Questões do Enem
Sobre funções da linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. em português
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[Do lat. *pannella, dim. do lat. vulg. panna, ‘frigideira’.] Substantivo feminino.
1. Vasilha de barro ou de metal destinada à cocção de alimentos.
2. O conteúdo desse recipiente: Comeu uma panela de feijão.
3. Fig. V. panelinha (1 a 4).
4. Gír. Nádegas, traseiro.
5. Bras. Cavidade subterrânea onde as formigas depositam suas larvas.
PANELA. In: Novo Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.0.
Os verbetes constituem um conjunto de acepções, isto é, pequenas notas e apontamentos que compõem as entradas de um dicionário. Com base na leitura do verbete “panela”, vê-se que a função da linguagem predominante é a metalinguística, pois nele se
estou farta da materialidade embrulhada do signo da metalinguagem narcísica dos poetas do texto de espelho em punho revirando os óculos modernos
estou farta dessa falta enxuta dessa ausência de objetos rotundos e contundentes do conluio entre cifras e cifrantes da feminil hora quieta da palavra da lista (política raquítica sifilítica) de supersignos cabais: “duro ofício”, “espaço em branco”, “vocábulo delirante”, “traço infinito” quero antes a página atravancada de abajures o zoológico inteiro caindo pelas tabelas a sedução os maxilares o plágio atroz ratas devorando ninhadas úmidas multidões mostrando as dentinas multidões desejantes diluvianas bandos ilícitos fartos excessivos pesados e bastardos a pecar e por cima os cortinados do pudor vedando tudo com goma de mascar
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
Recorrendo à intertextualidade e à metalinguagem, esse poema expande os referentes da poética de Manuel Bandeira ao

Nesse anúncio publicitário, o trecho que concentra concomitantemente marcas das funções conativa e emotiva da linguagem é

LAERTE. Mapa-múndi. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 out. 2021.
Nesse cartum, a predominância da função poética da linguagem manifesta-se na
“Dá-me um beijo”, ela me disse, E eu nunca mais voltei lá. Quem fala “dá-me” não ama, Quem ama fala “me dá” “Dá-me um beijo” é que é correto, É linguagem de doutor, Mas “me dá” tem mais afeto, Beijo me-dado é melhor. A gramática foi feita Por um velho professor, Por isso é tão má receita Pra dizer coisas de amor. O mestre pune com zero Quem não diz “amo-te”. Aposto Que em casa ele é mais sincero E diz pra mulher: “te gosto” Delírio dos olhos meus, Estás ficando antipática. Pelo diabo ou por deus Manda às favas a gramática. Fala, meu cheiro de rosa, Do jeito que estou pedindo: “Hoje estou menas formosa, Com licença, vou se indo”. Comete miles de erros, Mistura tu com você, E eu proclamarei aos berros: “Vós és o meu bem querer”.
LAGO, M. Disponível em: www.mariolago.com.br. Acesso em: 30 out. 2021.
Nesse poema, o eu lírico defende o uso de algumas estruturas consideradas inadequadas na norma-padrão da língua. Esse uso, exemplificado por “me dá” e “te gosto”, é legitimado
Disponível em: https://twitter.com/emicida. Acesso em: 23 out. 2021.
Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede social, o autor utiliza uma linguagem
Senhoras e senhores constituintes.
Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa.
A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.
A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.
Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.
Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência e a inépcia.
O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.
Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.
Termino com as palavras com que comecei esta fala.
A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança.
Que a promulgação seja o nosso grito.
Mudar para vencer. Muda, Brasil!
Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30 out. 2021.
O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se, respectivamente, nos trechos:
A doença é grave e vem causando preocupação na região metropolitana da capital mineira
Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmoniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro.
Disponível em: https://revista encontro.com.br. Acesso em: 11 dez 2017.
Essa notícia além de cumprir sua função informativa, assume o papel de
Zanza daqui Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim Vamos embora
Ver o capim Vero baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Quando eu morrer Cansado de guerra Morro de bem Com a minha terra: Cana, caqui Inhame, abóbora Onde só vento se semeava outrora Amplidão, nação, sertão sem fim Ó Manuel, Miguilim Vamos embora BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva pode ser identificada no ver
Anatomia
Qual a matéria do poema?
