Em maio deste ano, a divulgação do vídeo de uma
moça desacordada, vítima de um estupro coletivo, provocou
grande indignação na população. Num primeiro
momento, prevaleceu a revolta diante da barbárie e a percepção
de que o machismo, base da chamada “cultura
do estupro”, persiste na sociedade. Passado o primeiro
momento, as opiniões divergentes começaram a surgir.
Entre os que não veem o machismo como propulsor de
crimes desse tipo estão aqueles (e aquelas!) que consideraram
os autores do ato uns “monstros”, o que faz do
episódio um caso isolado, perpetrado por pessoas más.
Houve quem analisasse o fato do ponto de vista da psicologia,
sugerindo que, num estupro coletivo, o que importa
é o grupo, não a mulher (como ocorre nos trotes contra
calouros e na agressão entre torcidas de futebol). Mais
uma vez, temos uma reflexão que se propõe explicar os
fatos à luz do indivíduo e seu psiquismo. Outros deslocam
o problema para as classes sociais menos favorecidas.
São os que costumam ficar horrorizados com a existência
de favelas, ambientes onde meninas dançam com pouca
roupa ao som das letras machistas do funk.
(Thaís Nicoleti. “Discursos em torno da ‘cultura do estupro’”.
www.uol.com.br, 09.06.2016. Adaptado.)
Considerando o conjunto dos argumentos mobilizados no
texto para explicar a violência contra a mulher na sociedade
atual, é correto afirmar que