Questões do Enem
Sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português
Foram encontradas 39 questões
[Do lat. *pannella, dim. do lat. vulg. panna, ‘frigideira’.] Substantivo feminino.
1. Vasilha de barro ou de metal destinada à cocção de alimentos.
2. O conteúdo desse recipiente: Comeu uma panela de feijão.
3. Fig. V. panelinha (1 a 4).
4. Gír. Nádegas, traseiro.
5. Bras. Cavidade subterrânea onde as formigas depositam suas larvas.
PANELA. In: Novo Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.0.
Os verbetes constituem um conjunto de acepções, isto é, pequenas notas e apontamentos que compõem as entradas de um dicionário. Com base na leitura do verbete “panela”, vê-se que a função da linguagem predominante é a metalinguística, pois nele se
estou farta da materialidade embrulhada do signo da metalinguagem narcísica dos poetas do texto de espelho em punho revirando os óculos modernos
estou farta dessa falta enxuta dessa ausência de objetos rotundos e contundentes do conluio entre cifras e cifrantes da feminil hora quieta da palavra da lista (política raquítica sifilítica) de supersignos cabais: “duro ofício”, “espaço em branco”, “vocábulo delirante”, “traço infinito” quero antes a página atravancada de abajures o zoológico inteiro caindo pelas tabelas a sedução os maxilares o plágio atroz ratas devorando ninhadas úmidas multidões mostrando as dentinas multidões desejantes diluvianas bandos ilícitos fartos excessivos pesados e bastardos a pecar e por cima os cortinados do pudor vedando tudo com goma de mascar
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
Recorrendo à intertextualidade e à metalinguagem, esse poema expande os referentes da poética de Manuel Bandeira ao

Nesse anúncio publicitário, o trecho que concentra concomitantemente marcas das funções conativa e emotiva da linguagem é
Nesse cartaz, a expressão “Vou deixar que você se vá”, em conjunto com os elementos não verbais utilizados, tem a finalidade de
Sinto que é mais complicado ser jovem hoje, já que nunca tivemos essa superpopulação no planeta: haja competitividade, culto à beleza, ter filho ou não, estudar, ralar para arranjar trabalho, ser mal remunerado, ser bombardeado com trocentas informações, lavagens cerebrais...
Queria dar beijinhos e carinhos sem ter fim nessa moçada e dizer a ela que a barra é pesada mesmo, mas que a juventude está a seu favor e, de repente, a maré de tempestade muda. Diria também um monte de clichê: que vale a pena estudar mais, pesquisar mais, ler mais. Diria que não é sinal de saúde estar bem-adaptado a uma sociedade doente, que o que é normal para uma aranha é o caos para uma mosca.
Meninada, sintam-se beijados pela vovó Rita.
RITA LEE. Outra autobiografia. São Paulo: Globo Livros, 2023.
Como estratégia para se aproximar de seu leitor, a autora usa uma postura de empatia explicitada em
Capítulo 4, versículo 3
Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além E tem disposição pro mal e pro bem Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico Ou juiz, ou réu, o bandido do céu Malandro ou otário, quase sanguinário Franco atirador se for necessário Revolucionário, insano, ou marginal Antigo e moderno, imortal Fronteira do céu com o inferno Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.
RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).
TEXTO II
Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.
GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).
Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto II manifesta-se
A falta do absorvente afeta diretamente o desempenho escolar dessas estudantes e, como consequência, restringe o desenvolvimento de seu potencial na vida adulta. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, revelaram que, das meninas entre 10 e 19 anos que deixaram de fazer alguma atividade (estudar, realizar afazeres domésticos, trabalhar ou, até mesmo, brincar) por problemas de saúde nos 14 dias anteriores à data da pesquisa, 2,88% deixaram de fazê-la por problemas menstruais. Para efeitos de comparação, o índice de meninas que relataram não ter conseguido realizar alguma de suas atividades por gravidez e parto foi menor: 2,55%.
Dados da ONU apontam que, no mundo, uma em cada dez meninas falta às aulas durante o período menstrual. No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes. Com isso, perdem, em média, até 45 dias de aula, por ano letivo, como revela o levantamento Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil. O ato biológico de menstruar acaba por virar mais um fator de desigualdade de oportunidades entre os gêneros.
Disponível em: www12.senado.leg.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
Esse texto é marcado pela função referencial da linguagem, uma vez que cumpre o propósito de

LAERTE. Mapa-múndi. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 out. 2021.
