Questões de Vestibular SÃO CAMILO 2017 para Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina

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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799407 Não definido
Para responder à questão, leia o poema “pobre alimária” de Oswald de Andrade (1890-1954), publicado em 1925. 

pobre alimária

O cavalo e a carroça
Estavam atravancados nos trilhos
E como o motorneiro² se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou Mas o lesto³ carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote

(Obras completas, vol 7, 1974.)

¹ alimária: animal quadrúpede.
² motorneiro: indivíduo que dirige bonde.
³ lesto: ágil, ligeiro.

É correto afirmar que o poema
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799408 Não definido
Para responder à questão, leia o poema “pobre alimária” de Oswald de Andrade (1890-1954), publicado em 1925. 

pobre alimária

O cavalo e a carroça
Estavam atravancados nos trilhos
E como o motorneiro² se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou Mas o lesto³ carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote

(Obras completas, vol 7, 1974.)

¹ alimária: animal quadrúpede.
² motorneiro: indivíduo que dirige bonde.
³ lesto: ágil, ligeiro.

Os sujeitos de “estavam” (2° verso) e “desatravancaram” (5° verso) podem ser classificados, respectivamente, como
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799409 Não definido
Leia o excerto do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.

     Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. [...]
     O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos¹. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa.

(Dom Casmurro, 1971.)

¹ campo-santo: cemitério. 
No excerto, o narrador
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799410 Não definido
Leia o excerto do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.

     Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. [...]
     O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos¹. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa.

(Dom Casmurro, 1971.)

¹ campo-santo: cemitério. 
Considere os trechos:
•  “Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.” •  “Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.”
As figuras de linguagem utilizadas pelo autor nesses trechos são, respectivamente,
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799411 Não definido
Leia o excerto do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.

     Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. [...]
     O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos¹. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa.

(Dom Casmurro, 1971.)

¹ campo-santo: cemitério. 
“O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta.” (2° parágrafo)
No trecho, a palavra “hábito” está empregada na seguinte acepção:
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799412 Não definido
Leia o texto de Eugênio Bucci para responder à questão.

     Se há, como há, um “marketing do bem” que promove a solidariedade social, devemos admitir que a solidariedade se tornou um valor de mercado e um valor para o mercado. Logo, estamos diante de uma “solidariedade de mercado”, uma solidariedade que é não bem um sentimento interior, mas uma imagem de solidariedade. É uma imagem que ganha vida própria e que vai se associar a outras imagens para valorizá-las – imagens de empresas, de marcas, de governos e governantes, de personalidades públicas. A solidariedade, assim posta, como imagem autônoma ou como imagem que reforça outras imagens, existe no mercado não como um fim que se basta, um fim desinteressado, mas como um argumento para o consumo – o consumo de marcas (consumo que é pago em dinheiro, pela compra dos produtos), de governos e governantes (consumo que é pago em delegação de poder, pelo voto), de personalidades públicas, as tais celebridades (que são consumidas pela imitação, pela admiração, o que se remunera com índices de popularidade). Portanto, esse tipo mercadológico de solidariedade, além de constituir um valor de mercado e para o mercado, torna-se também um fator que, para usar aqui a linguagem dos marqueteiros e marquetólogos, “agrega valor” a produtos, marcas, empresas, pessoas e governos. A solidariedade assim posta, mais que um valor ético, é um fator de lucro – ou de proteção contra prejuízos (econômicos e de imagem). É, necessariamente, uma solidariedade exibicionista.

(Eugênio Bucci. “A solidariedade que não teme aparecer”. In: Eugênio Bucci
e Maria Rita Kehl. Videologias: ensaios sobre televisão, 2004.)
Implícita à argumentação do autor está a ideia de que a solidariedade deveria ser
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799413 Não definido
Leia o texto de Eugênio Bucci para responder à questão.

