Questões de Vestibular PUC - RS 2016 para Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia
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Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem [finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. ( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. ( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. ( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo. ( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO:
( ) A crônica constrói-se por meio da crítica bemhumorada do autor à corrupção generalizada da classe política. ( ) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de forma caricaturesca. ( ) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos. ( ) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida. ( ) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o conto, o diálogo, a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Quando minha irmã morreu eu chorei muito e me consolei depressa. Tinha um vestido novo e moitas no quintal onde eu ia existir. Quando minha mãe morreu Me consolei mais lento. Tinha uma perturbação recém-achada: meus seios conformavam dois montículos e eu fiquei muito nua, cruzando os braços sobre eles é que eu chorava. Quando meu pai morreu Nunca mais me consolei. Busquei retratos antigos, procurei conhecidos, parentes, que me lembrassem sua fala, seu modo de apertar os lábios e ter certeza. Reproduzi o encolhido do seu corpo em seu último sono e repeti as palavras que ele disse quando toquei seus pés: ´deixa, tá bom assim´. Quem me consolará desta lembrança? Meus seios se cumpriram e as moitas onde existo são pura sarça ardente de memória. I. O poema apresenta um eu lírico que busca uma aprendizagem frente à morte. II. As transformações do corpo do eu lírico evidenciam uma sucessão de perdas, enfrentadas desde a juventude. III. A lembrança do pai é representada como ferida dolorosa que não tranquiliza o sentimento de falta. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são