Questões de Vestibular UDESC 2010 para Vestibular, Prova 02
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Há na obra literária uma ideologia, uma postura do artista diante da realidade e das aspirações humanas. Dessa forma, na literatura podem ser encontrados reflexos de situações ocorridas no mundo.
Analise os contextos abaixo, que exerceram influência na arte em geral, e na literatura brasileira.
- Século XVI – Portugal e Espanha tinham curiosidade sobre as novas terras conquistadas, motivo pelo qual informações colhidas por viajantes e missionários europeus sobre a natureza dos nativos das américas tornavam-se importantes. A esta escrita, no Brasil, deu-se o nome de ...
- Entre os séculos XVI e XVII – Os conflitos políticos, sociais, econômicos e principalmente o conflito religioso na Europa, como a reforma protestante de Calvino e Lutero, levam o homem a tentar conciliar razão e fé; espiritualismo e materialismo; carne e alma. No Brasil, este aspecto marca o estilo literário denominado ...
- Final do século XVIII – A Revolução Francesa e a Industrial mudam a Europa, consolidando a burguesia, que começa a ter representatividade na política, sociedade e economia. No Brasil, a vinda da família real, no início do século XIX, desencadeou a independência política e social. Essas mudanças e outros acontecimentos acabam por marcar no Brasil a literatura denominada ...
- Século XX, década de 30 e primeiros anos da década de 40 – Mudanças profundas no cenário nacional, decorrentes de transformações políticas, como Getúlio Vargas no poder, revolução Constitucionalista, início do Estado Novo, entre outras, acabam por refletir suas marcas na arte, denominada nesta época ...
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1987.) (FARACO, Carlos, MOURA, Francisco. Língua e literatura. 28ª. ed. São Paulo: Ática, 1998.)
Assinale a alternativa cujos estilos literários estão apresentados na sequência dos acontecimentos expostos acima.
Analise a pertinência entre cada período literário e seu respectivo exemplo. Assinale (V) para (verdadeira) ou F para (falsa).
( ) A prosa literária brasileira teve seu notável crescimento a partir do período romântico.
“– Doente?! Exclamou a linda Moreninha, extremamente comovida. Doente?... em perigo?...” (Joaquim Manuel de Macedo)
( ) A preocupação em demonstrar a veracidade das teorias materialista, científica e filosófica do século XIX era uma das características da escola naturalista.
“Ninguém sabia ao certo se a Machona era viúva ou desquitada; os filhos não se pareciam uns com os outros. A das Dores, sim, afirmavam que fora casada e que largara o marido para meter-se com um homem do comércio.” (Aluísio Azevedo)
( ) O Arcadismo no Brasil tem sua origem nos antigos autores gregos latinos. A música abaixo, embora do contexto moderno, reflete característica temática do estilo árcade.
“Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais... “ (Casa no Campo, Elis Regina)
( ) Na segunda metade do século XIX, a concepção emocional-afetiva da literatura vai dando lugar a uma percepção mais realista. Assim surge um novo estilo – o realismo, uma literatura mais próxima da realidade, mais objetiva em relação ao mundo e à vida.
“Daí a pouco demos com uma briga de cães; fato que aos olhos de um homem vulgar não teria
valor. Quincas Borba fez-se parar e observar os cães. Eram dois, notou que ao pé deles estava
um osso, motivo da guerra...” (Machado de Assis)
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Leia o fragmento abaixo para responder à questão.
O regionalismo, que deu algumas das formas menos tensas de escritura, estava destinado a sofrer,
nas mãos de um artista-demiurgo, a metamorfose que o traria de novo ao centro da ficção brasileira.
A alquimia, operada por ........................., tem sido o grande tema da nossa crítica desde o
aparecimento dessa obra espantosa que é ............................ . Após a sua leitura, começou-se a
entender de novo uma antiga verdade: que os conteúdos sociais e psicológicos só entram a fazer
parte da obra quando veiculados por um código de arte que lhes potencia a carga musical e
semântica. Imerso na musicalidade da fala sertaneja, ele procurou, em um primeiro tempo, fixá-la na
toada de um fraseio no qual soam cadência populares como: a bala beijaflorou; os passarinhos que
bem-me-viam; os cavalos aiando gritos; recebe o encharcar dos brejos, verde a verde....
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1987, pp. 485-487.)
Ao falar do regionalismo, dos conteúdos sociais e psicológicos, da musicalidade das palavras e das inovações da linguagem, o crítico e historiador Alfredo Bosi se refere a determinado(a) escritor(a) e a uma de suas obras, que está entre as maiores da literatura brasileira.
( ) Guimarães Rosa exerceu a medicina no interior do Brasil, tendo o cuidado de registrar a fala do povo; mais tarde, como diplomata, deu sequência à escrita de suas obras e recebe o título de membro da Academia Brasileira de Letras.
( ) A obra traz uma compilação de contos, com temas variados e lugares que poderiam ser chamados de “guimarãezianos”.
( ) O conto A terceira margem do rio, narrado por um filho, versa sobre a partida do pai para algum lugar e o reflexo disso na vida do filho, que se mantém fiel ao pai – mesmo à maneira do filho.
( ) O conto A menina de lá narra a história de Nhinhinha – uma menina que tinha um jeito especial de se comunicar; a família atribuiu a ela alguns milagres, considerando-a Santa Nhinhinha.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
I. Pode-se dizer que o conto versa sobre a angústia de um homem à procura do significado de uma palavra que lhe foi dirigida; e a angústia de um segundo homem, que precisa explicar ao primeiro o sentido de tal palavra.