     Se há, como há, um “marketing do bem” que promove a solidariedade social, devemos admitir que a solidariedade se tornou um valor de mercado e um valor para o mercado. Logo, estamos diante de uma “solidariedade de mercado”, uma solidariedade que é não bem um sentimento interior, mas uma imagem de solidariedade. É uma imagem que ganha vida própria e que vai se associar a outras imagens para valorizá-las – imagens de empresas, de marcas, de governos e governantes, de personalidades públicas. A solidariedade, assim posta, como imagem autônoma ou como imagem que reforça outras imagens, existe no mercado não como um fim que se basta, um fim desinteressado, mas como um argumento para o consumo – o consumo de marcas (consumo que é pago em dinheiro, pela compra dos produtos), de governos e governantes (consumo que é pago em delegação de poder, pelo voto), de personalidades públicas, as tais celebridades (que são consumidas pela imitação, pela admiração, o que se remunera com índices de popularidade). Portanto, esse tipo mercadológico de solidariedade, além de constituir um valor de mercado e para o mercado, torna-se também um fator que, para usar aqui a linguagem dos marqueteiros e marquetólogos, “agrega valor” a produtos, marcas, empresas, pessoas e governos. A solidariedade assim posta, mais que um valor ético, é um fator de lucro – ou de proteção contra prejuízos (econômicos e de imagem). É, necessariamente, uma solidariedade exibicionista.

(Eugênio Bucci. “A solidariedade que não teme aparecer”. In: Eugênio Bucci
e Maria Rita Kehl. Videologias: ensaios sobre televisão, 2004.)
“Se há, como há, um ‘marketing do bem’ que promove a solidariedade social, devemos admitir que a solidariedade se tornou um valor de mercado e um valor para o mercado.”
As preposições destacadas expressam, respectivamente, os sentidos de
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799414 Não definido
Leia o texto de Eliane Brum para responder à questão.

     Hannah Arendt alcançou o conceito de “a banalidade do mal” ao testemunhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann, em Jerusalém, e perceber que ele não era um monstro com um cérebro deformado, nem demonstrava um ódio pessoal e profundo pelos judeus. Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos. Eichmann seria só mais um burocrata cumprindo ordens que não lhe ocorreu questionar. A banalidade do mal se instala na ausência do pensamento.
      A boçalidade do mal, uma das explicações possíveis para o atual momento, é um fenômeno gerado pela experiência da internet. Ou pelo menos ligado a ela. Desde que as redes sociais abriram a possibilidade de que cada um expressasse livremente, digamos, o seu “eu mais profundo”, a sua “verdade mais intrínseca”, descobrimos a extensão da cloaca humana. O que se passou foi que descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro paredes, mas também o que acontece entre as duas orelhas de cada um. Descobrimos o que cada um de fato pensa sem nenhuma mediação ou freio. E descobrimos que a barbárie íntima e cotidiana sempre esteve lá, aqui, para além do que poderíamos supor, em dimensões da realidade que só a ficção tinha dado conta até então.
      Descobrimos, por exemplo, que aquele vizinho simpático com quem trocávamos amenidades bem educadas no elevador defende o linchamento de homossexuais. E que mesmo os mais comedidos são capazes de exercer sua crueldade e travesti-la de liberdade de expressão. Nas postagens e comentários das redes sociais, seus autores deixam claro o orgulho do seu ódio e muitas vezes também da sua ignorância. Com frequência reivindicam uma condição de “cidadãos de bem” como justificativa para cometer todo o tipo de maldade, assim como para exercer com desenvoltura seu racismo, sua coleção de preconceitos e sua abissal intolerância com qualquer diferença.
    Ainda temos muito a investigar sobre como a internet, uma das poucas coisas que de fato merecem ser chamadas de revolucionárias, transformou a nossa vida e o nosso modo de pensar e a forma como nos enxergamos. A mesma possibilidade de se mostrar, que nos revelou o ódio, gerou também experiências maravilhosas, inclusive de negação do ódio. Do mesmo modo, a internet ampliou a denúncia de atrocidades e a transformação de realidades injustas, tanto quanto tornou o embate no campo da política muito mais democrático.
      Meu objetivo aqui é chamar a atenção para um aspecto que me parece muito profundo e definidor de nossas relações atuais. A sociedade brasileira, assim como outras, mas da sua forma particular, sempre foi atravessada pela violência. Fundada na eliminação do outro, primeiro dos povos indígenas, depois dos negros escravizados, sua base foi o esvaziamento do diferente como pessoa, e seus ecos continuam fortes. A internet trouxe um novo elemento a esse contexto. Quero entender como indivíduos se apropriaram de suas possibilidades para exercer seu ódio – e como essa experiência alterou nosso cotidiano para muito além da rede.