A fúria do tempo com suas unhas e algemas?
Qual a semente do poema?
A fornalha da alma com os seus divinos dilemas?
Qual a paisagem do poema?
A selva da língua com suas feras e fonemas?
Qual o destino do poema?
O poço da página com suas pedras e gemas?
Qual o sentido do poema?
O sol da semântica com suas sombras pequenas?
Qual a pátria do poema?
O caos da vida e a vida apenas?
CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br.
Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento).
Além da função poética, predomina no poema a função metalinguística, evidenciada
As cartas de amor
deveriam ser fechadas
com a língua.
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão
capturado pelo envelope,
a letra tremendo
como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor
deveriam ser abertas com os dentes.
CARPINEJAR, F. Como no céu. Rio de Janeiro: Bertrand Russel, 2005.
No texto predomina a função poética da linguagem,
pois ele registra uma visão imaginária e singularizada
de mundo, construída por meio do trabalho estético da
linguagem. A função conativa também contribui para esse
trabalho na medida em que o enunciador procura
O país recebeu 33 866 pedidos de refúgio de imigrantes no ano de 2017, segundo um relatório recente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.
A definição clássica de refugiado é “o imigrante que sofre de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”.
No entanto, a Acnur, agência da ONU para refugiados, já tem um entendimento ampliado do que pode configurar um refugiado, incorporando também as características de uma crise humanitária: fome generalizada, ausência de acesso a medicamentos e serviços básicos e perda de renda.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 maio 2018 (adaptado).
Nesse texto, a função metalinguística tem papel fundamental, pois revela que o direito de o imigrante ser tratado como refugiado no Brasil depende do(a)
DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola, 2017.
Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a predominância da função metalinguística
da linguagem, como seria de se esperar. Identificam-se elementos que subvertem o gênero
por meio da incorporação marcante de características da função
Disponível em: www.ricmais.com.br. Acesso em: 10 nov. 2011 (adaptado).
De acordo com as intenções comunicativas e os recursos linguísticos que se destacam,
determinadas funções são atribuídas à linguagem. A função que predomina nesse texto é a
conativa, uma vez que ele
BANDEIRA. M. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Brasília: INL, 1984.
Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é a
O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visualização on-line, compartilhamento ou download (sob licença Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altíssima resolução, além de livros, estudos e pesquisas sobre a história da arte.
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a arte, vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor acredita que quanto mais pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas pessoais acontecerão aos museus.
A coleção está disponível em seis categorias: paisagens urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar pela imagem em alta definição, basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o download, disponível para obras de domínio público, é preciso utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.
Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza por
“Escrever não é uma questão apenas de satisfação pessoal”, disse o filósofo e educador pernambucano Paulo Freire, na abertura de suas Cartas a Cristina, revelando a importância do hábito ritualizado da escrita para o desenvolvimento de suas ideias, para a concretização de sua missão e disseminação de seus pontos de vista. Freire destaca especial importância à escrita pelo desejo de “convencer outras pessoas”, de transmitir seus pensamentos e de engajar aqueles que o leem na realização de seus sonhos.
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.
Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem exercer, em alguma medida, a função conativa, porque a atividade de escrita, notadamente, possibilita
A imagem da negra e do negro em produtos de
beleza e a estética do racismo
Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de estereótipos negativos nessas imagens dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira. A análise do material imagético aponta a desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e atuante no cotidiano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para uma “descolonização estética” que empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade.
Palavras-chave: Estética, racismo, mídia, educação, diversidade.
SANT’ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo. Dossiê: trabalho e educação básica. Margens Interdisciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n.16,jun. 2017 (adaptado).
O cumprimento da função referencial da linguagem é uma marca característica do gênero resumo de artigo acadêmico. Na estrutura desse texto, essa função é estabelecida pela
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.
ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa,
depreende-se a predominância de uma das funções da
linguagem, identificada como