Questões de Vestibular ENCCEJA 2019 para Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia, Ensino Fundamental
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Disponível em: www.hermitagemuseum.org.
Acesso em: 11 ago. 2015.
TEXTO I
As cores da desigualdade
De mãe preta e pai branco, ela se considera parda. Quando sai com sua filha, de pele bem branca e cabelos claros, muitas vezes é tratada por estranhos como a babá da criança. Certo dia, estava no mercado e reprimiu a filha por uma pirraça. Foi, então, abordada por uma senhora, que disse: “A mãe da menina sabe que você fala com ela assim?”.
GOMES, I.; MARLI, M. Retratos: a revista do IBGE, n. 11, maio 2018 (adaptado).
TEXTO II
Incidente na raiz
Jussara pensa que é branca. Nunca lhe disseram o contrário.
Nem o cartório. No cabelo crespo deu um jeito. Produto químico e fim! Ficou esvoaçante e submetido diariamente a uma drástica auditoria no couro cabeludo para evitar que as raízes pusessem as manguinhas de fora. Qualquer indício, munia-se de pasta alisante, ferro e outros que tais e...
Lá um dia, veio alguém com a notícia de “alisamento permanente”. [...]
Fez um sacrifício nas economias, protelou o sonho da plástica e submeteu-se.
Com as queimaduras químicas na cabeça, foi internada às pressas, depois de alguns espasmos e desmaios.
Na manhã seguinte, ao abrir com dificuldade os olhos, no leito do hospital, um enfermeiro crioulo perguntou-lhe:
Tá melhor, nêga?
Ela desmaiou de novo.
SILVA, L. Cuti: contos escolhidos. Rio de Janeiro: Malê, 2016.
Assum preto
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas Assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dô.
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió.
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá.
Assum preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também robaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óio meu.
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:
www.vagalume.com.br. Acesso em: 17 jul. 2014.
Posto, logo existo
Continuam a pipocar debates sobre as consequências de se passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em saturação social: tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, cercadas não por milhares de seguidores, mas por umas poucas dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto.
Claro que muita gente usa as redes sociais como uma forma de aproximação e de compartilhamento — numa boa. Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o real pelo virtual, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas há pessoas que não se sentem com a existência comprovada, e, para isso, se valem de bizarrices na esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que alguém medíocre.
Esses casos estão aí, ao nosso redor. Gente que não percebe a diferença entre existir e viver não entende que é preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha para 17 870 que não estão nem aí.
MEDEIROS, M. Revista O Globo, 10 jun. 2012.
TEXTO I
Nascida em Sacramento (MG) em 1914, Carolina Maria de Jesus foi uma importante escritora brasileira. Filha de analfabetos, começou a estudar aos 7 anos e precisou largar a escola no segundo ano, mas aprendeu a ler e escrever. Em 1937 sua mãe faleceu e, para sustentar a família, ela saía à noite para coletar papel. Carolina escrevia sobre sua vida na favela e seu dia a dia. Um desses cadernos deu origem ao seu livro mais famoso, Quarto de Despejo.
ARRAES, J. Heroínas Negras Brasileiras: em 15 cordéis.
São Paulo: Pólen, 2017. p. 43 (adaptado).
TEXTO II
CAROLINA Mª DE JESUS
Sua história verdadeira
Começou em Sacramento
Na rural comunidade
Foi de Minas um rebento
Era o ano de quatorze
Inda mil e novecentos.
[...]
Como era catadora
Pelos lixos encontrava
O papel e o caderno
Que por fim utilizava
Como o Famoso Diário
Onde tudo registrava.
[...]
Foi o Quarto de Despejo
O primeiro publicado
Um sucesso monstruoso
Tão vendido e aclamado
Carolina fez dinheiro
Com o livro elogiado.
ARRAES, J. Heroínas Negras Brasileiras:
em 15 cordéis. São Paulo: Pólen, 2017. p. 37-40 (fragmento).
Na pintura, o artista Salvador Dalí criou um
universo fantástico ao
Janela para o verde
Diversos estudos provam que a vista da natureza em ambientes de trabalho aumenta a produtividade, além de reduzir a fadiga mental e o estresse, ao aumentar a capacidade de concentração. Se no Brasil já se sente falta de natureza em ambientes urbanos, imagine na China, onde a densidade demográfica é mais de seis vezes maior do que por aqui. Buscando mais contato com a natureza em seus apartamentos e escritórios minúsculos, um grupo de quatro designers chineses criou uma janela capaz de abrigar um jardim inteiro. Além de melhorar a visão que os moradores ou trabalhadores têm do prédio vizinho, o projeto funciona como uma estufa, mantendo amena a temperatura dos cômodos a partir da barreira natural que filtra os raios solares.
BERGIER, C. Vida Simples, n. 117, abr. 2012.
Espíritos da cidade
Não acredito nesses mitos da natureza, apesar de curtir a trilogia do Senhor dos Anéis. Mas acredito fortemente em certos seres místicos urbanos. Não estou falando, claro, da loira do banheiro. Estou falando de algumas presenças que surgem em meio ao caos urbano para tentar ajudar os mais desavisados.
Engana-se quem, ao ler isto, pensou no Batman. Vou contar um caso que ocorreu comigo. Cheguei numa avenida muito movimentada, bem no horário de pico e eu só pensando “vou atravessar essa bagaça numa corrida só”.
