Questões de Vestibular ENCCEJA 2018 para Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia, Ensino Fundamental
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Os automóveis invadem a cidade
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” – arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa.
GATTAI, Z. Anarquistas, graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986.
Responsabilidade ambiental
Água é saúde, e saúde é qualidade de vida. Por isso, nossa empresa cuida da saúde da sua família e ajuda você a cuidar da saúde do planeta. É simples: quanto mais purificadores são instalados no Brasil, mais pessoas deixam de consumir água em garrafas e galões, produzindo menos lixo para o planeta. Além de oferecer água saudável e de reduzir a quantidade de lixo descartado, nossos purificadores promovem a redução no consumo de energia elétrica.
Disponível em: www.europa.com.br. Acesso em: 18 ago. 2014 (adaptado).
Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou para ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim:
Eu nasci há dez mil anos atrás
e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi conde Drácula sugando o sangue novo
e se escondendo atrás da capa
Eu vi
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros para floresta
pro Quilombo dos Palmares
Eu vi.
SEIXAS, R; COELHO, P. Há 10 mil anos atrás. São Paulo: Som 13, 1976.
TEXTO I
Disponível em: www.facebook/minsaude. Acesso em: 12 mar. 2018.
TEXTO II
A polêmica da amamentação
Mães têm sido punidas por amamentar seus filhos em público
Na Espanha, uma jovem de 22 anos perdeu a guarda de sua filha, de 1 ano e 3 meses, sob a acusação de amamentá-la demais. Aqui no Brasil, uma mãe foi proibida de amamentar seu bebê enquanto visitava uma exposição, na capital paulista. Mas, se o aleitamento materno é uma característica natural da humanidade, por que esse tema gera tanta polêmica atualmente?
Segundo a historiadora de uma universidade paulista, “o ato de amamentar sempre está ligado a algo sagrado e, portanto, deve ser reservado e preservado. Por isso tanta gente se incomoda ao ver uma mãe amamentando em público.” Na opinião de um psicoterapeuta e professor da PUC-SP, “com a maior exposição atual do corpo feminino, o seio passou a ter mais apelo erótico do que alimentar.” O que as mamães mais desejam é reverter essa situação.
Disponível em: http://istoe.com.br. Acesso em: 13 mar. 2018 (adaptado).
O Lavrador
Esse homem deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podia requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou, queimou, plantou seu café.
Explica-me: “Eu trabalho sozinho, mais o menino meu.” Seu raciocínio quando veio foi este: “Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado, devo ter direito.” Confessa que sua posse até hoje não está legalizada: “Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...”
BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio Janeiro: Record, 2004.
Pela preservação de Luziânia
Índios, escravos, garimpeiros, pequenos comerciantes e grandes fazendeiros habitavam as terras hoje ocupadas pelo Distrito Federal muito antes da chegada dos candangos. Desse período, ainda há construções nas áreas rurais e urbanas do Entorno. No entanto, são cada vez mais raras. Um dos mais ricos acervos se concentra na rua do Rosário, em Luziânia, fundada como Santa Luzia, em 13 de dezembro de 1746, por bandeirantes em busca de ouro. Para preservar o que resiste, o Ministério Público de Goiás propôs uma ação civil pública contra a prefeitura, pedindo o fim do tráfego de veículos no centro histórico da cidade distante 70 km de Brasília.
O trânsito de caminhões está proibido na rua do Rosário há um ano. No entanto, sem fiscalização, a norma é desrespeitada. Há apenas uma placa de advertência, mas nenhuma barreira. Com isso, os casarões e outros prédios centenários têm suas estruturas abaladas.
ALVES, R.; STACCINARI, I. Correio Braziliense, 20 jul. 2014 (adaptado).
O coronel recusou a sopa.
— Que é isso, Juca? Está doente?
O coronel coçou o queixo. Revirou os olhos. Quebrou um palito. Deu um estalo com a língua.
— Que é que você tem, homem de Deus?
O coronel não disse nada. Tirou uma carta do bolso de dentro. Pôs os óculos. Começou a ler:
— Exmo. Snr. Coronel Juca.
— De quem é?
— Do administrador da Santa Inácia.
— Já sei. Geada?
— Escute. Exmo. Snr. Coronel Juca. Respeitosas Saudações. Em primeiro lugar Saudo-vos. V.Ecia. e D. Nequinha. Coronel venho por meio desta respeitosamente comunicar para V. E. que o cafezal novo agradeceu bastante as chuvarada desta semana. E tal e tal e tal. Me acho doente diversos incômodos divido o serviço.
— Coitado.
MACHADO, A. A. Notas biográficas do novo deputado. In: OLIVEIRA, N. Histórias de imigrantes. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
Amigo, não tenha quêxa,
Veja que eu tenho razão
Em lhe dizê que não mêxa
Nas coisa do meu sertão.
