Instrução: Para responder a questão,
leia o texto Sabores da terra, da escritora Leyla Leong.
Nada está comprovado, mas tudo indica que a grandiosidade da floresta tem algo a ver com a distribuição generosa do
alimento e dos sentimentos entre os habitantes da Amazônia.
O círculo alvo do beiju, que é preparado e consumido pelos índios de forma fraterna, pressupõe a igualdade diante da
mesa e a irmandade em torno do alimento.
A abundância inesgotável dos rios, com seus peixes multiformes; as cores e os perfumes saborosos dos frutos, dão à
culinária amazonense um caráter essencialíssimo, que o europeu colonizador, o gosto parisiense da época da borracha e a
modernidade da Zona Franca não conseguiram alterar.
O calor das brasas, um pouco de sal, o cheiro-verde e o
toque dramático da pimenta, pontuam o paladar.
O resto fica por conta da mandioca que, transformada em
farinha, sela o destino dos amazonenses.
Com tão pouco vivemos em grandes famílias, à beira dos
rios, em comunhão com um mundo enorme que nos abraça
solidário, oferecendo-nos a vida todos os dias.
É que o sabor é muito forte, o cheiro inesquecível. E a
hospitalidade já se tornou lendária.
A comida entre as populações ribeirinhas é o fruto diário
da providência divina.
À beira de um rio nada se planeja e o destino nasce na
rede do pescador e no som de uma fruta, que se parte madura.
O sabor ativo da carne branca e macia do peixe pede pouca
interferência do tempero.
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