II. Ao explicitar que precisava interpretar as informações não linguísticas advindas do cavaleiro, como “Sei o que é influência de fisionomia” (linha 6), “entender-lhe as mínimas entonações” (linha 13) e “seguir seus ... silêncios” (linha 14), o narrador está dizendo que despreza este tipo de ação comunicativa porque é menos importante que a fala.
III. Na sequência do conto, o personagem-narrador explica ao cavaleiro o significado da palavra famigerado. E este, não gostando da explicação, convida aquele para um duelo.
IV. O emprego sequencial de adjetivos, como “equiparado, exato” (linha 4), “arreado, ferrado, suado” (linhas 7 e 8) e “desbaratada, sopitados, constrangidos – coagidos” (linha 10) faz parte do estilo de linguagem de Guimarães Rosa.
Assinale a alternativa correta.
( ) As palavras “seco, curto pesadamente” (linha 7) são morfologicamente classificadas como adjetivos.
( ) Em “Os outros, tristes três, mal me haviam olhado” (linha 9), a presença do verbo haver indica oração sem sujeito.
( ) Em “Saíra e viera, aquele homem, para morrer em guerra” (linhas 6 e 7), o emprego do tempo mais-que-perfeito nos verbos destacados pode ser justificado pela incerteza da ação.
( ) Em “Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor” (linha 3), o ponto final pode ser substituído por uma vírgula, seguindo-se as recomendações da língua formal escrita.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
( ) O romance tem como pano de fundo a vida dos imigrantes alemães em Santa Catarina.
( ) A história se passa em ordem cronológica, ou seja, começa com o casamento da índia Sacramento com o alemão Homig e termina com a velhice do casal e seus bisnetos brincando à sua volta.
( ) O período “Percorri toda a cidade da infância, o cemitério...” (linhas 8 e 9) está inteiramente redigido na linguagem denotativa.
( ) Da leitura do excerto infere-se que o término do romance da narradora Lula foi motivado pelo episódio envolvendo o xixi.
( ) Na sequência do episódio do excerto, Zeca entrega à Lula uma carta amorosa que Ataliba escrevera à Menininha, personagem que causa tumulto à época por fugir aos padrões de comportamento moral da família.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
“Um dia fui ao mato conversar sozinha com as árvores e abaixei-me para fazer xixi.” (linhas 1 e 2, Texto 2)
I. Um dia fosse ao mato conversar sozinha com as árvores e te abaixastes para fazer xixi.
II. Um dia foste ao mato conversar sozinha com as árvores e te abaixaste para fazer xixi.
III. Um dia fostes ao mato conversar sozinha com as árvores e te abaixasse para fazer xixi.
É correto afirmar que:
I. Interpretar exige do leitor mais que decodificar o código escrito. Nessa perspectiva, para interpretar a frase “Das duas” (linha 3), o leitor precisou retomar a palavra implícita – cruz –, dar a ela o sentido denotativo e também o conotativo, para assim inferir a intenção do interlocutor Bonitão.
II. Chamando-se uma pessoa de cruz, quer se dizer que ela é tão pesada para ser carregada quanto uma cruz o é, logo, infere-se que Bonitão pretendeu dizer que Rosa era obesa.
III. Da leitura, infere-se que Rosa percebe os subentendidos nas ações comunicativas de Bonitão, dá sequência a eles, o que o motiva a prosseguir no que parece ser sua verdadeira intenção: seduzi-la.
IV. Ao se referir a si mesma em “e a outra... se quiser que vá atrás dele” (linha 4), Rosa leva o leitor a inferir que ela está muito feliz com a situação.
V. Da leitura da obra percebe-se que os subentendidos das ações comunicativas nem sempre são percebidos por Zé-do-Burro; este seu comportamento, juntamente com o teor da sua promessa, mais o seu propósito obstinado e a sua crença dão a ele características de homem simplório, ingênuo, devoto.
Assinale a alternativa correta.
Em relação a isso, assinale a alternativa correta.
( ) As personagens que constituem o enredo da narrativa não têm nome, exceto o filho, Felipe; são chamadas de “ele”, “o pai”, “a mãe”, “a filha” ou “a irmã”.
( ) Embora seja a esposa o sustentáculo da família durante o período em que o narrador não consegue publicar suas obras, ela mantém um papel secundário na narrativa.
( ) Paralelamente ao enredo da obra, são narradas as aventuras do escritor e da sua esposa quando jovens – como mochileiros – trabalhando em subempregos em vários países.
( ) O autor mescla a sua narrativa fazendo uso da intertextualidade – referência a obras literárias, filósofos, filmes, pinturas e até a desenhos animados
( ) Da leitura da obra infere-se a trajetória de dois personagens: o filho conduzido a treinamentos neurológicos; e o pai na busca pela publicação dos seus livros.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
I. Focando as percepções do pai, pode-se inferir que a trama narrativa explora um dos sentimentos mais mesquinhos do homem – a vergonha.
II. O período “que elas vão crescendo como couves” (linha 3) exprime uma circunstância de comparação.
III. Em “uma pequena vergonha” (linhas 8 e 9), o autor estabelece uma coesão semântica com “filho idiota” (linha 1).
IV. No período “a criança não se concentra muito, diz a fonoaudióloga, e ele se afasta dali” (linhas 6 e 7), há apenas discurso direto.
V. O excerto e a leitura da obra revelam uma forte rejeição do pai para com o filho e do filho para com o pai.
Assinale a alternativa correta.