Questões de Vestibular UERJ 2011 para Vestibular, Francês
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A tira traz um efeito de surpresa ao final, produzido pela cena inusitada de uma pessoa sentada no ar, como se isso fosse possível.
Esse efeito de surpresa se intensifica pelo fato de o último quadrinho contrastar com o seguinte aspecto da própria tira:
O texto de Mário Quintana se baseia em duas oposições: “gente bem” versus “criadas” e “este mundo” versus “o outro mundo”.
“O outro mundo” é representado, no texto, por alguns elementos evocados pelo narrador.
A expressão que melhor identifica tais elementos é:
Além da comparação entre papéis sociais, há no texto outra comparação, implícita, que indica uma compreensão do narrador acerca de comportamentos na sociedade.
Essa comparação implícita está em:
A não ser através d’ O tico-tico e da poesia de Camões, (l. 10-11)
A expressão em destaque torna a frase que ela introduz uma ressalva em relação ao que está enunciado anteriormente.
Essa ressalva evidencia que as leituras do poeta lhe davam a seguinte possibilidade:
O segundo parágrafo do texto revela mais claramente a compreensão do menino acerca daquela sociedade de papéis bem definidos, a partir da situação econômica de cada um.
O par de vocábulos, presentes no texto, que remete à divisão entre grupos sociais, tal como caracterizada pelo narrador, é:
Ter enxaqueca não era para todos, (l. 2)
Considerando que a afirmação acima não pode ser verdadeira, conclui-se que ela é feita para expressar outro sentido, menos literal.
O sentido expresso pela afirmação, no texto, pode ser definido como:
Memórias do cárcere, do romancista Graciliano Ramos, contam as desventuras do autor enquanto foi preso político no Presídio da Ilha Grande, em 1936.
Apesar de ser um livro autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de reconstrução da memória.
A consciência de Graciliano Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas memórias está evidenciada no seguinte trecho:
As palavras classificadas como advérbios agregam noções diversas aos termos a que se ligam na frase, demarcando posições, relativizando ou reforçando sentidos, por exemplo.
O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
Graciliano Ramos busca dar uma explicação mais objetiva ao leitor sobre os motivos que justificam seu relato. Entretanto, já nesta explicação, o autor lança mão de recursos da linguagem figurada, frequentes no discurso literário.
O fragmento do texto que melhor exemplifica o uso de linguagem figurada é:
Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. (l. 15-16)
O fragmento acima poderia ser reescrito com a inserção de um conectivo no início do trecho sublinhado.
Esse conectivo, que garantiria o mesmo sentido básico do fragmento, está indicado em:
Em sua reflexão acerca das possibilidades de recompor a memória para escrever o livro, o narrador utiliza um procedimento de construção textual que contribui para a expressão de suas inquietudes.
Tal procedimento pode ser identificado como:
Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. (l. 25-26)
O uso do verbo “julgar”, no fragmento acima, promove uma correção do que estava dito imediatamente antes.
Essa correção é importante para o sentido geral do texto porque:
Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. (l. 22)
Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança − isto é, a semelhança com a verdade − é mais importante do que a verdade mesma.
A melhor explicação para este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais convincente se:
Normalmente, é possível omitir elementos de construção de frases sem dificultar a compreensão do leitor, uma vez que ficam subentendidos pelo conjunto da própria estrutura ou pela sequência em que se apresentam.
O exemplo do texto em que há omissão de elementos de construção de frases, sem prejuízo da compreensão, é: