Questões do Enem Comentadas sobre português
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A unidade de sentido de um texto se constrói a partir
daquilo que é dito, daquilo que não é dito, a partir do modo
de se dizer, dos motivos, das aparências, do contexto.
Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende-se
que
A análise do modo como esse texto foi construído revela que a expressão
Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês.
CHICO BUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento).
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constatase que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a influência de outra realidade cultural na língua portuguesa. Essas palavras constituem evidências de
"Eu quero ter um milhão de amigos" é o famoso verso da linda canção Eu quero apenas, de Roberto Carlos. Adaptado aos nossos tempos, o verso representa o anseio que está na base do atual sucesso das redes sociais. Desde que Orkut, Facebook, MySpace, Twitter, Linkedln e outros estão entre nós, precisamos mais do que nunca ficar atentos ao sentido das nossas relações. Sentido que é alterado pelos meios a partir dos quais são promovidas essas mesmas relações.
O fato é que as redes brincam com a promessa que estava contida na música do Rei apenas como metáfora. O que a canção põe em cena é da ordem do desejo cuja característica é ser oceânico e inespecífico. Desejar é desejar tudo, é mais que querer. Mas quem participa de uma rede social ultrapassa o limite do desejo e entra na esfera da potencialidade de uma realização que vem tornar problemática a relação entre o real e o imaginário.
TIBURI, M. Complexo de Roberto Carlos. In: Revista Cult, São Paulo: Bregantini, n. 154, fev. 2011(fragmento).
O verso da canção de Roberto Carlos é usado no artigo para explicar o sucesso mundial das redes sociais. Para a autora, essas redes são eficazes, pois
Os gêneros textuais nascem emparelhados a
necessidades e atividades da vida sociocultural.
Por isso, caracterizam-se por uma função social
específica, um contexto de uso, um objetivo
comunicativo e por peculiaridades linguísticas e
estruturais que lhes conferem determinado formato.
Esse classificado procura convencer o leitor a
comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se
Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
[...]
As ruas me pertencem.
Mas não há casas nas ruas.
As casas foram destruídas desde a minha infância.
Os seus habitantes vagueiam no espaço
À procura de um lar.
[...]
Só é meu
O mundo que trago dentro da alma.
BANDEIRA, M. Um poema d e Chagall. In: Estrela da vida inteira: poem as traduzidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento).
A arte, em suas diversas manifestações, desperta
sentimentos que atravessam fronteiras culturais.
Relacionando a temática do texto com a imagem,
percebe-se a ligação entre a
Cantora afirma que não faz questão de lançar moda, mas gosta de estar "bonitona" e de se vestir bem
Em entrevista concedida a um jornal televisivo, a cantora Adele disse que gosta de estar bonitona quando se veste, mas é profissional: “não faço questão de lançar moda. Música é para os ouvidos, não para os olhos. Vocês nunca vão me ver cantando de biquíni".
Com edição de imagens rápidas, cujos trechos da entrevista exclusiva se mesclavam com os de clipes, e texto cheio de adjetivos, o jornal disse que a fuga de Adele para o sofrimento é colocar na partitura das músicas todo seu rancor.
O rompimento de dois namoros deu origem aos álbuns 19 (2008) e 21 (2010): "é o meu jeito de superar a dor... funcionou".
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 30 set. 2011 (adaptado).
As declarações da cantora ao jornal expressam sua opinião a respeito do comportamento dos artistas. Suas palavras sugerem que
Em variados momentos de nossa vida, precisamos
interpretar as diferentes linguagens dos sistemas de
comunicação. O gráfico é um desses sistemas, que, no
caso apresentado, indica que as habilidades associadas
à inteligência humana variam de acordo com a idade.
Considerando essa informação, constata-se que
Entrevista
Almir Suruí
Não temos o direito de ficar isolados
Soa contraditório, mas a mesma modernidade que quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro contato promete salvar a cultura e preservar o território desse povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos, fechou uma parceria inédita com o Google e levou a tecnologia às tribos. Os índios passaram a valorizar a história dos anciãos. E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as tradições da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e GPS para delimitar suas terras e identificar os desmatamentos ilegais. Em 2011, Almir Suruí foi eleito pela revista americana Fast Company um dos 100 líderes mais criativos do mundo dos negócios.
ÉPOCA - Quando o senhor percebeu que a internet poderia ser uma aliada do povo suruí?
Almir Suruí - Meu povo acredita no diálogo. Para nós, é uma ferramenta muito importante. Sem a tecnologia, não teríamos como dialogar suficientemente para propor e discutir os direitos e territórios de nosso povo. Nós, povos indígenas, não temos mais o direito de ficar isolados. Ao usar a tecnologia, valorizamos a floresta e criamos um novo modelo de desenvolvimento. Se a gente usasse a tecnologia de qualquer jeito, seria um risco. Mas hoje temos a pretensão de usar a ferramenta para valorizar nosso povo, buscar nossa autonomia e ajudar na implementação das políticas públicas a favor do meio ambiente e das pessoas.
RIBEIRO, A. Época, 20 fev. 2012 (fragmento).
