Questões de Vestibular UFCG 2009 para Vestibular - Segunda Etapa - Dia 2
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Assaltante nordestino - Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Assaltante gaúcho - Ô, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá!
Assaltante carioca - Seguinte bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapa... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto... Assaltante baiano - Ô meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado.... Vai passando a grana, bem devagarinho... (longa pausa) Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
CEREJA, W.R; MAGALHÃES, T.C. Gramática Reflexiva, São Paulo:Atual. 2009,p27
O texto representa várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou região diferente do Brasil. Analisando-o é possível concluir que o texto:
I – representa as diversas identidades de lugar, narrando a possível cena de um assalto através da linguagem e do humor regionalistas. II – aborda a heterogeneidade do espaço geográfico brasileiro, dando visibilidade aos preconceitos linguísticos e à história dos costumes em três regiões do Brasil: Nordeste, Sudeste e Sul. III – representa comportamentos ou hábitos que supostamente caracterizam a população de diferentes Estados ou regiões brasileiras. IV – hierarquiza os costumes regionalistas, dando ênfase maior aos hábitos que identificam o povo do nordeste. V – narra, de modo preconceituoso, os espaços regionais brasileiros, sem levar em consideração os limites da homogeneidade de cada lugar.
Estão corretas:
(SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995,, p.370-371)
Texto II “Ainda hoje, quase não existe literatura em árabe retratando os norte-americanos; a exceção mais interessante é a grande série de romances de Abdelrahman el Munif [...], mas seus livros são proibidos em diversos países e a Arábia Saudita, sua terra natal, cassou-lhe a cidadania. Até onde sei, ainda não existe nenhum instituto ou grande departamento acadêmico no mundo árabe voltado principalmente para o estudo dos Estados Unidos”.
(SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 363)
A partir da leitura dos dois fragmentos textuais acima, escritos pelo intelectual palestino-americano Edward Said, e dos seus conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que os mesmos representam:
I – o estranhamento que separa o Ocidente do Islã, fruto de uma leitura racista e caricatural elaborada pelo Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos. II – o “desenraizamento” territorial existente no mundo árabe, em que intelectuais, a exemplo de Abdelrahman el Munif, teve a cidadania cassada ao abordar, em seus romances, os Estados Unidos. III – o pan-arabismo, uma tentativa dos Estados Unidos de modernizarem as sociedades árabes, unindo a política à religião. IV – os movimentos sociais de inclusão, simbolizados na luta de Edward Said para inserir os Estados Unidos como objeto de estudo nos departamentos acadêmicos no mundo árabe. V – o preconceito histórico e cultural que circula no ocidente, alicerçado na ideia de que os povos islâmicos são retardatários, primitivos e inferiores.
Estão corretas:
Eixo Temático: Identidades, alteridades e fronteiras nas sociedades contemporâneas.
A organização operária no Brasil teve início no princípio do século XX. Nesse contexto, produzir uma identidade positiva para o trabalhador exigia um esforço muito grande por parte da classe operária, que requisitava melhores condições de trabalho e aumento salarial.
(Adaptado de GOMES, Ângela de Castro. Cidadania e direitos do trabalho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.)
Em relação à temática acima, é INCORRETO afirmar
que:
Acerca dessa temática, é INCORRETO afirmar que Gandhi:
(CAMPOS, Flávio; MIRANDA, Renan G. A escrita da história. São Paulo: Escala Educacional, 2005, p. 584)
Sobre esta temática, identifique os slogans grafitados nos muros de Paris que marcaram Maio de 1968 na França, relacionando-os com os seus respectivos comentários. Depois assinale a alternativa INCORRETA.
(Adaptado de CAMPOS, F. de; MIRANDA, R. A escrita da história. São Paulo: Escala Educacional, 2005, p. 4 (Manual do Professor).
Tomando como referência as mais diferentes linguagens históricas, analise cada uma das assertivas abaixo, identificando os comentários adequados aos contextos históricos e tramas sociais.
(I)
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco! O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
(O bêbado e o equilibrista – Elis Regina)
Comentário I:
Música representativa dos anos da Ditadura Militar brasileira, Elis Regina interpretou e representou, nessa canção, assim como fizeram diversos artistas e intelectuais através de outras linguagens, os dramas político-sociais que enredavam o cenário nacional.
(II)
Nosso amor é mais gostoso,
Nossa saudade dura mais
Nosso abraço mais apertado
Nós não usa as “bleque-tais”.
Minhas juras são mais juras
Meus carinhos mais carinhoso
Tuas mão são mãos mais puras,
Teu jeito é mais jeitoso...
Nós se gosta muito mais,
Nós não usa as “bleque-tais”...
(GUARNIERI, Gianfrancesco. Eles não usam Black-Tie. 4ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985, p.26)
Comentário II:
Escrita durante o Estado Novo, a peça Eles não usam Black-Tie foi elaborada a partir de uma visão romântica para criticar a recepção e circulação de discursos estrangeiros no cenário brasileiro, advindos principalmente através do cinema. Nesse sentido, a peça põe em discussão várias temáticas, a exemplo dos conflitos entre operários e patrões, dilemas familiares e oposições a Getúlio Vargas.
(III)
Quem não conhece Severina Xique-xique,
que montou uma butique para vida
melhorar. Pedro Caroço, filho de Zeca Gamela,
passa o dia na esquina fazendo aceno para ela.
(Severina Xique Xique – Genival Lacerda)
Comentário III:
Identificado pela mídia como afilhado musical de Luiz Gonzaga, o paraibano Genival Lacerda ganhou sonoridade em todo o Brasil através da música “Severina Xique-Xique”, canção que transformou “Seu Vavá” em celebridade nacional a partir de 1975, circulando em todo o Brasil com seu refrão “ele está de olho é na butique dela”.
(IV)
Comentário IV:
Representativa do início dos anos 90, a novela Roque Santeiro, exibida pela TV Globo, faz alusão às tramas políticas do governo Collor de Melo, destacando-se as críticas à “Casa da Dinda”, à caça aos marajás e ao Plano Collor que bloqueou a caderneta de poupança de milhões de brasileiros.
(V)
Comentário V:
A literatura de Ziraldo ganhou visibilidade entre a geração infanto-juvenil com a publicação, no início dos anos 80 (século XX), do livro Menino Maluquinho, considerado o maior clássico da década para a criançada, tornando-se um dos livros mais vendidos no Brasil, além de ganhar o Prêmio Jabuti de Literatura.
Estão corretos os comentários: