Questões de Vestibular UFGD 2016 para Vestibular

Foram encontradas 60 questões

Ano: 2016 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2016 - UFGD - Vestibular |
Q1264535 Português
Leia o Fragmento baixo:
Ao chegar pediu o coronel que lhe dessem água do Apa e, ou porque lhe viessem à mente vagas reminiscências históricas, a propósito de caudais célebres, ou porque, após tanto abalo de espírito, experimentasse como que uma agitação febril, disse sorrindo: “Notemos a que hora provamos a água deste rio.” Puxou o relógio, bebeu e acrescentou a gracejar: “Desejo que este incidente seja consignado na história desta expedição, se algum dia a escreverem.” Pareceu empenhado que se lhe fizesse uma promessa em tal sentido. Foi o autor desta narrativa quem, em nome de todos, a tanto se comprometeu, e hoje o cumpre com religiosa exação porque a morte, de que estava o nosso chefe tão próximo, sabe, pela própria natureza enigmática, tudo enobrecer, tudo absolver e consagrar. É neste ponto o Apa correntoso; mas as grandes lajes que lhe calçam o leito como que convidam a entrar em suas belas águas. Foi o que fizeram muitos soldados; passaram vários para a outra margem a dizer que iam conquistar o Paraguai (TAUNAY, 2006, p. 74- 75). TAUNAY, Alfredo d'Escragnolle. A Retirada da Laguna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 2006 (Fragmento). 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Taunay em A Retirada da Laguna. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque: I. o narrador Taunay, embora não seguisse um roteiro organizado da viagem relata a realidade. Desta forma, constrói imagens fortes dos fatos vividos. Toda a imagem construída antes desse fato vivido por Taunay tem apenas a visão do Brasil litorâneo, caracterizado pela presença da Corte naquele local; através do relato ele consegue observar aspectos ainda não explorados e totalmente desconhecidos, usando da sua descrição com objetivo de informar. II. Visconde de Taunay (1843-1899) narra um episódio da Guerra do Paraguai, considerada a mais sangrenta da América do Sul. Sua obra destaca o cenário por onde ocorreu um fato histórico (Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai) e é através desse sertão que Taunay mostra a possível busca pelo desconhecido, na qual o que se pode encontrar nem sempre é o que se imagina. III. ao narrar num estilo singelo o fracasso dessa expedição militar, Taunay nos leva a refletir sobre questões como heroísmo, honra e dever. Dos 1680 homens que invadiram o Paraguai, apenas 500 voltaram vivos para o Brasil.
Assinale a alternativa CORRETA:
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Ano: 2016 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2016 - UFGD - Vestibular |
Q1264536 Português
Sobre o filme O menino e o Mundo podemos afirmar, exceto que:
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Ano: 2016 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2016 - UFGD - Vestibular |
Q1264537 Português

Leia a seguinte tirinha do humorista/ cartunista Quino:

Imagem associada para resolução da questão

Assinale a alternativa que melhor discute o efeito de humor contido na tirinha:

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Ano: 2016 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2016 - UFGD - Vestibular |
Q1264538 Português
Texto para a questão.

O Repertório e o Mercado 

O repertório de obras de arte atualmente servido ao público está deteriorado. Grande é o número de artistas que finge ignorar este fato: esta ignorância, verdadeira ou fingida, é crime. Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas; são criminosos todos aqueles que servilmente ficam atentos à última moda parisiense, ao último lançamento londrino, isto é, aqueles que renunciam à sua cidadania artística brasileira e se transformam em repetidores da arte alheia; são criminosos aqueles que apresentam sempre e apenas visões róseas do mundo através de universos feéricos das peças de boulevard, ou do psicologismo anglo-saxônico que tende a reduzir os mais graves problemas sociais e políticos a desajustes neuróticos de uns poucos cidadãos. 
São criminosos os fabricantes irresponsáveis de comedietas idiotas que, segundo a publicidade, “até parecem italianas." Estes são criminosos e não são artistas porque arte é sempre a manifestação sensorial da verdade e não estará dizendo a verdade o artista que constantemente ignore a guerra de genocídio do Vietnã, que ignore o lento assassinato pela fome de milhões de brasileiros no Norte, no Sul, no Centro, no Nordeste e no Centro-Oeste—estas são verdades nacionais e humanas que nenhuma mensagem presidencial, por mais esperta que seja, fará esquecer. Por que são tantos os grupos teatrais que se dedicam ao teatro apodrecido, ao teatro da mentira, corruptor? Tirante os pulhas por convicção, existem também os pulhas por comodismo. Os primeiros acreditam na conquista do mercado ainda que para isso seja necessário produzir "sob medida" para o rápido consumo. (...) O mercado é o demiurgo da arte—este lugar comum já foi destruído (...) entre o artista e o consumidor, numa sociedade capitalista, insere-se o mediador-capital, o mediado-patrocinador. O dinheiro, este sim, é o verdadeiro demiurgo do gosto artístico posto em prática.
O mercado consumidor de teatro é, em última análise, o fator determinante do conteúdo e da forma da obra de arte, da arte-mercadoria. E esse mercado, nos principais centros urbanos do país, é formado pela alta classe média, e daí para cima. O povo e a sua temática estão aprioristicamente excluídos. Este fato grave tem deformado a perspectiva criadora da maioria dos nossos artistas, que se atrelam aos desejos mais imediatos de "corte burguesa," da qual se tornam servis palhaços, praticando um teatro de classe, isto é, um teatro da classe proprietária, da classe opressora. A consequência lógica é uma arte de opressão.

