Questões de Vestibular UNIOESTE 2016 para Vestibular - Manhã

Foram encontradas 21 questões

Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261923 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Qual dos pares abaixo, segundo o texto, NÃO indica modos opositivos de conceber o mundo?
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261924 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Marque a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261925 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Segundo o texto, a escolha de uma palavra em detrimento de outras revela
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261926 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Segundo o texto, o vocabulário politicamente correto, em si mesmo, não é suficiente, ainda que possa ser bem intencionado. Sobre isso, NÃO se pode afirmar que
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261927 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Leia o recorte do texto abaixo e marque a alternativa CORRETA.
As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261928 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Segundo o texto, marque a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261929 Português
PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
Segundo o texto, há diversas estratégias que contribuem para a reeducação do olhar das pessoas, com EXCEÇÃO de
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261930 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

De acordo com o texto, marque a alternativa que menciona produto(s) falsificado(s) que, ao ser(em) utilizado(s) pelo consumidor, não oferece(m) risco.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261931 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

No texto, o autor afirma que
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261932 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

Considerando o contexto, assinale a alternativa que melhor traduz o trecho “Every time a new haul of fake designer goods is seized...”.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261933 Inglês

O texto a seguir se refere à questão.

Fonte: https://garfield.com/comic/2016/05/22

Imagem associada para resolução da questão

De acordo com o texto, é CORRETO afirmar que

Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261934 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.


Challenges concerning multiculturalism in Canada

   The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice since its introduction in 1971. It was originally created as a policy based on the logic of ethnicity, modified to deal with racism and amended to include freedom of religion. In 1988 the Canadian Multiculturalism Act was passed. 

   Canada is considered a nation of immigrants such that cultural diversity is often presented as the essence of national identity. However, it is difficult to negotiate social and political policy when trying to speak for such a varied populace. Two very real challenges that Canada faces in regard to multiculturalism are the clash of cultures and the socioeconomic position of immigrants.

    An example of clash of cultures is the one between English and French-Canada. The province of Quebec has always asserted a distinct identity and an inclination towards separatism from the rest of the country. In 1995, there was a referendum in the province of Quebec concerning separation in which 49% of the voting population voted “yes” and 51% voted “no”. The clash between French and English-Canada is primarily a cultural clash with Quebec concerned with preserving its own history, language and values; fearing these things are apt to become lost within English-Canada. Since the referendum, tensions have cooled a bit and Canada’s national administration has increased their efforts to accommodate Quebec identity within a Canadian identity.

     Another challenge of multiculturalism is the socioeconomic position of immigrants. Diversity is supported by governmental policy but Canada is still a society where racist interactions and poor-bashing are severely detrimental to minorities (especially recent arrivals). There are many barriers to equal integration, especially in education, housing and employment. For example, in the workforce it is very difficult to get a job when the potential employer feels you are not speaking “proper” English or you do not have any Canadian work experience on your resumé. This often leads to overqualified people in full-time minimum wage positions with little or no benefits and no access, time or funds for language classes or other training programs. These sorts of circumstances lead to isolation, alienation, poverty and unsafe environments where a new immigrant does not feel safe to report or act against harassment or abuse.

Source: Adapted from http://globalcitizens.pbworks.com/w/page/9036226/Challenges%20Concerning%20Multiculturalism%20in%20Canada.


Assinale a alternativa que contém a ideia central do texto.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261935 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.


Challenges concerning multiculturalism in Canada

   The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice since its introduction in 1971. It was originally created as a policy based on the logic of ethnicity, modified to deal with racism and amended to include freedom of religion. In 1988 the Canadian Multiculturalism Act was passed. 

   Canada is considered a nation of immigrants such that cultural diversity is often presented as the essence of national identity. However, it is difficult to negotiate social and political policy when trying to speak for such a varied populace. Two very real challenges that Canada faces in regard to multiculturalism are the clash of cultures and the socioeconomic position of immigrants.

    An example of clash of cultures is the one between English and French-Canada. The province of Quebec has always asserted a distinct identity and an inclination towards separatism from the rest of the country. In 1995, there was a referendum in the province of Quebec concerning separation in which 49% of the voting population voted “yes” and 51% voted “no”. The clash between French and English-Canada is primarily a cultural clash with Quebec concerned with preserving its own history, language and values; fearing these things are apt to become lost within English-Canada. Since the referendum, tensions have cooled a bit and Canada’s national administration has increased their efforts to accommodate Quebec identity within a Canadian identity.

     Another challenge of multiculturalism is the socioeconomic position of immigrants. Diversity is supported by governmental policy but Canada is still a society where racist interactions and poor-bashing are severely detrimental to minorities (especially recent arrivals). There are many barriers to equal integration, especially in education, housing and employment. For example, in the workforce it is very difficult to get a job when the potential employer feels you are not speaking “proper” English or you do not have any Canadian work experience on your resumé. This often leads to overqualified people in full-time minimum wage positions with little or no benefits and no access, time or funds for language classes or other training programs. These sorts of circumstances lead to isolation, alienation, poverty and unsafe environments where a new immigrant does not feel safe to report or act against harassment or abuse.

Source: Adapted from http://globalcitizens.pbworks.com/w/page/9036226/Challenges%20Concerning%20Multiculturalism%20in%20Canada.


Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao sentido dos trechos reproduzidos.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261936 Inglês

O texto a seguir se refere a questão.


Challenges concerning multiculturalism in Canada

   The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice since its introduction in 1971. It was originally created as a policy based on the logic of ethnicity, modified to deal with racism and amended to include freedom of religion. In 1988 the Canadian Multiculturalism Act was passed. 

   Canada is considered a nation of immigrants such that cultural diversity is often presented as the essence of national identity. However, it is difficult to negotiate social and political policy when trying to speak for such a varied populace. Two very real challenges that Canada faces in regard to multiculturalism are the clash of cultures and the socioeconomic position of immigrants.

    An example of clash of cultures is the one between English and French-Canada. The province of Quebec has always asserted a distinct identity and an inclination towards separatism from the rest of the country. In 1995, there was a referendum in the province of Quebec concerning separation in which 49% of the voting population voted “yes” and 51% voted “no”. The clash between French and English-Canada is primarily a cultural clash with Quebec concerned with preserving its own history, language and values; fearing these things are apt to become lost within English-Canada. Since the referendum, tensions have cooled a bit and Canada’s national administration has increased their efforts to accommodate Quebec identity within a Canadian identity.

     Another challenge of multiculturalism is the socioeconomic position of immigrants. Diversity is supported by governmental policy but Canada is still a society where racist interactions and poor-bashing are severely detrimental to minorities (especially recent arrivals). There are many barriers to equal integration, especially in education, housing and employment. For example, in the workforce it is very difficult to get a job when the potential employer feels you are not speaking “proper” English or you do not have any Canadian work experience on your resumé. This often leads to overqualified people in full-time minimum wage positions with little or no benefits and no access, time or funds for language classes or other training programs. These sorts of circumstances lead to isolation, alienation, poverty and unsafe environments where a new immigrant does not feel safe to report or act against harassment or abuse.

Source: Adapted from http://globalcitizens.pbworks.com/w/page/9036226/Challenges%20Concerning%20Multiculturalism%20in%20Canada.


Mark the CORRECT alternative.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261937 Literatura
Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  
Com base na leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261938 Literatura
Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  
Assinale a alternativa INCORRETA, considerando os poemas originais de onde os versos foram extraídos.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261939 Literatura
Assinale a alternativa INCORRETA, tendo em vista as citações dos contos de Machado de Assis e o que se declara a respeito.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261940 Literatura
Em Vestida de preto, de Mário de Andrade, o reencontro do narrador com a prima Maria, por quem este nutriu uma intensa paixão juvenil, é marcado por um sentimento descrito como:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261941 Literatura
Com base no conto A nova Califórnia, de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: UNIOESTE - 2016 - UNIOESTE - Vestibular - Manhã |
Q1261942 Literatura
Em Terras do sem fim, quem é a personagem que, caracterizada pelo engrandecimento, aparece no romance através de histórias marcadas pela superstição, violência e desonestidade: venda da alma ao diabo, tocaia interesseira e mortes bárbaras: “cortara-lhe as orelhas, a língua, o nariz e os ovos”?
Alternativas
Respostas
1: E
2: E
3: C
4: A
5: B
6: B
7: C
8: D
9: C
10: A
11: B
12: D
13: A
14: E
15: E
16: C
17: D
18: B
19: E
20: A