(“A boçalidade do mal”. http://brasil.elpais.com, 02.03.2015. Adaptado.)
Segundo a autora, a “boçalidade do mal”
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799415 Não definido
Leia o texto de Eliane Brum para responder à questão.

     Hannah Arendt alcançou o conceito de “a banalidade do mal” ao testemunhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann, em Jerusalém, e perceber que ele não era um monstro com um cérebro deformado, nem demonstrava um ódio pessoal e profundo pelos judeus. Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos. Eichmann seria só mais um burocrata cumprindo ordens que não lhe ocorreu questionar. A banalidade do mal se instala na ausência do pensamento.
      A boçalidade do mal, uma das explicações possíveis para o atual momento, é um fenômeno gerado pela experiência da internet. Ou pelo menos ligado a ela. Desde que as redes sociais abriram a possibilidade de que cada um expressasse livremente, digamos, o seu “eu mais profundo”, a sua “verdade mais intrínseca”, descobrimos a extensão da cloaca humana. O que se passou foi que descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro paredes, mas também o que acontece entre as duas orelhas de cada um. Descobrimos o que cada um de fato pensa sem nenhuma mediação ou freio. E descobrimos que a barbárie íntima e cotidiana sempre esteve lá, aqui, para além do que poderíamos supor, em dimensões da realidade que só a ficção tinha dado conta até então.
      Descobrimos, por exemplo, que aquele vizinho simpático com quem trocávamos amenidades bem educadas no elevador defende o linchamento de homossexuais. E que mesmo os mais comedidos são capazes de exercer sua crueldade e travesti-la de liberdade de expressão. Nas postagens e comentários das redes sociais, seus autores deixam claro o orgulho do seu ódio e muitas vezes também da sua ignorância. Com frequência reivindicam uma condição de “cidadãos de bem” como justificativa para cometer todo o tipo de maldade, assim como para exercer com desenvoltura seu racismo, sua coleção de preconceitos e sua abissal intolerância com qualquer diferença.
    Ainda temos muito a investigar sobre como a internet, uma das poucas coisas que de fato merecem ser chamadas de revolucionárias, transformou a nossa vida e o nosso modo de pensar e a forma como nos enxergamos. A mesma possibilidade de se mostrar, que nos revelou o ódio, gerou também experiências maravilhosas, inclusive de negação do ódio. Do mesmo modo, a internet ampliou a denúncia de atrocidades e a transformação de realidades injustas, tanto quanto tornou o embate no campo da política muito mais democrático.
      Meu objetivo aqui é chamar a atenção para um aspecto que me parece muito profundo e definidor de nossas relações atuais. A sociedade brasileira, assim como outras, mas da sua forma particular, sempre foi atravessada pela violência. Fundada na eliminação do outro, primeiro dos povos indígenas, depois dos negros escravizados, sua base foi o esvaziamento do diferente como pessoa, e seus ecos continuam fortes. A internet trouxe um novo elemento a esse contexto. Quero entender como indivíduos se apropriaram de suas possibilidades para exercer seu ódio – e como essa experiência alterou nosso cotidiano para muito além da rede.

