Questões de Vestibular UECE 2021 para Prova de Conhecimentos Gerais - 1ª Fase
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Atente para o seguinte texto:
Apontada como a principal atleta das Olimpíadas de Tóquio e com uma expectativa de conquistar até seis medalhas de ouro, a ginasta Simone Biles trouxe os holofotes para uma questão que humanizou a estrela e que abrange toda a população mundial: a saúde mental. Após ter uma apresentação aquém do esperado no salto por equipes que rendeu uma prata para os Estados Unidos, a norte-americana surpreendeu a todos ao comunicar que não disputaria mais as finais individuais para se preservar e reconectar corpo e mente.
Disponível em https://www.uol.com.br/esporte/olimpiadas/ultimas-noticias/2021/08/09/top-10-momentos-marcantess-de-toquio.htm, acesso em 08 de setembro de 2021.
Considerando o texto acima, é correto inferir que a prática do esporte de alto rendimento
“Os grandes cientistas de Tales a Demócrito e Anaxágoras costumam ser descritos nos livros de história ou de filosofia como ‘pré-socráticos’, como se sua principal função fosse sustentar a fortaleza filosófica até o advento de Sócrates, Platão e Aristóteles, e talvez influenciá-los um pouco. Na verdade, os antigos jônios representam uma tradição diferente e bastante questionadora, muito mais compatível com a ciência moderna.”
SAGAN, Carl. A espinha dorsal da noite. In: Cosmos. Trad. bras. Paulo Seiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
É implícita a essa passagem de Carl Sagan (1934- 1996) acerca do surgimento e da história da filosofia grega a visão de que
“A teologia, para mim, é uma grandeza cultural na história da cultura do Ocidente. Creio que é uma grandeza constitutiva da tradição, sobretudo, filosófica: o termo ‘teologia’ nasceu da filosofia, é um termo criado por Platão. [...] Quando a filosofia ultrapassa o domínio daquilo que, de alguma maneira, é diretamente acessível à experiência e controlado por ela, entra neste domínio que Platão chama de ‘suprassensível’, inteligível, ou como quer que seja. Este é, para mim, um domínio no qual o problema teológico se apresenta inevitavelmente, porque se apresenta o problema da ordem das realidades e toda ordem supõe um princípio ordenador, tornando-se então, de alguma maneira, uma teologia.”
VAZ, Henrique Claudio de Lima. Filosofia e forma da ação.
Entrevista a Cadernos de filosofia alemã, 2, p. 77-102, 1997.
Na passagem acima citada, o filósofo brasileiro H. C. de Lima Vaz (1921-2002) apresenta uma interpretação do pensamento filosófico como uma teologia. Recorrendo à filosofia de Platão para explicar essa sua interpretação, ele termina por nos oferecer uma interpretação da própria teoria platônica das ideias, que seria uma espécie de teologia, porque
Leia com atenção o seguinte diálogo entre Galileu e o garoto Andrea, personagens da peça Vida de Galileu (1938-39), do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956):
“GALILEU – Você entendeu o que eu lhe expliquei ontem?
ANDREA – O quê? Aquela história de Copérnico e da rotação da Terra?
GALILEU – É.
ANDREA – Por que o senhor quer que eu entenda? É muito difícil, e eu ainda não fiz onze anos, vou fazer em outubro.
GALILEU – Mas eu quero que você entenda. É para que se entendam essas coisas que eu trabalho e compro livros caros em vez de pagar o leiteiro.
ANDREA – Mas eu vejo que o Sol de noite não está onde estava de manhã. Quer dizer que ele não pode ficar parado! Nunca, jamais...
GALILEU – Você vê?! O que você vê? Você não vê nada! Você arregala os olhos, mas arregalar os olhos não é ver.
Galileu põe a bacia de ferro no centro do quarto e diz:
GALILEU – Bem, isto é o Sol (aponta para a bacia).
Sente-se aí (aponta para a cadeira).
Andrea se senta na única cadeira, tendo a bacia à sua esquerda; Galileu fica de pé, atrás dele, e pergunta:
GALILEU – Onde está o Sol, à direita ou à esquerda?
ANDREA – À esquerda.
GALILEU – Como fazer para ele passar para a direita?
ANDREA – O senhor carrega a bacia para a direita, claro.
GALILEU – E não tem outro jeito?
Galileu levanta Andrea e a cadeira do chão, coloca-os do outro lado da bacia e pergunta:
GALILEU – Agora, onde está o Sol?
ANDREA – À direita.
GALILEU – E ele se moveu?
ANDREA – Ele, não.
GALILEU – O que é que se moveu?
ANDREA – Eu.
GALILEU (gritando) – Errado, seu desatencioso! A cadeira! A cadeira se moveu!
ANDREA – Mas eu com ela!
GALILEU – Claro, a cadeira é a Terra. Você está em cima dela.”
BRECHT, B. A vida de Galileu. Trad. Roberto Schwartz. In: Bertolt Brecht. Teatro completo, vol. 6.– 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Adaptado.
Com base no diálogo acima, é correto afirmar que, para o personagem Galileu, para compreender os fenômenos astronômicos acima discutidos,