Questões de Vestibular UNEB 2016 para Vestibular - Português/Inglês/Ciências
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AMADO, Jorge. A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água. 42. ed. Rio de Janeiro: Record. p. 45-47.
Considerando-se o trecho destacado no contexto da obra, a forma verbal “restaurara”, em “restaurara Joaquim Soares da Cunha”, pode ser entendida como
O largo seria apenas isso não fosse a mulher que vem tropeçando muito, talvez bêbada ou uma epiléptica, quase a alcançar a escadaria do pátio da igreja. Cai, estremecendo, em silêncio. — Misericórdia! Exclamo, já a correr, aproximando-me. E, mal me debruço para acudi-la, não tenho dúvida de que está morrendo. Dois ou três minutos de vida, no máximo. [...] Há a bolsa de couro, no chão, ao lado do corpo. Usada, gasta, suja. Aí, junto aos pés, é como uma parte do corpo que deve guardar os pertences da mulher. [...] a mulher no calçamento, morta, indiferente ao mundo.”
FILHO, Adonias. Um corpo sem nome. O Largo da Palma. Rio de Janeiro: Bertrand, Brasil, 2005. p. 73-74.
Fragmento 2
O que se espera, pelo mais certo das coisas, é que faleçam os avós antes dos netos, e que sejamos sepultados por nossos filhos. Do contrário, toda tristeza se multiplica pelo peso das nossas dores. Este sentimento me abrasava em gelo naquele exato instante, quando senti as palavras pontiagudas do médico, no momento da maior aflição: — Sinto muito, acabamos de perdê-lo. Eu o havia perdido antes mesmo de sua morte. Isso era o doloroso: não poder confortá-lo e amparar-me em seus últimos hálitos. Mas como pôde meu pai morrer assim, longe de nossos olhos e palavras, atrelado ao mundo por tentáculos de monitores? Era um jeito completamente contrário aos nossos sentimentos. [...] Era inglória a morte de meu pai, ele não a desejava assim. E isso era um peso, só agora eu o media. Ele sempre dizia não temer sua hora em sua justa vez, que se fosse dignamente ao lado dos seus, como parte de nossas vidas, como era o certo em seus bons tempos, sem as salvações por apenas uns dias e horas.
FONSECA, Aleilton. O desterro dos mortos: contos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. p. 91-92.
Considerando-se os fragmentos dos textos no contexto das obras O Largo da Palma e O desterro dos mortos, marque V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas, as afirmações sobre elas.
( ) Os fragmentos destacados apresentam identidade temática na medida em que abordam questões como abandono e solidão na momento da morte. ( ) A moça que morre no Largo da Palma ilustra bem um drama existencial: o anonimato de uma morte solitária. ( ) O filho que perde o pai se dá conta da solidão a que são condenados os doentes terminais em hospitais, sem a presença reconfortante de parentes e amigos. ( ) Tanto a moça que morre na Palma como o pai que morre deixando o filho saudoso representam o anonimato social, seres que morrem sem ter contribuído na construção do tecido social. ( ) As narrativas ilustram bem os problemas ligados à contemporaneidade que ocorrem como consequência dos avanços tecnológicos.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
O Cárcere das Almas
AH! Toda alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades. Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma, entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e funéreas Nas prisões colossais e abandonadas Da Dor no calabouço, atroz, funéreo
Nesses silêncios solitários, graves, Que chaveiro do Céu possui as chaves Para abrir-vos as portas do mistério?!
SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1960. p. 73.
Texto B
Corpo no cerco os quatro pontos do globo os quatro cantos do céu as quatro esquinas do quarto o corpo todo travado no olhar cicatrizado
nas mãos as chaves oxi(sol)dadas onde as portas (de sair aonde ?) onde o norte só desnorte mais a leste, sem oeste
os meus membros quatro exatos quatro minhas as paredes cerco do corpo no quarto meu corpo cortado em quatro
CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978. p. 20-21.
Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em
CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes), 1944 Óleo s/ tela 190 x 180 cm. Col. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo, Brasil. Disponível em: http://www.proa.org/exhibiciones/pasadas/portinari/salas/id_portinari_retirantes.html. Acesso em: 14 fev. 2016.
A imagem destacada, de Candido Portinari, dialoga com alguns romances da literatura regionalista, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O Quinze, de Rachel de Queiroz, e Essa Terra, de Antônio Torres.
Em relação a Essa Terra, de Antônio Torres, a alternativa que está inadequada ao contexto global da obra é a