As tecnologias da comunicação e informação podem ser consideradas como artefatos culturais. No fragmento de entrevista, Almir Suruí argumenta com base no pressuposto de que
Disponível em: http://blog.educacionai.com.br. Acesso em: 30 set. 2011.
As variações e as mudanças nas línguas estão correlacionadas a fatores sociais. Na tira, a dedução do pai da garota
é confirmada e gera o efeito de humor, pois seu interlocutor apresenta um vocabulário
No Brasil de hoje são falados por volta de 200 idiomas. As nações indígenas do país falam cerca de 180 línguas, e as comunidades de descendentes de imigrantes cerca de 30 línguas. Há uma ampla riqueza de usos, práticas e variedades no âmbito da própria língua portuguesa falada no Brasil, diferenças estas de caráter diatópico (variações regionais) e diastrático (variações de classes sociais) pelo menos. Somos, portanto, um país de muitas línguas, tal qual a maioria dos países do mundo (em 94% dos países são faladas mais de uma língua).
Fomos no passado, ainda muito mais do que hoje, um território plurilíngue. Cerca de 1078 línguas indígenas eram faladas quando aqui aportaram os portugueses, há 500 anos, segundo estimativas de Rodrigues (1993). Porém, o Estado português e, depois da independência, o Estado brasileiro, que o sucedeu, tiveram por política impor o português como a única língua legítima, considerando-a "companheira do Império". A política linguística principal do Estado sempre foi a de reduzir o número de línguas, num processo de glotocídio (eliminação de línguas) por meio do deslocamento linguístico, isto é, de sua substituição pela língua portuguesa. Somente na primeira metade do século XX, segundo Darcy Ribeiro, 67 línguas indígenas desapareceram no Brasil — mais de uma por ano, portanto. Das cerca de 1 078 línguas indígenas faladas em 1 500, ficamos com aproximadamente 180 em 2000 (um decréscimo de 85%), e várias destas 180 encontram-se em estado avançado de desaparecimento.
Disponível em: www.cultura.gov. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).
As línguas indígenas contribuíram, entre outros aspectos, para a introdução de novas palavras no português do Brasil. De acordo com o texto apresentado, infere-se que a redução do número de línguas indígenas
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem assumir três posições na oração em relação ao verbo. Próclise, quando o pronome é colocado antes do verbo, devido a partículas atrativas, como o pronome relativo. Ênclise, quando o pronome é colocado depois do verbo, o que acontece quando este estiver no imperativo afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição “a” ou quando o verbo estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o verbo estiver flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso coloquial da língua portuguesa. No entanto, ainda é encontrada em contextos mais formais, como se observa em:
Na tira, o recurso utilizado para produzir humor é a
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir todas as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
A progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos, e pela conexão entre esses recursos e as ideias que eles expressam. Na crônica, a continuidade textual é construída, predominantemente, por meio
Buscar melhorar as habilidades de movimento, encarar as dificuldades que se apresentam em um jogo, propor-se a correr o risco de ganhar ou de perder são requisitos que tornam um jogador mais hábil a cada dia e um ser humano mais competente. Saber lidar com o erro e a derrota como processo de evolução para vencer e atingir metas é outro fator positivo da competição esportiva. Ao participar de um jogo acontece de se errar um arremesso, um chute a gol, um passe ao colega, mas pode-se dizer que é possível crescer através das falhas e da derrota, com as quais se aprende a superar as decepções e tirar proveito do erro como aprendizado para novas tentativas.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal do esporte. São Paulo: Ícone, 2007 (adaptado).
O esporte é um fenômeno social que pode ser praticado nos mais variados contextos. O texto o apresenta como uma forma de manifestação da atividade física que
Sem formação acadêmica específica em artes visuais,
Heitor dos Prazeres, que também é compositor e
instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de
Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e
com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
Nesse cartum, o artista lança mão do recurso da
intertextualidade para construir o texto. Esse recurso se
constitui pela presença de informações que remetem
a outros textos. O emprego desse recurso no cartum
revela uma crítica
O exemplo de gênero textual citado é largamente
utilizado em bibliotecas. Suas características o definem
como pertencente ao gênero
Árvore da Língua
Ao longo dos três andares, uma instalação de 16 metros de altura mostra palavras com mais de 6 mil anos, projetadas em folhas da Árvore da Língua. Ela faz os significados dançarem para falar da evolução do indo-europeu ao latim e, dele, ao português. Criada pelo designer Rafic Farah, a escultura é pontuada por um mantra de Arnaldo Antunes, com os termos "língua" e "palavra" cantados em vários idiomas.
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. Ano II, n° 6. São Paulo: Segmento, 2006.
O texto apresentado pertence ao domínio jornalístico. Sua finalidade e sua composição estrutural caracterizam-no como
A situação social em que o falante está inserido é
determinante para o uso da língua. Dessa forma,
cabe ao usuário adequar-se a cada contexto, a
seus condicionantes: formalidade/informalidade, intimidade/hierarquias etc. Considerando-se a
situação comunicativa, há, na charge,