Quando tomei fôlego para fazer isso, senti alguém segurar meu braço. “Calma, meu filho”, disse uma senhorinha de um metro e nada de altura, com uma aparência de ter uns 214 anos. “Eu ajudo você a atravessar.” Começamos a cruzar as pistas e foi como se os carros estivessem parando para nós. Quando chegamos ao outro lado, ela me deu um beijo no rosto e sumiu numa esquina.
FREITAS, A. V. B. As histórias que escrevi. Lisboa: Chiado, 2017
O caos climático, do qual a maior seca já ocorrida no Sudeste brasileiro é um dos exemplos, torna infame a discussão sobre se o aquecimento global tem ou não base científica, se o homem é ou não responsável ou se países desenvolvidos têm mais responsabilidade que os demais.
Não dá para pagar para ver se a temperatura média mundial vai subir mais de 4 graus Celsius até 2100, como se comportarão as safras de trigo, arroz, milho e soja diante disso, se o gelo do Ártico terá desaparecido nos meses de setembro até 2050 ou se o nível do mar pode subir 82 centímetros até o fim do século, inundando países insulares e cidades costeiras. A inação, portanto, será trágica para a humanidade.
Se o mundo quiser evitar mudanças climáticas irreversíveis, deve zerar o uso de combustíveis fósseis até 2100. Para isto, terá de quadruplicar o uso de energias renováveis até 2050. A meta, viável, é para ontem.
Disponível em: oglobo.globo.com. Acesso em: 4 nov. 2014.
O futebol é o circo do mundo. Não há nenhum outro esporte que provoque tanta paixão, tanta alegria, tanta tristeza. O futebol dá sentido à vida de milhões de pessoas que, de outra forma, estariam condenadas ao tédio. É o assunto, nas manhãs de segunda-feira, em bares, escritórios, fábricas, táxis, construções. O futebol é a bola que se joga no jogo das conversas. Faz esquecer lealdades políticas, ideológicas, religiosas, econômicas, raciais. É a grande religião ecumênica.
ALVES, R. O futebol levado a riso: lições do bobo da corte. Campinas: Verus, 2006.
Nosso sítio era pequeno
Pelas grandes fazendas cercado
Precisamos vender a propriedade
Para um grande criador de gado
E partimos para a cidade grande
A saudade partiu ao meu lado
A lavoura virou colonião
E acabou-se o meu reino encantado
REIS, V.; MACHADO, V. P. Meu reino encantado.
São Paulo: Warner Music Brasil, 2000 (fragmento)
Aplicativo ajuda a combater a violência contra crianças no Brasil
Um novo aplicativo de celular criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef) está ajudando a combater a violência contra crianças no Brasil. Só no primeiro semestre deste ano, a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos recebeu quase 50 mil denúncias de agressões, uma média de 271 por dia, quase 11 por hora.
BRASIL, G. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 6 ago. 2014.
O resultado alcançado pelo uso do recurso
tecnológico mencionado é explicado pela
TEXTO I
Em Caicó (RN), o Sindicato dos Servidores Públicos fará o lançamento da Campanha de Valorização e Respeito Social aos profissionais do município. “O gari é pouco valorizado publicamente e socialmente, por isso queremos ampliar os olhares para uma conscientização do papel social desempenhado por ele”, destaca a presidente do sindicato.
DANTAS, M. Disponível em: http://marcosdantas.com.
Acesso em: 25 ago. 2013 (adaptado).
TEXTO II
A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro começou a multar pessoas que são flagradas jogando lixo nas ruas. As multas variam de R$ 157 a R$ 3 mil, dependendo do tamanho do produto que foi descartado.
ABDALA, V. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 25 ago. 2013 (adaptado).
A inversão dos números representados no
gráfico reduziria os índices de
Um grupo de bordadeiras do interior do Ceará luta para aumentar a produção, variar as mercadorias e colocar em ação uma loja virtual. Uma das idealizadoras da proposta afirma que as artesãs, acostumadas a trabalhar na soleira das portas de suas casas, passaram a ter grande demanda pelos produtos depois de participarem de dois grandes desfiles.
Disponível em: www.otempo.com.br.
Acesso em: 11 ago. 2014 (adaptado).
A diferença média de salário entre os brasileiros com graduação e os que não têm era de 219,4% em 2011, segundo dados divulgados pelo IBGE. Trabalhadores que concluíram a faculdade recebiam, aproximadamente, R$ 4 135,00 por mês, ao passo que os demais tinham um salário de R$ 1 295,00.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 ago. 2014 (adaptado).
Um fator que explica essa diferença salarial apresentada é a
Fatores climáticos, particularmente temperatura e umidade, são de grande importância na taxa de alteração química da rocha. O ambiente ideal para o intemperismo químico é a combinação de temperaturas quentes e elevada umidade.
FONSECA, A. C. Geoquímica dos solos. In: GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S.; BOTELHO, R. G. M. (Org.). Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005 (adaptado).
Castelo de madeira
Vivi pensando a vida inteira em fazer um regaço. Mas agora que conquistei meu sonho, aquele abraço. Mas não importa se chão de terra tem poeira. Realizei meu sonho, meu castelo de madeira.
A FAMÍLIA. In: Cantando com a alma. São Paulo:
Sky Blue Music, 2004 (fragmento).
O açúcar criou condições materiais de um modo de viver e de pensar. Um jeito de sermos brasileiros, divididos entre gente importante e gente insignificante, entre senhores e escravos. As amarguras do açúcar, e não suas doçuras, desenharam a cara do brasileiro e do Brasil.
MARTINS, J. S. Incertezas que jorram do mar.
O Estado de S. Paulo, 2 dez. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, que característica da
colonização portuguesa continua influenciando
a realidade brasileira atual?