Questões de Vestibular UEPB 2009 para Vestibular, LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA BRASILEIRA E LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
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I - O Ateneu é uma crítica ao romantismo, na medida em que estabelece uma crítica à ingenuidade da infância enquanto espaço idílico e importante para a construção imaginária dos românticos, o que o transforma num precursor do romance psicológico.
II - O Ateneu é ao mesmo tempo uma crítica ao modelo de educação posto em prática no internato e uma crítica ao autoritarismo das elites brasileiras sustentadas pelo modelo político monárquico. Em certo sentido, o internato é uma metonímia da monarquia brasileira.
III - Raul Pompéia utiliza-se das avaliações apaixonadas de Sérgio na infância para fazer um romance com fortes traços impressionistas e simbolistas, romance que também antecipa certos aspectos da vanguarda expressionista, sobretudo nas descrições de Aristarco e dos personagens alinhados com ele.
I - Poesia de profunda consciência formal, que conseguiu aliar as conquistas poéticas do modernismo a uma reflexão sobre a realidade social brasileira, sobretudo do homem nordestino.
II - Filiou-se à Geração de 45, sendo um dos seus principais expoentes e o grande disseminador de seus pressupostos estéticos e ideológicos.
III - Opôs-se ao lirismo sentimental, dominante na história da poesia brasileira, e construiu uma poesia impessoal, com o intuito de alcançar pela palavra a dimensão mais concreta possível da realidade.
É fácil conceber a atração que me chamava para aquele mundo tão altamente interessante, no conceito de minhas impressões. Avaliem o prazer que tive, quando me disse meu pai que ia ser apresentado ao diretor do Ateneu e à matrícula. O movimento não era mais a vaidade, antes o legítimo instinto da responsabilidade ativa, era uma conseqüência apaixonada da sedução do espetáculo, o arroubo da solidariedade que me parecia prender à comunhão fraternal da escola. Honrado engano, esse ardor franco por uma empresa ideal e de dedicação premeditada confusamente, no cálculo pobre de uma experiência de dez anos (Cap. 1).
Sua diplomacia [de Aristarco] dividia-se por escaninhos numerados, segundo a categoria de recepção que queria dispensar. Ele tinha maneiras de todos os graus, segundo a condição social da pessoa. As simpatias verdadeiras eram raras. No âmago de cada sorriso morava-lhe um segredo de frieza que se percebia bem. E duramente se marcavam distinções políticas, distinções financeiras, distinções baseadas na crônica escolar do discípulo, baseadas na razão discreta das notas do guarda-livros. Às vezes, uma criança sentia a alfinetada no jeito da mão a beijar. Saía indagando consigo o motivo daquilo, que não achava em suas contas escolares... O pai estava dois semestres atrasado (Cap. 2).
Assinale a alternativa que NÃO SE APLICA ao romance de Raul Pompéia:
I - Poema narrativo no qual predomina a construção imaginária de um Nordeste rico em tradições culturais, idealizando um espaço social sem divisões rígidas, onde a morte, tema principal do autor, aparece como signo da renovação constante, do nascimento e da vida.
II - Poema narrativo que usa preferencialmente o verso heptassílabo, ou redondilha maior, próprio à tradição ibérico-medieval e ao folclore nordestino, as duas principais influências temático-formais do texto.
III - Severino, que conota ao mesmo tempo sujeito e condição, substantivo e adjetivo (Severina), vai em busca da própria vida, retirando-se de um espaço pautado pela exclusão sócio-econômica em que predominam as diversas facetas da morte, reveladoras da própria divisão social;
IV - O acentuado cunho social de Morte e vida severina destoa da obra de João Cabral de Melo Neto, preocupada exclusivamente com os aspectos formais da poesia.
I - em “cores desmaiadas, manchadas, nas cores, todas as cores, em trapos de vestir, em colchas e cortinas, almofadas desbotadas e bonecas estropiadas,nos restos de tintas e papéis nas paredes [...] cores de vida, fanada mas vida, ainda pulsante, cores redobradas” (p. 15), é possível entender o chamar a atenção para o vermelho que é presente em toda a obra, seja com o significado de vida (paixão, desejo de viver), seja com o significado de morte (ave/mulher ferida, condenada = guará (vermelha), mulher (de vestido vermelho = prostituta).
II - em “Esta mulher saber ler!, leia mais, lia tudinho, me diga onde está ‘guará’ e onde está ‘vermelha’ e ‘sangue’ e ‘espinhos’ e ‘penas’. Aqui, ali, acolá, Rosálio corre as linhas buscando a guará vermelha nos espinheiros das letras até vê-la com clareza distinguir luminosos, espinhos, penas e sangue” (p. 24), os termos em destaque (guará, vermelho,sangue, espinhos, pena) compõem um conciso inventário terminológico que induz o leitor a entender que, articulados como se encontram, aludem à vida, paixão e morte de Irene.
III - em “Rosálio olha intrigado tentando compreender que, quando lê ‘avó’, por quê, quando lê ‘avô’, parece que alguma coisa lembra-lhe a ave guará? A mulher ri da pergunta e lhe explica o ‘a’, o ‘v’, o ‘ó’, o ‘ô’, e o ‘e’ e ele fica deslumbrado com as letras do abc” (p. 42), constrói-se uma harmonia fônica em que os grafemas e os sons de ‘ave’, ‘avó’ e ‘avô’ são, poeticamente, imaginados na seqüência “ave, avó, avô, guará”, jogo lingüístico-poético que atualiza, na história contada, o título da obra, disseminado ao longo da narrativa (ave – guará; avó/avô – vôo, guará – ave de coloração vermelha);
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)