Questões do Enem

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Q2336173 Português
O sol começa a descer por trás da vegetação da Ilha da Restinga, na outra margem do rio Paraíba, colorindo o céu de amarelo, laranja e lilás. Então se ouvem as primeiras notas do Bolero, do compositor francês Maurice Ravel, executadas pelo saxofonista Jurandy. É assim o pôr do sol da praia do Jacaré, em Cabedelo (Grande João Pessoa). Depois do Bolero, Jurandy toca Asa branca, de Luiz Gonzaga, e Meu sublime torrão, de Genival Macedo, espécie de hino não oficial da Paraíba.
PINHEIRO, A. Sol se põe embalado pelo Bolero de Ravel. Disponível em: http://tools.folha.com.br. Acesso em: 16 set. 2012 (adaptado).

A interpretação musical de Jurandy do Sax, codinome de José Jurandy Félix, apresenta um repertório caracterizado pela
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Q2336172 Português
Migalhas
Entre a toalha branca e um bule de café seria inapropriado dizer eu não te amo mais. Era necessário algo mais solene, um jardim japonês para as perdas pensadas, um noturno de tempestade para arrebentar de dor, uma praia de pedras para chorar em silêncio, uma cama alta para o incenso da despedida, uma janela dando para o abismo. No entanto você abaixa os olhos e recolhe lentamente as migalhas de pão sobre a mesa posta para dois.
MARQUES, A. M. A vida submarina. São Paulo: Cia. das Letras, 2021.

Nesse poema, a representação do sentimento amoroso recupera a tradição lírica, mas se ajusta à visão contemporânea ao
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Q2336171 Português
Enquanto estivemos entretidos com os urubus outras coisas andaram acontecendo na cidade. A Companhia baixou novas proibições, umas inteiramente bobocas, só pelo prazer de proibir (ninguém podia cuspir pra cima, nem carregar água em jacá, nem tapar o sol com peneira, como se todo mundo estivesse abusando dessas esquisitices); mas outras bem irritantes, como a de pular muro pra cortar caminho, tática que quase todo mundo que não sofria de reumatismo vinha adotando ultimamente, principalmente os meninos. E não confiando na proibição só, nem na força dos castigos, que eram rigorosos, a Companhia ainda mandou fincar cacos de garrafa nos muros. Achei isso um exagero, e comentei o assunto com mamãe. Meu pai ouviu lá do quarto e veio explicar. Disse que em épocas normais bastava uma coisa ou outra; mas agora a Companhia não podia admitir nenhuma brecha em suas ordens; se alguém desobedecesse à proibição podia se cortar nos cacos; se alguém conseguisse pular um muro quebrando o corte de alguns cacos, ou jogando um couro por cima, era apanhado pela proibição, nhoc — e fez o gesto de quem torce o pescoço de um frango.
VEIGA, J. J. Sombras de reis barbudos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. 


Sob a perspectiva do menino que narra, os fatos ficcionais oferecem um esboço do momento político vigente na década de 1970, aqui representado pelo
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Q2336170 Português
Era um gato preto, como convinha a um cultor das boas letras, que já lera Poe traduzido por Baudelaire. Preto e gordo. E lerdo. Tão gordo e lerdo que a certa altura observei que ia perdendo inteiramente as qualidades características da raça, que são em suma o ódio de morte aos ratos. Já nem os afugentava! Os ratos de Ouro Preto são também dignos e solenes — não ria — tradicionalistas... descendentes de outros ratos que naqueles mesmos casarões presenciaram acontecimentos importantes da nossa história... No sobrado do desembargador Tomás Antônio Gonzaga, imagine o senhor uma reunião dos sonhadores inconfidentes, com os antepassados daqueles ratos a passearem pelo sótão ou mesmo pelo assoalho por entre as pernas dos homens absortos na esperança da independência nacional! E depois, os ancestres daqueles roedores que eu via agora deslizar sutilmente no meu quarto podiam ter subido pelo poste da ignomínia colonial, onde estava exposta a cabeça do Tiradentes! E quando as órbitas se descarnaram ignominiosamente, podiam até ter penetrado no recesso daquele crânio onde verdadeiramente ardera a literatura, com a simplicidade do heroísmo, a febre nacionalista...

ALPHONSUS, J. Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: INL, 1976.


Descrevendo seu gato, o narrador remete ao contexto e a protagonistas da Inconfidência para criar um efeito desconcertante centrado no
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Q2336169 Português
A garganta é a gruta que guarda o som A garganta está entre a mente e o coração Vem coisa de cima, vem coisa de baixo e de       [repente um nó (e o que eu quero dizer?) Às vezes, acontece um negócio esquisito Quando eu quero falar eu grito, quando eu quero        [gritar eu falo, o resultado Calo.
ESTRELA D’ALVA, R. Disponível em: https://claudia.abril.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (fragmento).

A função emotiva presente no poema cumpre o propósito do eu lírico de
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Respostas
16: A
17: C
18: A
19: E
20: C