Questões de Vestibular UERJ 2017 para Vestibular, Primeiro Exame - Francês
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Star Trek ou “Jornada nas Estrelas”, um clássico da ficção científica, completou 50 anos de existência em 2016. A série mostrava as aventuras da tripulação da nave USS Enterprise no século XXIII, com mundos e raças alienígenas convivendo. Ao fazer analogias com situações da época, abordava questões sociais contemporâneas em um contexto futurista. O elenco era bem diferenciado, apresentando uma mulher negra, um asiático e um russo, que trabalhavam juntos e com papéis de destaque. O monólogo de introdução em cada episódio afirmava: “Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve”.
Adaptado de gamehall.uol.com.br.
O desenvolvimento dos conhecimentos no campo da astronomia amplia a visão cósmica, como lembra o texto do físico Marcelo Gleiser, e as novas possibilidades de intervenção humana repercutem na produção de textos e filmes de ficção científica, a exemplo da série televisiva “Jornada nas Estrelas”.
De acordo com a reportagem, os episódios da série fizeram analogias com situações das décadas de 1960 e 1970 ao tematizar os seguintes tópicos:
Marcelo Gleiser sustenta que a ciência descreve a realidade por meio de uma série de aproximações.
Desse modo, ele recusa a compreensão de que o objetivo da ciência seja estabelecer:
Os zoólogos em seus museus de História Natural, sem se deslocarem mais do que poucos metros e abrindo apenas algumas gavetas, puderam viajar através de todos os continentes. Muitos aspectos comuns, que não podiam ser vistos em espécies perigosas distantes no tempo e no espaço, passaram a aparecer facilmente entre o conteúdo de uma vitrina e o da próxima.
Adaptado de LOPES, M. O Brasil descobre a pesquisa científica:os museus e as ciências naturais no século XIX.
São Paulo: HUCITEC; Brasília: UnB, 2009.
No decorrer dos séculos XIX e XX, museus de História Natural foram criados em diversos países. Esses espaços buscavam não só expor curiosidades, como também promover, em novas bases, o conhecimento científico de fenômenos e seres vivos.
A promoção dessa forma de conhecimento sobre a natureza se relacionava com a seguinte
sequência de procedimentos:
O mapa milenar chinês “Yu Gong” fazia uma divisão esquemática de todo o mundo em cinco zonas retilíneas, organizadas de acordo com os quatro pontos cardeais baseados nos ventos. A civilização encontra-se no núcleo da imagem, destacando o domínio imperial. O grau de barbárie aumenta a cada quadrado que se afasta desse núcleo: governantes tributários, as regiões fronteiriças, os bárbaros “aliados” e, finalmente, a zona selvagem, sem cultura, que incluía a Europa.
Adaptado de BROTTON, J. Uma história do mundo em doze mapas. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
Tal como as teorias científicas, as concepções de mundo expressas através da cartografia também são aproximações passíveis de ajustes e revisões.
No texto, a descrição do referencial utilizado para a criação de um mapa milenar chinês aponta
para o seguinte aspecto, igualmente presente em documentos cartográficos de outras culturas:
Ao longo do texto, são mencionadas teorias que partem do princípio da unificação das forças da natureza.
Em relação a essas teorias, Marcelo Gleiser apresenta, no último parágrafo, uma atitude de:
Na charge, o personagem formula uma pergunta cuja resposta está sugerida pela imagem refletida no espelho.
A partir dos elementos contidos na imagem, trata-se de uma resposta que expressa o seguinte posicionamento:
Ocorre que o poder do espelho – esse de vidro e aço pendurado na parede (l. 12)
O fragmento introduzido pelo travessão especifica o sentido de espelho.
Além da função de especificar o sentido de uma palavra, esse fragmento também cumpre, no parágrafo, o papel de:
o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante. (l. 15)
No trecho, a expressão sublinhada enfatiza uma ideia, tal como se observa em:
É que o rosto não se reduz à dimensão da imagem: ele é a própria presentificação de um ser humano, em sua singularidade irrecusável. (l. 18-20)
Em relação à declaração feita antes dos dois-pontos, o trecho sublinhado possui valor de:
A literatura pode nos ajudar a amenizar o drama da paciente francesa. (l. 22)
No penúltimo parágrafo, a história do personagem citado pela autora reforça a seguinte tese central do texto:
Considere a hipótese de que o título “A terceira margem do rio” se refere também à própria ficção, que se desenvolve entre duas margens: a da realidade e a da imaginação.
O trecho do conto que melhor comprova essa hipótese de leitura é:
O conto constrói uma alegoria, ou seja, uma metáfora ampliada que o organiza.
Esse aspecto alegórico é reforçado pelo modo de identificação dos personagens, o que se faz por meio de:
Guimarães Rosa afirmou, em uma entrevista, que somente renovando a língua é que se pode renovar o mundo. Visando a essa renovação, recorria a neologismos e inversões pouco usuais de termos, explorando novos sentidos em seus textos.
Um exemplo dessas inversões encontra-se em:
De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos – sem fazer conta do se-ir do viver.
A expressão sublinhada é um exemplo das recriações linguísticas do autor. Seu sentido, com base no trecho citado, pode ser definido como:
− Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições.
A fala inicial do conto anuncia que a história combina gêneros textuais distintos.
Além da narrativa, o outro gênero que se realiza nesse conto é o da:
Marcelo Gleiser, em “O poder criativo da imperfeição”, formula uma tese a respeito da relação entre ciência e realidade. O narrador do conto estabelece reflexões acerca do conhecimento que dialogam com essa tese.
O trecho do conto que melhor sintetiza esse diálogo é:
Que amedrontadora visão seria então aquela? Quem o Monstro?
Com base na leitura do conto, a visão retratada na pergunta desencadeia o seguinte sentimento:
Solicito os reparos que se digne dar-me, a mim, servo do senhor, recente amigo, mas companheiro no amor da ciência, de seus transviados acertos e de seus esbarros titubeados. Sim?
No trecho final do conto, observa-se a ênfase de um recurso utilizado em todo o texto. Esse recurso produz o seguinte efeito: