Questões do ENEM 2023 para Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo - PPL ( 2° Aplicação)

Foram encontradas 29 questões

Q2543007 Português
Tiranos de nós mesmos: a servidão voluntária na era da sociedade do desempenho
      Byung-Chul Han, no opúsculo Sociedade do cansaço, discute a ascensão de um novo paradigma social, em que a sociedade disciplinar de Foucault é substituída pela sociedade do desempenho. Esse novo modelo social é movido por um imperativo de maximizar a produção. Nós, sujeitos de desempenho, somos constante e sistematicamente pressionados a aperfeiçoar nossa performance e a aumentar nossa produção.
     A crença subjacente, segundo Han, é a de que nada é impossível. Nós podemos fazer tudo. Estamos constantemente pressionados por um poder fazer ilimitado. É um excesso de positividade, que se constitui em verdadeira violência neuronal.
        E por isso produzimos. Produzimos até a exaustão. E, mesmo cansados, continuamos produzindo. Uma meta é sempre substituída por outra. A tarefa nunca acaba. É frustrante e esgotante. O resultado é uma sociedade que gera fracassados e depressivos, a quem só resta recorrer a medicamentos para continuar produzindo mais eficientemente.
Disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

Com base nessa reflexão acerca do livro Sociedade do cansaço, que discute o novo modelo da sociedade do desempenho, o resenhista a
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Q2543008 Português
Trechos do discurso de Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição em 1988
Senhoras e senhores constituintes.
      Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
        Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa.
          A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.
        A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.
        Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.
      Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência e a inépcia.
    O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.
         Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.
         Termino com as palavras com que comecei esta fala.
         A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança.
         Que a promulgação seja o nosso grito.
         Mudar para vencer. Muda, Brasil!

Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30 out. 2021.

O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se, respectivamente, nos trechos:
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Q2543009 Português
      A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé da nossa história pessoal para eventuais erratas, como em tese de doutorado. Pelas vezes em que na infância e adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi indesculpavelmente romântico, cego e teimoso, devia haver uma errata possível. Como quando a gente acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e todas as autoridades decentes; e quando a gente acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos.
       Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai dos meus filhos. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata! Em geral, não podem.
         Por todas as vezes que desviamos o olhar lúcido ou recolhemos o dedo denunciador, pagaremos — talvez num futuro não muito distante — um alto preço, durante um tempo incalculavelmente longo. E não haverá erratas.

LUFT, L. Errata de pé de página. Veja, n. 28, 18 jul. 2007 (adaptado).


No texto, a autora propõe o uso metafórico da errata como recurso para
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Q2543010 Português

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Pelo modo como seleciona e organiza as informações, esse infográfico cumpre a função de

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Q2543011 Português

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As informações contidas no texto dessa campanha têm o objetivo de

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Q2543012 Português
        Uma polêmica relacionada à covid-19 com clara relação com a Educação Física foi a discussão sobre a reabertura ou não das academias de ginástica em plena pandemia. Entre os argumentos apresentados pelos que defendiam a abertura estava o de que o exercício teria um efeito protetor contra a covid-19, pelo fortalecimento do sistema imunológico. A realização dessas práticas pode ser importante para a saúde, inclusive com foco na melhoria/manutenção da saúde mental, mas em muitas recomendações há mais um sentido de “ter que fazer”, com caráter “obrigatório”. Outro ponto ignorado diz respeito ao aconselhamento para a realização de exercícios físicos em casa durante a pandemia, considerando aspectos como a habilidade das pessoas para realizarem essas atividades, suas preferências, as condições das residências etc. Entendemos que essas recomendações, algumas vezes de caráter persecutório e descontextualizadas da realidade de muitas pessoas, não favorecem um olhar mais ampliado sobre a saúde.

LOCH, M. R. et al. A urgência da saúde coletiva na formação em Educação Física: lições com a covid-19. Ciência & Saúde Coletiva, n. 25, 2020 (adaptado).


