Teatro em LIBRAS: a arte como ponte entre os mundos surdo e ouvinte
Por Nana Soares, em 08/12/2017
Para falar de política com adolescentes de 7°, 8° e 9° anos, a professora (Maria Aparecida
Pereira de Castro Augusto), em diálogo com seus pares, deu início a rodas de conversa com
os estudantes sobre o que estava acontecendo no país, mobilizando diferentes veículos de
mídia como fontes de informação. Em seguida, trabalhou-se a diferença de discursos destes
veículos, e a relação e poder da mídia na sociedade, utilizando a leitura do clássico de George
Orwell, “A revolução dos bichos”. Com os estudantes bastante mobilizados e interessados no
texto, surgiu a ideia de montar uma peça, aberta à comunidade, encenada e produzida pelos
estudantes surdos.
Para a construção do texto em LIBRAS são muitos os processos – adaptação do texto verbal
em gestos e, posteriormente, contextualização das emoções, entrelinhas, sugestões e figuras
de linguagem presentes no universo falado. Envolvendo estudantes, professores, familiares e
parceiros da comunidade no processo, a peça se tornou importante ferramenta para fomentar a
inclusão e a sociabilização dos alunos surdos, desenvolvendo suas habilidades artísticas, de
comunicação e de compreensão do mundo, que muitas vezes está distante. “Ficou perceptível
como o teatro fez deles um grupo mais coeso e com vontade de crescer intelectualmente e
ampliar seu repertório cultural”, descreve a professora (...) “E o teatro é universal. Para meus
alunos, é um empoderamento saber que, quando estão no palco, todos podem entendê-los”,
conclui.
(FONTE: <http://portal.aprendiz.uol.com.br/2017/12/08/teatro-em-libras-arte-como-ponte-entre-os-mundossurdo-e-ouvinte/> Acesso em 16 Jul. 2018, às 09h12min)