Em seu estudo sobre os programas musicais no rádio, Adorno criticou o estatuto da música, rebaixado
ao estado de ornamento da vida cotidiana, denunciando o que ele chama de “felicidade fraudulenta da
arte afirmativa”, ou seja, uma arte integrada ao sistema. Suas análises sobre o jazz são indicativas de
sua posição extrema, na qual alguns logo viram o etnocentrismo europeu característico. Rejeitando
toda análise puramente estética em prol de uma crítica psicossocial, Adorno afasta, com desprezo,
todas as pretensões de o jazz exprimir a libertação. Segundo ele, sua função social primordial é reduzir
a distância entre o indivíduo alienado e a cultura afirmativa, isto é, a exemplo da arte afirmativa,
uma cultura que favorece não o que deveria afirmar – a saber, a resistência –, mas, pelo contrário,
a integração ao status quo.
MATTELART, A.; MATTELART, M. História das teorias da comunicação. 12. ed. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2009; (adaptado).
De acordo com o texto apresentado, foi a partir do contexto descrito que Theodor Adorno e
Max Horkheimer criaram o conceito de