Questões de Vestibular INSPER 2018 para Administração e Economia
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Morri cem vezes
e cem vezes renasci
sob os golpes do açoite.
Testemunharam
a dança dos algozes
em torno do meu cadáver.
Tornei-me mineral
memória da dor.
Para sobreviver,
recolhi das chagas do corpo
a lua vermelha de minha crença,
no meu sangue amanhecendo.
[...]
Porque sou o poeta
dos mortos assassinados,
dos eletrocutados, dos “suicidas”,
dos “enforcados” e “atropelados”,
dos que “tentaram fugir”,
dos enlouquecidos.
dos torturados,
dos “desaparecidos”,
dos atirados ao mar,
sou os olhos atentos
sobre o crime.
Leia os textos para responder à questão.
Texto I
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos
de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos
onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso
excedia as raias de um capricho juvenil.
– Dessa vez, disse ele, vais para Europa; vais cursar uma
universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para homem
sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um
gesto de espanto: — Gatuno, sim senhor; não é outra cousa
um filho que me faz isto...
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
Texto II
Ela deixou um bilhete, dizendo que ia sair fora
Levou meu coração, alguns CDs e o meu livro mais da hora
Mas eu não sei qual a razão, não entendi por que ela foi embora
E eu fiquei pensando em como foi e qual vai ser agora
É que pena, pra mim tava tão bom aqui
Com a nega mais teimosa e a mais linda que eu já vi
Dividindo o edredom e o filminho na TV
Chocolate quente e meus olhar era só pro cê
Mas cê não quis, eu era mó feliz e nem sabia
Beijinho de caramelo que recheava meus dia
(Luccas Carlos, Bilhete 2.0 [fragmento]. Em: https://www.letras.mus.br)
Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amote assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac, Poesias)
No poema, o eu lírico