(“A boçalidade do mal”. http://brasil.elpais.com, 02.03.2015. Adaptado.)
Segundo o texto, se “a banalidade do mal se instala na ausência do pensamento”, pode-se inferir que a “boçalidade do mal” ocorre na ausência de
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799416 Não definido
Leia o texto de Eliane Brum para responder à questão.

     Hannah Arendt alcançou o conceito de “a banalidade do mal” ao testemunhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann, em Jerusalém, e perceber que ele não era um monstro com um cérebro deformado, nem demonstrava um ódio pessoal e profundo pelos judeus. Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos. Eichmann seria só mais um burocrata cumprindo ordens que não lhe ocorreu questionar. A banalidade do mal se instala na ausência do pensamento.
      A boçalidade do mal, uma das explicações possíveis para o atual momento, é um fenômeno gerado pela experiência da internet. Ou pelo menos ligado a ela. Desde que as redes sociais abriram a possibilidade de que cada um expressasse livremente, digamos, o seu “eu mais profundo”, a sua “verdade mais intrínseca”, descobrimos a extensão da cloaca humana. O que se passou foi que descobrimos não apenas o que cada um faz entre quatro paredes, mas também o que acontece entre as duas orelhas de cada um. Descobrimos o que cada um de fato pensa sem nenhuma mediação ou freio. E descobrimos que a barbárie íntima e cotidiana sempre esteve lá, aqui, para além do que poderíamos supor, em dimensões da realidade que só a ficção tinha dado conta até então.
      Descobrimos, por exemplo, que aquele vizinho simpático com quem trocávamos amenidades bem educadas no elevador defende o linchamento de homossexuais. E que mesmo os mais comedidos são capazes de exercer sua crueldade e travesti-la de liberdade de expressão. Nas postagens e comentários das redes sociais, seus autores deixam claro o orgulho do seu ódio e muitas vezes também da sua ignorância. Com frequência reivindicam uma condição de “cidadãos de bem” como justificativa para cometer todo o tipo de maldade, assim como para exercer com desenvoltura seu racismo, sua coleção de preconceitos e sua abissal intolerância com qualquer diferença.
    Ainda temos muito a investigar sobre como a internet, uma das poucas coisas que de fato merecem ser chamadas de revolucionárias, transformou a nossa vida e o nosso modo de pensar e a forma como nos enxergamos. A mesma possibilidade de se mostrar, que nos revelou o ódio, gerou também experiências maravilhosas, inclusive de negação do ódio. Do mesmo modo, a internet ampliou a denúncia de atrocidades e a transformação de realidades injustas, tanto quanto tornou o embate no campo da política muito mais democrático.
      Meu objetivo aqui é chamar a atenção para um aspecto que me parece muito profundo e definidor de nossas relações atuais. A sociedade brasileira, assim como outras, mas da sua forma particular, sempre foi atravessada pela violência. Fundada na eliminação do outro, primeiro dos povos indígenas, depois dos negros escravizados, sua base foi o esvaziamento do diferente como pessoa, e seus ecos continuam fortes. A internet trouxe um novo elemento a esse contexto. Quero entender como indivíduos se apropriaram de suas possibilidades para exercer seu ódio – e como essa experiência alterou nosso cotidiano para muito além da rede.

