Um escritor saxão, Aelferic, o Gramático, no seu
Colloquium, deixa-nos entrever um pouco da vida
do servo:
— Que dizes tu, lavrador, como fazes o teu
trabalho? — pergunta o professor.
— Eu, senhor, trabalho arduamente. De
madrugada vou levar os bois para o campo e os
atrelo ao arado; por mais rigoroso que seja o
inverno, não me atrevo a ficar em casa, com receio
do meu senhor; e depois de amarrar a relha e a
sega ao arado, tenho de lavrar um acre de terra
ou mais diariamente. — E que fazes mais durante o dia?
— Muita coisa mais: encher os cochos, dar água
aos bois e levar o esterco fora.
— É trabalho pesado?
— É, sim, é pesado porque não sou livre.
(MORTON. In: AQUINO et al., 1980, p. 390).
O papel do servo, na sociedade medieval, descrito no texto,
diferia do papel do homem livre, o vilão, porque este tinha
direito