Questões de Vestibular PUC-MINAS 2013 para Prova 1
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Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. (Oswald de Andrade. “Erro de português” [1925]. In: O santeiro do mangue e outros poemas. São Paulo: Globo: Secretaria de Estado da Cultura, 1991).
No poema de Oswald de Andrade, importante nome do movimento modernista no Brasil, destaca-se:
O trecho em que uma rejeição ao conservadorismo literário se manifesta é:
“Com a máscara da palavra reinventamos o som da voz amada que nos inunda com seu luar de espuma.” (Ana Hatherly, “A máscara da palavra”).
“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa, “Autopsicografia”).
Os textos têm em comum:
Pois, senhora, conquanto apenas dor e nenhuma alegria me causeis, se soubésseis o mal que me fazeis, posso jurar – perdoa-me, Senhor! – que sentiríeis compaixão de mim.
Não me querendo nenhum bem, embora, se soubésseis a pena que dais, e quanta dor há nos meus tristes ais, posso jurar – de boa fé, senhora! – que sentiríeis compaixão de mim.
E mal seria, se não fosse assim.”
(D. Dinis. In: BERARDINELLI, Cleonice. Cantigas de trovadores medievais em português moderno, Rio de Janeiro: Organizações Simões,1953. p. 21).
A cantiga de D. Dinis é representativa do trovadorismo português e, como ocorre em outras produções literárias do período, enfatiza:
Vim de qualquer parte de uma nação que ainda não existe. Vim e estou aqui!
Não nasci apenas eu nem tu nem outro... mas irmão. Mas tenho amor para dar às mãos-cheias. Amor do que sou e nada mais.
E tenho no coração gritos que não são meus somente porque venho dum país que ainda não existe.
Ah! Tenho meu amor à rodos para dar do que sou. Eu! Homem qualquer cidadão de uma nação que ainda não existe.
(CRAVEIRINHA, José. Poema do futuro cidadão [1964]. In: SAÚTE, Nelson. Nunca mais é sábado: antologia de poesia moçambicana. Lisboa: Dom Quixote, 2004. p. 71).
Na literatura africana de língua portuguesa, a busca por uma identidade nacional desempenha um importante papel, especialmente no contexto das lutas pela independência. No poema de José Craveirinha, essa busca revela-se: