Questões do ENEM 2023 para Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo - PPL

Foram encontradas 180 questões

Q2546403 Português
        Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
       Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!


CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 31 out. 2021.


Esse texto é um fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, cuja importância documental reside no fato de
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Q2546404 Português

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Disponível em: https://twitter.com/emicida. Acesso em: 23 out. 2021.



Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede social, o autor utiliza uma linguagem

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Q2546405 Português
        O grande hall do hotel estava repleto. [...] Os criados passavam apressados, erguendo numa azáfama os pratos de metal. Ao alto, os ventiladores faziam um rumor de colmeias. Senhoras e cavalheiros, perfeitamente felizes, as senhoras quase todas com largos boás de plumas brancas, chalravam e sorriam. Estávamos bem na bizarra sociedade de entalhe que é o escol dos hotéis. Alta, longa, comprida, com uma cintura de esmaltes translúcidos e o ar empoado de uma íntima do general Lafayette, a escritora americana cuja admiração por Gonçalves Dias chegara a fazê-la estudar e propagar o Brasil, mastigava gravemente. Logo ao lado, um grupo de engenheiros, também americanos, bebia, com gargalhadas brutais e decerto inconvenientes, champanhe Mumm. [...] De vez em quando parava à porta um novo hóspede, hesitava, percorria com o olhar a extensa fila de mesas onde o debinage se acalorava. A um canto, Mlles. Peres, filhas de um rico argentino, yatch-recorderman nas horas vagas e vendedor de gado nas outras, perlavam risadinhas de flerte para o solitário e divino Alberto Guerra, seguro dos seus bíceps, dos seus brilhantes e quiçá dos seus versos.

JOÃO DO RIO. Dentro da noite. São Paulo: Antiqua, 2002 (fragmento).


Nessa descrição, o narrador traça um panorama sociocultural das primeiras décadas do século XX. Sua perspectiva revela uma
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Q2546406 Português
       Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Às vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O burro errou!”.
      Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha o mesmo ar de quem só aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público.

VERISSIMO, L. F. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1990.


Ao descrever sua relação com a máquina de escrever e o computador, o cronista adota uma perspectiva que
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Q2546407 Português
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PAULINO, R. Bastidores (detalhe). Gravura sobre tecido em suporte de madeira para bordado, 1997.

Disponível em: www.galeriavirgilio.com.br. Acesso em: 29 out. 2010.



Sob a perspectiva em que o artista deve trabalhar com as coisas que o tocam profundamente, a singularidade da obra Bastidores, produzida com objetos do cotidiano e de pouco valor material, mostra a boca, que expressa uma
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Respostas
16: E
17: D
18: A
19: A
20: D