“Povos e povos indígenas desapareceram da face da terra como consequência do que hoje se chama, num
eufemismo envergonhado, “o encontro” de sociedade do Antigo e do Novo Mundo. Esse morticínio nunca visto foi
fruto de um processo complexo cujos agentes for am homens e microrganismos mas cujos motores últimos
poderiam ser reduzidos a dois: ganância e ambição, formas culturais de expansão do que se convencionou chamar
o capitalismo mercantil. Motivos mesquinhos e não uma deliberada política de extermínio conseguiram esse
resultado espantoso de reduzir uma população que estava na casa dos milhões em 1500 aos parcos 200 mil índios
que hoje habitam o Brasil. [...]. Durante quase cinco séculos, os índios foram pensados como seres efêmeros, em
transição: transição para a cristandade, a civilização, a assimilação, o desaparecimento. Hoje se sabe que as
sociedades indígenas são parte de nosso futuro e não só de nosso passado. [...]”.
(CUNHA, Manuela Carneiro da.
História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 12-22)
Tabela I - População residente, segundo a situação do domicílio e condição de indígena – Brasil 1991/2010
1991 2000 2010
Total(1) 146.815.790 169.872.856 190.755.799
Não indígena 145.986.780 167.932.053 189.931.228
Indígena 294.131 734.127 817.963
Fonte: Censo 2010 | IBGE.
Tabela II - Proporção da população não branca em relação à população total por região do Brasil em 2010
Fonte: Censo 2010 | IBGE. *não branca (preta, parda, amarela e indígena).
Organizadora das Tabelas: Marta Maria Azevedo. O censo e os povos indígenas.
Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/quantos-sao/o-censo-2010-e-os-povos-indigenas
Com base no fragmento de texto da autora Manuela Carneiro da Cunha, do livro “História dos
Índios no Brasil” (1992), e nas tabelas I e II, considera -se: