Questões de Vestibular ENCCEJA 2018 para Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia, Ensino Fundamental
Foram encontradas 24 questões
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com. Acesso em: 27 jul. 2015.
O cão e a carne
Ia um cão atravessando um rio; levava na boca um bom pedaço de carne. No fundo da água, viu a sombra da carne; era muito maior. Cobiçoso, soltou a que tinha na boca para agarrar na outra; por mais, porém, que mergulhasse, não alcançou.
Disponível em: www.ebooksbrasil.org. Acesso em: 25 set. 2013 (adaptado).
"Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?"
"Infelizmente, cavalheiro..."
"Ora, você sabe do que eu estou falando."
"Estou me esforçando, mas..."
"Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?"
"Se o senhor diz, cavalheiro."
"Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero."
"Sim, senhor. Pontudo numa ponta."
"Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?"
VERISSIMO, L. F. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1982.
De acordo com o Manifesto do Fair Play, parte-se do entendimento de que alguns de seus conceitos básicos são: o respeito às regras, o respeito ao árbitro e a aceitação de suas decisões, o respeito ao adversário, o desejo de igualdade, e a dignidade (não violência). Aqui, destaca-se também o papel dos pais, dos treinadores e dos atletas profissionais na busca da prática do jogo limpo e honesto.
UNESCO. Cadernos de referência de esporte 10: Valores no esporte. Brasília: Fundação Vale, 2013 (adaptado).
Disponível em: http://imagenesdefb.com. Acesso em: 17 set. 2013.
Como as aranhas fazem sua teia?
As aranhas têm 2, 4 ou 6 tubinhos no abdômen, chamados fiandeiras. Para fazer as teias, o líquido que sai das fiandeiras endurece, adquirindo a forma de fios, como naquela máquina que faz algodão-doce. As teias funcionam como armadilhas para insetos, dos quais as aranhas se alimentam.
DUARTE, M. A arca dos bichos. São Paulo: Cia. das Letrinhas, 1999.
Basta alguém ter passado dos trinta para se lembrar perfeitamente de uma infância sem telefone celular, tablets ou computadores. Para estudar, divertir-se e passar o tempo, não havia o virtual: além do mundo real, só mesmo a nossa imaginação – e ela, nossa imaginação, era quem sempre melhor nos acompanhava na hora das brincadeiras infantis. Talvez pareça espantoso, mas as crianças divertiam-se tanto ou mais no passado, sem virtualidade nem tanta tecnologia, quanto hoje. Livros, gibis, jogos, bonecos, correr, dançar, andar de bicicleta e brincar de forma geral – além, é claro, dos próprios amigos – faziam a felicidade da criançada.
Disponível em: www.londrinando.com. Acesso em: 17 mar. 2018 (adaptado).
ZAMBI. Disponível em: www.oprofessorqueviroupapel.com.br. Acesso em: 18 mar. 2018.
Escola da mestra Silvina
Minha escola primária...
Escola antiga de antiga mestra.
Repartida em dois períodos
para a mesma meninada,
Das 8 às 11, da 1 às 4.
Nem recreio, nem exames.
Nem notas, nem férias.
Sem cânticos, sem merenda...
Digo mal – sempre havia
distribuídos
alguns bolos de palmatória...
A granel?
Não, que a mestra
era boa, velha, cansada, aposentada.
Tinha já ensinado a uma geração
antes da minha.
CORALINA, C. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1993.
Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz
Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui.
CHICO BUARQUE. Tantas palavras. São Paulo: Cia. das Letras, 2006 (fragmento).
Fui ver titia e ela continua insatisfeita com o poder aquisitivo do cruzeiro. Sabe muito bem que a inflação diminui, sabe muito bem que o produto bruto aumenta, mas acha que isso tudo, infelizmente, está custando a chegar no supermercado. Diz que o problema é o custo do aluguel, o custo do feijão, da carne e do arroz. O resto, realmente, não interessa. Olhei para titia, com meus olhos sábios, e não pude deixar de sorrir com tristeza – o problema dela é que não consegue abandonar essa medíocre mania de querer simplificar a economia.
FERNANDES, M. 30 anos de mim mesmo. Rio de Janeiro: Desiderata, 2006.
A metamorfose
Valdirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo pensamento humano foi: “Meu Deus!… A casa foi dedetizada há dois dias!…”. Seu último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2010 (fragmento).
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo.
Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico.
Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
— Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia.
ANDRADE, C. D. Rick e a girafa. São Paulo: Ática, 2001.
Os automóveis invadem a cidade
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” – arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa.
GATTAI, Z. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986.
Responsabilidade ambiental
Água é saúde, e saúde é qualidade de vida. Por isso, nossa empresa cuida da saúde da sua família e ajuda você a cuidar da saúde do planeta. É simples: quanto mais purificadores são instalados no Brasil, mais pessoas deixam de consumir água em garrafas e galões, produzindo menos lixo para o planeta. Além de oferecer água saudável e de reduzir a quantidade de lixo descartado, nossos purificadores promovem a redução no consumo de energia elétrica.
Disponível em: www.europa.com.br. Acesso em: 18 ago. 2014 (adaptado).
Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou para ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim:
Eu nasci há dez mil anos atrás
e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi conde Drácula sugando o sangue novo
e se escondendo atrás da capa
Eu vi
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros para floresta
pro Quilombo dos Palmares
Eu vi.
SEIXAS, R; COELHO, P. Há 10 mil anos atrás. São Paulo: Som 13, 1976.
TEXTO I
Disponível em: www.facebook/minsaude. Acesso em: 12 mar. 2018.
TEXTO II
A polêmica da amamentação
Mães têm sido punidas por amamentar seus filhos em público
Na Espanha, uma jovem de 22 anos perdeu a guarda de sua filha, de 1 ano e 3 meses, sob a acusação de amamentá-la demais. Aqui no Brasil, uma mãe foi proibida de amamentar seu bebê enquanto visitava uma exposição, na capital paulista. Mas, se o aleitamento materno é uma característica natural da humanidade, por que esse tema gera tanta polêmica atualmente?
Segundo a historiadora de uma universidade paulista, “o ato de amamentar sempre está ligado a algo sagrado e, portanto, deve ser reservado e preservado. Por isso tanta gente se incomoda ao ver uma mãe amamentando em público.” Na opinião de um psicoterapeuta e professor da PUC-SP, “com a maior exposição atual do corpo feminino, o seio passou a ter mais apelo erótico do que alimentar.” O que as mamães mais desejam é reverter essa situação.
Disponível em: http://istoe.com.br. Acesso em: 13 mar. 2018 (adaptado).
O Lavrador
Esse homem deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podia requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou, queimou, plantou seu café.
Explica-me: “Eu trabalho sozinho, mais o menino meu.” Seu raciocínio quando veio foi este: “Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado, devo ter direito.” Confessa que sua posse até hoje não está legalizada: “Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...”
BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio Janeiro: Record, 2004.
Pela preservação de Luziânia
Índios, escravos, garimpeiros, pequenos comerciantes e grandes fazendeiros habitavam as terras hoje ocupadas pelo Distrito Federal muito antes da chegada dos candangos. Desse período, ainda há construções nas áreas rurais e urbanas do Entorno. No entanto, são cada vez mais raras. Um dos mais ricos acervos se concentra na rua do Rosário, em Luziânia, fundada como Santa Luzia, em 13 de dezembro de 1746, por bandeirantes em busca de ouro. Para preservar o que resiste, o Ministério Público de Goiás propôs uma ação civil pública contra a prefeitura, pedindo o fim do tráfego de veículos no centro histórico da cidade distante 70 km de Brasília.
O trânsito de caminhões está proibido na rua do Rosário há um ano. No entanto, sem fiscalização, a norma é desrespeitada. Há apenas uma placa de advertência, mas nenhuma barreira. Com isso, os casarões e outros prédios centenários têm suas estruturas abaladas.
ALVES, R.; STACCINARI, I. Correio Braziliense, 20 jul. 2014 (adaptado).