Nesse cartum, a predominância da função poética da linguagem manifesta-se na
“Dá-me um beijo”, ela me disse, E eu nunca mais voltei lá. Quem fala “dá-me” não ama, Quem ama fala “me dá” “Dá-me um beijo” é que é correto, É linguagem de doutor, Mas “me dá” tem mais afeto, Beijo me-dado é melhor. A gramática foi feita Por um velho professor, Por isso é tão má receita Pra dizer coisas de amor. O mestre pune com zero Quem não diz “amo-te”. Aposto Que em casa ele é mais sincero E diz pra mulher: “te gosto” Delírio dos olhos meus, Estás ficando antipática. Pelo diabo ou por deus Manda às favas a gramática. Fala, meu cheiro de rosa, Do jeito que estou pedindo: “Hoje estou menas formosa, Com licença, vou se indo”. Comete miles de erros, Mistura tu com você, E eu proclamarei aos berros: “Vós és o meu bem querer”.
LAGO, M. Disponível em: www.mariolago.com.br. Acesso em: 30 out. 2021.
Nesse poema, o eu lírico defende o uso de algumas estruturas consideradas inadequadas na norma-padrão da língua. Esse uso, exemplificado por “me dá” e “te gosto”, é legitimado
Disponível em: https://twitter.com/emicida. Acesso em: 23 out. 2021.
Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede social, o autor utiliza uma linguagem
Senhoras e senhores constituintes.
Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa.
A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.
A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.
Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.
Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência e a inépcia.
O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.
Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.
Termino com as palavras com que comecei esta fala.
A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança.
Que a promulgação seja o nosso grito.
Mudar para vencer. Muda, Brasil!
Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30 out. 2021.
O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se, respectivamente, nos trechos:
A doença é grave e vem causando preocupação na região metropolitana da capital mineira
Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmoniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro.
Disponível em: https://revista encontro.com.br. Acesso em: 11 dez 2017.
Essa notícia além de cumprir sua função informativa, assume o papel de
Zanza daqui Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim Vamos embora
Ver o capim Vero baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Quando eu morrer Cansado de guerra Morro de bem Com a minha terra: Cana, caqui Inhame, abóbora Onde só vento se semeava outrora Amplidão, nação, sertão sem fim Ó Manuel, Miguilim Vamos embora BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva pode ser identificada no ver
Anatomia
Qual a matéria do poema?
A fúria do tempo com suas unhas e algemas?
Qual a semente do poema?
A fornalha da alma com os seus divinos dilemas?
Qual a paisagem do poema?
A selva da língua com suas feras e fonemas?
Qual o destino do poema?
O poço da página com suas pedras e gemas?
Qual o sentido do poema?
O sol da semântica com suas sombras pequenas?
Qual a pátria do poema?
O caos da vida e a vida apenas?
CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br.
Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento).
Além da função poética, predomina no poema a função metalinguística, evidenciada
As cartas de amor
deveriam ser fechadas
com a língua.
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão
capturado pelo envelope,
a letra tremendo
como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor
deveriam ser abertas com os dentes.
CARPINEJAR, F. Como no céu. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2005.
No texto predomina a função poética da linguagem,
pois ele registra uma visão imaginária e singularizada
de mundo, construída por meio do trabalho estético da
linguagem. A função conativa também contribui para esse
trabalho na medida em que o enunciador procura
O país recebeu 33 866 pedidos de refúgio de imigrantes no ano de 2017, segundo um relatório recente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.
A definição clássica de refugiado é “o imigrante que sofre de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”.
No entanto, a Acnur, agência da ONU para refugiados, já tem um entendimento ampliado do que pode configurar um refugiado, incorporando também as características de uma crise humanitária: fome generalizada, ausência de acesso a medicamentos e serviços básicos e perda de renda.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 maio 2018 (adaptado).
Nesse texto, a função metalinguística tem papel fundamental, pois revela que o direito de o imigrante ser tratado como refugiado no Brasil depende do(a)
DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola, 2017.
Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a predominância da função metalinguística
da linguagem, como seria de se esperar. Identificam-se elementos que subvertem o gênero
por meio da incorporação marcante de características da função
Disponível em: www.ricmais.com.br. Acesso em: 10 nov. 2011 (adaptado).
De acordo com as intenções comunicativas e os recursos linguísticos que se destacam,
determinadas funções são atribuídas à linguagem. A função que predomina nesse texto é a
conativa, uma vez que ele
BANDEIRA. M. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Brasília: INL, 1984.
Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é a