Segundo o texto, no contexto da pandemia, a relação entre exercício físico e saúde deveria considerar a
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Q2543014 Português
       Em nenhum outro tipo de literatura a fantasia desempenha papel tão importante. Sapos se transformam em príncipes, animais conversam com humanos, mesas se põem sozinhas e contratempos insolúveis se resolvem de um parágrafo para outro. Essa falta de verossimilhança não afasta o leitor. Pelo contrário, juntamente com o anonimato dos príncipes e princesas, que não têm personalidade definida e vivem em terras distantes sem localização exata, ela facilita a identificação com os personagens. O mundo da fantasia abre espaço para que coisas desagradáveis, que não seriam toleradas em outros tipos de história, passem incólumes, como bruxas comedoras de criancinha e anões cruéis que roubam bebês. Boa parte do fascínio dos contos tem origem justamente nesse mundo sombrio. Contos de fadas não constituem sempre histórias agradáveis polvilhadas com açúcar, como a casa de pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as tramas são recheadas de malvadezas que sobrevivem às dezenas de adaptações. Podem passar despercebidas, mas estão lá. Ou é inofensiva a história de uma menina e sua avó que são devoradas vivas por um lobo? Ou é inocente o conto da menina que é sequestrada e obrigada a passar a juventude trancada no alto de uma torre? E o que dizer do bebê condenado à morte no dia do seu batizado?

Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 20 jun. 2019 (adaptado).


As perguntas ao final do texto estão relacionadas ao argumento segundo o qual contos de fadas
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Q2543015 Português
        A  produção em massa em grandes fábricas se tornou o símbolo da Segunda Revolução Industrial. Agora, após um século, uma nova transformação se anuncia. Ela é trazida por aparelhos do tamanho de um micro-ondas que constroem um objeto real a partir de um arquivo digital: as impressoras tridimensionais. Elas funcionam como uma impressora convencional que muitos têm em casa. Basta apertar o botão na tela do computador para que o arquivo digital, com o desenho em três dimensões do objeto a fabricar, seja enviado para a máquina. Em vez de tinta, elas usam materiais como plástico, gesso, silicone, borracha ou metais para fazer sapatos, próteses dentárias, joias, luminárias, brinquedos ou peças de equipamentos hospitalares. Até há pouco tempo, esses equipamentos custavam centenas de milhares de reais e ficavam restritos às grandes indústrias. Hoje já é possível levar para casa uma impressora 3D e usá-la para fabricar objetos. “Uma nova revolução industrial está a caminho”, diz o jornalista e físico Chris Anderson.

Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 17 fev. 2013 (adaptado).

Segundo esse texto, as impressoras tridimensionais prenunciam uma nova Revolução Industrial porque são tecnologias que
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Q2543016 Português
    O sucesso das redes sociais é fruto da combinação inteligente da capacidade de interagir dentro de uma mesma página da internet e do uso de sistemas de avaliação. Existem duas dinâmicas psicossociais legitimando tais recursos de avaliação. Na primeira, alguém produz conteúdo e é recompensado com essas reações. Já na segunda dinâmica, a produção de conteúdo serve de balão de ensaio para a vida off-line.
    Prazer e aprendizado são, portanto, as duas promessas originais das redes sociais (anteriores à monetização), nas quais os algoritmos de recomendação prometem reduzir o tempo e a energia para encontrar aquilo que interessa a cada um, no mar de opções disponibilizadas, levando a situação a outro patamar, pela exposição reiterada dos usuários aos conteúdos que agravam sua ansiedade.
     Assim, por exemplo, pessoas que estão insatisfeitas com o seu corpo fazem buscas que refletem esse desconforto, procurando postagens relacionadas a essa temática. O algoritmo, então, passa a recomendar cada vez mais conteúdos nessa linha e, o que é pior, a convergir para os mais extremos, já que estes tendem a fixar mais a atenção. Em pouco tempo, o usuário “desconfortável” está sendo bombardeado por vídeos que elevam em muito o seu pessimismo e que muitas vezes servem de caminho à anorexia, à bulimia e à depressão.

DIAS, A. M. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 5 nov. 2021 (adaptado).


As sociedades têm evoluído concomitantemente ao desenvolvimento de tecnologias que buscam, cada vez mais, automatizar a gestão das informações. No texto, uma consequência negativa desse processo é o fato de ele
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Respostas
10: A
11: B
12: E
13: B
14: E
15: C
16: A
17: E
18: E