Questões do ENEM 2021 para Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital - Edital 2020

Foram encontradas 38 questões

Q1677472 Português

TEXTO I


A planta de Belo Horizonte


   Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas vilas coloniais mineiras, nascidas das necessidades das populações do século XVIII, que se desenvolveram sem nenhum planejamento. A futura capital seria inovadora, moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o engenheiro paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte causou curiosidade e entusiasmo. 


   É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas de Belo Horizonte: estados brasileiros, tribos indígenas, rios etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais. Era, inclusive, uma forma de ensinar a população, ainda carente de ensino formal. 


Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado). 


TEXTO II


Ruas da cidade


                                            Guaicurus, Caetés, Goitacazes

                                            Tupinambás, Aimorés

                                            Todos no chão


                                            Guajajaras, Tamoios, Tapuias

                                            Todos Timbiras, Tupis

                                            Todos no chão


                                             A parede das ruas não devolveu

                                             Os abismos que se rolou

                                             Horizonte perdido no meio da selva

                                             Cresceu o arraial, arraial


                                             Passa bonde, passa boiada

                                             Passa trator, avião

                                             Ruas e reis


                                             Guajajaras, Tamoios,

                                             Tapuias Tupinambás, Aimorés

                                             Todos no chão


                                              A cidade plantou no coração

                                             Tantos nomes de quem morreu

                                              Horizonte perdido no meio da selva

                                              Cresceu o arraial, arraial


                                               A parede das ruas não devolveu

                                               Os abismos que se rolou

                                               Horizonte perdido no meio da selva


BORGES, L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de Janeiro: EMI, 1978 (fragmento).


Os textos abordam a preservação da memória e da identidade nacional, presente na nomeação das ruas belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto arquitetônico descrito no Texto I?

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Q1677473 Português

Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.


Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.


Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.


LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011.


Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma

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Q1677474 Português

                                 Leia a posteridade, ó pátrio Rio,

                                 Em meus versos teu nome celebrado,

                                 Por que vejas uma hora despertado

                                 O sono vil do esquecimento frio:


                                 Não vês nas tuas margens o sombrio,

                                 Fresco assento de um álamo copado;

                                 Não vês ninfa cantar, pastar o gado

                                 Na tarde clara do calmoso estio.


                                 Turvo banhando as pálidas areias

                                 Nas porções do riquíssimo tesouro

                                 O vasto campo da ambição recreias.


                                 Que de seus raios o planeta louro

                                 Enriquecendo o influxo em tuas veias,

                                 Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.


COSTA, C. M. Obras poéticas de Glauceste Satúrnio. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 out. 2015.


A concepção árcade de Cláudio Manuel da Costa registra sinais de seu contexto histórico, refletidos no soneto por um eu lírico que

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Q1677475 Português

Ao lado da indústria da moda, a do rock é o melhor exemplo da vendabilidade elástica do passado cultural, com suas reciclagens regulares de sua própria história na forma de retomadas e releituras, retornos e versões cover. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias acelerou e, de certa maneira, democratizou esse processo a ponto de permitir que as evidências culturais do rock sejam fisicamente desmanteladas e remontadas como pastiche e colagem, com mais rapidez e falta de controle do que em qualquer época.


CONNOR, S. Cultura pós-moderna: introdução às teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1989.


O rock personifica o paradoxo da cultura de massas (pós-moderna), visto que seu alcance e influência globais, combinados com a sua tolerância, criam uma

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Q1677476 Português

Qual a influência da comunicação nos fluxos migratórios?


Denise Cogo, doutora em comunicação, discute a relação entre as tecnologias digitais e as migrações no mundo.


Para a especialista, grande parte das representações e das experiências que conhecemos dos imigrantes chega pela mídia. “A mídia é mediadora das relações”, explica.


O imigrante não é só um sujeito econômico, mas, explica Cogo, um sujeito sociocultural. Portanto, a comunicação integra a trajetória das migrações dentro de um processo histórico. “Desde o planejamento e o estudo das políticas migratórias para o país de destino até o contato com amigos e familiares, o encontro dos fluxos migratórios com as tecnologias digitais traz novas perspectivas para os sujeitos. Também se abre a possibilidade para que, com um celular na mão, os próprios imigrantes possam narrar suas histórias, construindo novos caminhos”, analisa.


Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).


Ao trazer as novas perspectivas acionadas pelos sujeitos na escrita de suas histórias, o texto apresenta uma visão positiva sobre a presença da(s)

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Q1677477 Português

Imagem associada para resolução da questãoImagem associada para resolução da questão

GUARNIERI, A. Suplemento Literário de Minas Gerais, n. 1 338, set.-out. 2011.


Ao correlacionar o trabalho humano ao da máquina, o autor vale-se da disposição visual do texto para

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Q1677478 Português

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Disponível em: www.inbatatais.com.br. Acesso em: 8 maio 2012.


No anúncio sobre a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores, a linguagem formal interage com a linguagem informal quando o autor

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Q1677479 Português
O universo infantil encanta por ser rico na diversidade de manifestações corporais. Crianças brincam de pega-pega, esconde-esconde, mãe de rua e experienciam diversas possibilidades de movimento na busca de novas descobertas, que podem ocorrer por meio de elementos gímnicos, como a estrelinha, a cambalhota, a bananeira (nomes populares dados à roda, ao rolamento e à parada de mãos). Imagem associada para resolução da questão

PIZANI, J.; BARBOSA-RINALDI, I. P. Cotidiano escolar: a presença de elementos gímnicos nas brincadeiras infantis. Revista de Educação Física da UEM, n. 1, 2010.
Os fundamentos gímnicos da roda e da parada de mãos requerem, respectivamente, a aplicação dos elementos de
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Q1677480 Português
Nos dias atuais, para as crianças e os adolescentes, a alimentação adequada e balanceada está associada, na maioria das vezes, à busca da forma ideal, segundo padrões ditados pela mídia. Se antes essa preocupação era predominantemente feminina, hoje existem adolescentes tentando emagrecer a qualquer custo: entram e saem de dietas e regimes feitos por conta própria, automedicam-se ou praticam exercícios físicos sem orientação.
MATTOS, L. O. N. Educação física e educação para a saúde. MultiRio, 2016 (adaptado).
Adolescentes associam que a conquista da “forma ideal” do corpo está relacionada à
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Q1677481 Português

A carroça sem cavalo


Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro.


Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).


Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse texto tem por função

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Q1677482 Português

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Disponível em: www.hospitalalbertorassi.org.br. Acesso em: 13 dez. 2017 (adaptado).


Considerando-se os elementos constitutivos do texto, esse anúncio visa resolver um problema relacionado ao(à)

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Q1677483 Português

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Disponível em: www.comunicadores.info. Acesso em: 27 ago. 2017.


Essa é uma campanha de conscientização sobre os efeitos do álcool na direção. Pela leitura do texto, depreende-se que

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Q1677484 Português
A Em Forma é uma revista destinada às mulheres, às expectativas de consumo que podem ser produzidas ou que se encontram no horizonte de uma feminilidade urbana contemporânea impelida à disputa no mercado afetivo masculino (as mulheres da Em Forma são jovens e heterossexuais). A Em Forma tem como conteúdo central de suas reportagens dietas e séries de exercícios, fármacos para a pele e o cabelo, com fins de embelezamento do corpo e cuidados com a saúde, e reportagens com temas de autoajuda. Ela organiza-se em seções específicas: 1. Fitness; 2. Beleza; 3. Dieta e nutrição; 4. Bem-estar; e 5. Especial. Além dessas seções, apresenta sempre uma reportagem com a “Garota da capa” e outras minisseções que veiculam conteúdos similares aos das seções fixas.
ALBINO, B. S.; VAZ, A. F. O corpo e as técnicas para o embelezamento feminino. Movimento, n. 1, 2008 (adaptado).
Considerando-se as expectativas sobre as feminilidades produzidas pela mídia, na revista mencionada a prática de exercícios tem corroborado para a construção de uma feminilidade
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Q1677485 Português

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DE MARIA, W. Campo relampejante, 1977.

Disponível em: www.ballardian.com. Acesso em: 12 jun. 2018.


Na obra Campo relampejante (1977), o artista Walter de Maria coloca hastes de ferro em espaços regulares, em um campo de 1600 metros quadrados no Novo México. O trabalho faz parte do movimento artístico Land Art, que trata da

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Q1677486 Português

Como o preconceito contribui para o aumento da epidemia de aids


Apesar dos avanços da medicina, a mentalidade em relação à aids e ao HIV continua na década de 1980.