Pois, se não sabe o colega
De quá manêra se pega
Num ferro pra trabaiá,
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mêxo aí,
Cante lá que eu canto cá.
Repare que a minha vida
É deferente da sua.
A sua rima pulida
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem deferente,
Meu verso é como a simente
Que nasce inriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obra da criação.
PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1992 (fragmento).
Diminutivos
Sempre pensei que ninguém batia o brasileiro no uso do diminutivo, essa nossa mania de reduzir tudo à mínima dimensão, seja um cafezinho, um cineminha ou uma vidinha. "Operação", por exemplo. É uma palavra assustadora. Pior do que "intervenção cirúrgica", porque promete uma intervenção muito mais radical nos intestinos. Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade. Anestesia local e duas aspirinas depois. Uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do paciente. No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida.
— Mais um feijãozinho?
— Um pouquinho.
— E uma farofinha?
— Ao lado do arrozinho?
— Isso.
O diminutivo é também uma forma de disfarçar o nosso entusiasmo pelas grandes porções. E tem um efeito psicológico inegável.
— E agora, um docinho.
E surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões.
VERISSIMO, L. F. Comédia da vida privada:101 crônicas escolhidas. Porto Alegre: LP&M, 1994 (adaptado).
ENCICLOPÉDIA Grandes Personagens da Nossa História. Mapas históricos brasileiros.
São Paulo: Abril Cultural, 1969.
TEXTO I
No Brasil, com o fim da escravidão, nada foi oferecido aos libertos além da liberdade — nem escolas, nem terras e muito menos direitos civis.
PAMPLONA, M. A. Direitos suados e lembrados. Revista de História da Biblioteca Nacional,
n. 66, mar. 2011 (adaptado).
TEXTO II
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 13,3% para pretos em 2009, de 13,4% para pardos e de 5,9% para brancos.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br. Acesso em: 26 abr. 2011.
TEXTO I
É possível usar o esgoto doméstico tratado para irrigar plantações. A técnica, se feita com controle sanitário e em culturas determinadas, amplia a produtividade, economiza água e evita a contaminação de rios.
SANCHEZ, G. Uso de esgoto tratado aumenta produtividade na agricultura. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 9 ago. 2015 (adaptado).
TEXTO II
O orçamento participativo é um importante instrumento pois permite que o cidadão debata e defina os destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os recursos do orçamento da prefeitura.
BRASIL. Controladoria-Geral da União. Portal da Transparência. Orçamento participativo.
Disponível em: www.portaldatransparencia.gov.br. Acesso em: 9 ago. 2015 (adaptado).
Há várias visões da Independência do Brasil: uma de D. Pedro I como herói; outra de que foi um arranjo familiar entre D. João VI e D. Pedro I, que se acertaram e o Brasil aceitou; e uma terceira, de que foi um complô das elites para fazer a Independência e manter a escravidão.
CARVALHO, J. M. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 27 jul. 2015 (adaptado).
As três visões mencionadas são elitistas, isto é, desconsideram a contribuição dos(as)
Um americano usuário de uma rede social tem usado sua conta para denunciar o que enfrenta no dia a dia. O jovem tem filmado o comportamento de atendentes de lojas de conveniência que o seguem pelos corredores e editado os flagrantes em microvídeos de sete segundos, em que as vendedoras vigiam o rapaz negro durante todo o tempo em que ele está fazendo (ou tentando fazer) compras.
O Globo, 21 jul. 2014.
Na notícia, o uso da rede social tem servido para denunciar qual prática discriminatória?
Disponível em: www.institutoiab.org.br. Acesso em: 11 ago. 2015.
Disponível em: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2014.
Disponível em: www.trekearth.com. Acesso em: 3 ago. 2014.
Meu nome é favela
É do povo do gueto a minha raiz
Becos e vielas
Eu encanto e canto uma história feliz
De humildade verdadeira
Gente simples de primeira.
DELGADO, R. Meu nome é favela. In: CRUZ, A. Batuques e romances. Rio de Janeiro: Sony, 2011 (fragmento).
O trecho da canção faz referência a um tipo de organização espacial urbana que surge por meio da
É possível elaborar um quadro sobre cada fase da formação inicial do território brasileiro. Dando início com a ocupação da faixa litorânea, com poucos núcleos de fixação e economia baseada no extrativismo, e a tão próspera empresa açucareira, até a tão sonhada expansão territorial, introduzindo ainda mais a pecuária e atraindo um grande contingente de europeus e colonos em busca de metais preciosos.
OLIVEIRA, R. T.; SANTOS, F. K. S. O início da formação territorial brasileira: uma reflexão sobre o território em Suape. Revista de Geografia, n. 3, 2014 (adaptado).
A causa socioeconômica motivadora do processo de colonização descrito no texto é o(a)