Questões de Vestibular IF-GO 2010 para Vestibular - Prova 2

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Ano: 2010 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2010 - IF-GO - Vestibular - Prova 2 |
Q1273621 Português
TEXTO 3


Hitler vs. Chaplin
“Hut Weber. É o chapéu”.

(disponível em:
designrn.files.wordpress.com/2008/12/hutweber_hitler_chaplin)
A expressão “É o chapéu”, na propaganda, tem o mesmo efeito de sentido que a expressão sublinhada em
Alternativas
Ano: 2010 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2010 - IF-GO - Vestibular - Prova 2 |
Q1273622 Português
TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983) 

 TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998)  
Nos textos 4 e 5, os autores utilizam a descrição para:
Alternativas
Ano: 2010 Banca: IFG Órgão: IF-GO Prova: IFG - 2010 - IF-GO - Vestibular - Prova 2 |
Q1273623 Português
TEXTO 4

Auto-retrato

Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província; 
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.”
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983) 

 TEXTO 5

Felicidade clandestina (excerto)

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
    Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 
    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”

(Clarice Lispector. Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998)  
Considere as afirmativas a seguir.
I. No poema Auto-retrato, como em boa parte de sua obra, Manuel Bandeira apresenta uma visão bem humorada dos sofrimentos e descontentamentos do ser humano diante de suas limitações. II. Clarice Lispector escreveu contos e romances que discutem a relevância do contexto social para os personagens de suas narrativas, com uma perspectiva politicamente engajada. III. Escritores brasileiros do século XX, Clarice Lispector e Manuel Bandeira se aproximam pela tendência negativista, apresentando sempre o homem por seus hábitos e características mais condenáveis. IV. Manuel Bandeira é considerado um autor da primeira geração modernista, enquanto Clarice Lispector filia-se à terceira geração de autores do modernismo brasileiro.
Estão corretas:
Alternativas
Respostas
4: A
5: A
6: C