O último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2016, mostrou que os casos de HIV entre os jovens no Brasil aumentaram consideravelmente. O problema avançou: das 32 321 novas infecções por HIV registradas em 2015, 24,8% aconteceram com pessoas entre 15 e 24 anos.


Muitos apontam como causa o fato de que os adolescentes não conviveram com o auge da epidemia. Mas, para os especialistas, a questão é bem mais complexa. “Continuamos com essa visão hipócrita de que falar sobre sexo incita os mais jovens, e não damos ferramentas para que eles tomem decisões mais seguras em relação à sexualidade”, afirma Georgiana Braga-Orillard, diretora do Unaids, programa conjunto da ONU sobre HIV e aids, que tem como meta acabar com a epidemia até 2030.


A questão do preconceito não pode ser separada de uma síndrome estigmatizante como a aids. Leis como a que garante o tratamento gratuito pelo SUS e a que penaliza atos de discriminação ajudam, mas não são suficientes para mudar a mentalidade da sociedade, que ainda enxerga quem vive com o vírus como um “merecedor”. Além disso, o acesso à saúde e à orientação não é igual para todos.


Disponível em: http://revistaplaneta.terra.com.br. Acesso em: 2 set. 2017 (adaptado).


Essa reportagem discute o preconceito de não se falar abertamente sobre sexo com os mais jovens como um fator responsável pelo avanço do número de casos de aids no Brasil. A estratégia usada pelo repórter para tentar desconstruir esse preconceito é

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Q1677487 Português

Cartas se caracterizam por serem textos efêmeros, inscritas no tempo de sua produção e escritas, muitas vezes, no papel que se tem à mão. Por isso, frequentemente, salvo um esforço dos próprios missivistas ou de terceiros, preocupados em preservá-las, facilmente desaparecem, seja pelo corriqueiro de seu conteúdo, seja pela sua fragilidade material. Nem sempre é assim, porém. Temos assistido, nestas duas décadas do século XXI, a um grande interesse pelas chamadas écritures du moi (“escritas do eu”, na expressão de Georges Gusdorf): nunca se estudaram tantas memórias, diários, cartas, quanto nesses últimos tempos. Publicações de memórias, diários, cartas sempre houve. Estudos, no entanto, que os enxergassem como objetos de pesquisa, e não como auxiliares para a interpretação da obra de um escritor, como protagonistas, e não como coadjuvantes, eram raros.


Nesse sentido, engana-se quem abre o volume Cartas provincianas: correspondência entre Gilberto Freyre e Manuel Bandeira, lançado pela Global Editora, e julga deparar-se apenas com um livro de cartas. A organizadora preocupou-se em contextualizar cada uma das 68 cartas, em um trabalho cuidadoso e pormenorizado de reconstituição das condições de produção de cada uma delas, um verdadeiro resgate.


TIN, E. Diálogos intermitentes. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.


De acordo com o texto, o gênero carta tem assumido a função social de material de cunho científico por

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Q1677488 Português

O livro It – A Coisa, de Stephen King 


   Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno, que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em It – A Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.


Disponível em: www.livrariacultura.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.


Relacionando-se os elementos que compõem esse texto, depreende-se que sua função social consiste em levar o leitor a

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Q1677489 Português

Ponto morto


A minha primeira mulher

se divorciou do terceiro marido.

A minha segunda mulher

acabou casando com a melhor amiga dela.

A terceira (seria a quarta?)

detesta os filhos do meu primeiro casamento.

Estes, por sua vez, não suportam os filhos

do terceiro casamento da minha primeira mulher.

Confesso que guardo afeto pelas minhas ex-sogras.

Estava sozinho

quando um dos meus filhos acenou para mim no

meio do engarrafamento.

A memória demorou para engatar seu nome.

Por segundos, a vida parou em ponto morto.


MASSI, A. A vida errada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001.


No poema, a singularidade da situação representada é efeito da correlação entre

Alternativas
Respostas
19: B
20: B
21: C
22: B
23: E
24: A
25: B
26: C
27: A
28: D
29: A
30: A
31: B
32: B
33: A
34: E
35: D
36: B