Adaptado de BOAL, Augusto. “Que Pensa Você da Arte de Esquerda?”. Latin American Theatre Review. Primavera de 1970, p. 46-47.
Assinale a alternativa incorreta quanto à interpretação do texto acima:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2016 - UFGD - Vestibular |
Q1264539 Português
Texto para a questão.

O Repertório e o Mercado 

O repertório de obras de arte atualmente servido ao público está deteriorado. Grande é o número de artistas que finge ignorar este fato: esta ignorância, verdadeira ou fingida, é crime. Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas; são criminosos todos aqueles que servilmente ficam atentos à última moda parisiense, ao último lançamento londrino, isto é, aqueles que renunciam à sua cidadania artística brasileira e se transformam em repetidores da arte alheia; são criminosos aqueles que apresentam sempre e apenas visões róseas do mundo através de universos feéricos das peças de boulevard, ou do psicologismo anglo-saxônico que tende a reduzir os mais graves problemas sociais e políticos a desajustes neuróticos de uns poucos cidadãos. 
São criminosos os fabricantes irresponsáveis de comedietas idiotas que, segundo a publicidade, “até parecem italianas." Estes são criminosos e não são artistas porque arte é sempre a manifestação sensorial da verdade e não estará dizendo a verdade o artista que constantemente ignore a guerra de genocídio do Vietnã, que ignore o lento assassinato pela fome de milhões de brasileiros no Norte, no Sul, no Centro, no Nordeste e no Centro-Oeste—estas são verdades nacionais e humanas que nenhuma mensagem presidencial, por mais esperta que seja, fará esquecer. Por que são tantos os grupos teatrais que se dedicam ao teatro apodrecido, ao teatro da mentira, corruptor? Tirante os pulhas por convicção, existem também os pulhas por comodismo. Os primeiros acreditam na conquista do mercado ainda que para isso seja necessário produzir "sob medida" para o rápido consumo. (...) O mercado é o demiurgo da arte—este lugar comum já foi destruído (...) entre o artista e o consumidor, numa sociedade capitalista, insere-se o mediador-capital, o mediado-patrocinador. O dinheiro, este sim, é o verdadeiro demiurgo do gosto artístico posto em prática.
O mercado consumidor de teatro é, em última análise, o fator determinante do conteúdo e da forma da obra de arte, da arte-mercadoria. E esse mercado, nos principais centros urbanos do país, é formado pela alta classe média, e daí para cima. O povo e a sua temática estão aprioristicamente excluídos. Este fato grave tem deformado a perspectiva criadora da maioria dos nossos artistas, que se atrelam aos desejos mais imediatos de "corte burguesa," da qual se tornam servis palhaços, praticando um teatro de classe, isto é, um teatro da classe proprietária, da classe opressora. A consequência lógica é uma arte de opressão.

Adaptado de BOAL, Augusto. “Que Pensa Você da Arte de Esquerda?”. Latin American Theatre Review. Primavera de 1970, p. 46-47.
No trecho “Em teatro, são criminosos os elencos cuja preocupação principal consiste em quitandeiramente ganhar alguns cobres servindo aos apetites mais rasteiros das plateias tranquilas (...)” o termo “quitandeiramente” se refere a:
Alternativas
Respostas
36: B
37: C
38: B
39: D
40: B