(“A boçalidade do mal”. http://brasil.elpais.com, 02.03.2015. Adaptado.)
Em “Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos.” (1° parágrafo), o termo destacado pode ser substituído, sem prejuízo de sentido para o texto, por
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799417 Não definido
Ao tomar posse nessa sexta-feira (20.01.2017) como o 45° presidente dos Estados Unidos, Donald Trump prometeu que, tanto nos EUA quanto no exterior, buscará sempre o interesse dos norte-americanos em primeiro lugar. “A partir deste dia, uma nova visão governará nossa terra. A partir deste dia, vai ser apenas a América primeiro. América primeiro!”, disse Trump. Segundo ele, a partir de agora, todas “as decisões sobre o comércio, sobre impostos, sobre imigração, sobre assuntos externos, serão feitas para beneficiar trabalhadores americanos e fábricas americanas”.
(http://agenciabrasil.ebc.com.br. Adaptado.)
O discurso do presidente estadunidense Donald Trump traz elementos que retomam o conceito de
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799418 Não definido
Imagem associada para resolução da questão
(http://gazetadopovo.com.br)
O cartograma representa os fluxos de refugiados sírios entre os anos de 2010 e 2015. É correto afirmar que o destino desses deslocamentos está concentrado nos países localizados
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799419 Não definido
Analise o gráfico da variação dos preços internacionais do barril de petróleo.

Imagem associada para resolução da questão
(https://biodieselbr.com. Adaptado.)
Os eventos que justificam os dois choques do petróleo são, respectivamente,
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799420 Não definido
A ruptura da Barragem Fundão e o grave dano da Barragem de Santarém, na mina Samarco Mineração S.A., no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana, Minas Gerais, produziu uma corrente de lodo com resíduos da exploração mineral que destruiu o povoado de Bento Rodrigues, provocando um número de vítimas mortais ainda não conhecido com precisão e contaminando a Bacia do Rio Doce, que abastece de água quinze importantes cidades.
(http://diplomatique.org.br)
O município de Mariana, local do maior acidente com barragens de rejeitos de mineração da história, integra a região geográfica de Minas Gerais conhecida como
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799421 Não definido
Uma estimativa sobre a vegetação natural remanescente indica que o Cerrado sofreu um grande impacto. Cerca de 78,7% de sua área estão sob alguma forma de uso pelo homem, o que significa que apenas 21,3%, ou 432.814 km², ainda se conservam intactos.
(http://conservation.org)
A principal atividade econômica responsável pelo desmatamento do Cerrado brasileiro nos dias atuais corresponde
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799422 Não definido
Os aglomerados subnormais são áreas ocupadas irregularmente por domicílios que possuem diversas carências de infraestrutura básica. O gráfico a seguir organiza a distribuição desses aglomerados no Brasil de acordo com as Grandes Regiões do IBGE.

Imagem associada para resolução da questão
(http://biblioteca.ibge.gov.br. Adaptado.)
Sobre as caraterísticas relacionadas à presença de aglomerados subnormais no Brasil, é correto afirmar que
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799423 Não definido
A imagem de satélite representa um trecho da Serra do Mar próximo ao município de Cubatão, no estado de São Paulo.
Imagem associada para resolução da questão

(www.google.com.br)
Considerando seus aspectos geomorfológicos, é correto afirmar que a Serra do Mar constitui
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799424 Não definido
A infraestrutura para suprir as demandas das cidades tem provocado alterações na cobertura do solo, com vegetação sendo substituída por ruas, estacionamentos, edificações e moradias. Como resultado, a temperatura do ar das regiões mais pavimentadas cria ilhas de calor, que possuem variabilidade no decorrer do dia e dependem da cobertura do solo e do tempo de exposição à radiação.
(Helena Ribeiro et al. “Clima urbano e saúde”. Estudos Avançados, janeiro/abril de 2016.)
O processo de transformação das cidades abordado no excerto tem como consequência, entre outras,
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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799425 Não definido
Imagem associada para resolução da questão
(https://latuffcartoons.wordpress.com. Adaptado.)
A charge faz referência
Alternativas
Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2017 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2017 - Medicina |
Q1799426 Não definido
Em uma carta topográfica cuja escala é 1/50000, a distância em linha reta entre duas cidades é de 5,5 cm. Assinale a alternativa que indica corretamente a distância real entre essas duas cidades.
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: A
4: B
5: D
6: C
7: E
8: E
9: D
10: A
11: C
12: B
13: C
14: E
15: B
16: B
17: A
18: D
19: A
20: D