COPESE - UFT Órgão: UFT Prova: COPESE - UFT - 2013 - UFT - Vestibular - Prova 1 |
Q1262168 Literatura
Leia o poema a seguir para responder a questão.
SEM VERSOS
e me fogem os versos para dizer sobre o rio para dizer da vida, o fio;
e me fogem os versos para contar sobre a espera para descobrir da vida, a quimera;
e me fogem os versos para admitir fraquezas para encobrir tristezas;
os versos me fogem e eu não encontrei pontos de tantas interrogações...
PINHEIRO, José Sebastião. de sonhos e de construção – poemas. Palmas: Provisão Estação Gráfica e Editora Ltda., 2008, p.122.
Com relação ao sentido e estrutura do poema de Tião Pinheiro, marque a opção CORRETA.
Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: A
4: B
5: A
6: E
7: C
8: D