Questões do Enem

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Q1863101 Literatura

O Bom-Crioulo


            Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um homem robusto, uma dessas organizações privilegiadas que trazem no corpo a sobranceira resistência do bronze e que esmagam com o peso dos músculos. […] A chibata não lhe fazia mossa; tinha costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso do guardião Agostinho. Já nem se lembrava do número das vezes que apanhara de chibata…


            […]


            Entretanto, já iam cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, nem percebera uma contorção, um gesto qualquer de dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as marcas do junco, umas sobre as outras, entrecruzando-se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, cortando a pele em todos os sentidos.


            […]


            Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe.


            — Cento e cinquenta!


            Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no espinhaço negro do marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa fita de sangue.


CAMINHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006.



A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo cientificismo e pelo determinismo. No fragmento, a cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas concepções, expressas pela 

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Q1863100 Português

            Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.

    

            A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.


        Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente.


RUBIÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.



Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)

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Q1863099 Português

Amor na escola


        Duas da madrugada. O casal que discute no andar de baixo está tentando aprender. Eles pensavam que era só vestir branco, caprichar na decoração e fazer os convites chegarem a tempo. Mas não. Na escola, até logaritmo nos foi ensinado. Decoramos a tabela periódica. Nos empurraram química orgânica. Mas nada nos foi dito sobre o amor.


GUERRA, C. Disponível em: http://vejabh.abril.com.br. Acesso em: 19 nov. 2014.



Qual é o recurso que identifica esse texto como uma crônica? 

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Q1863098 Português

        Agora sei que a minha língua é a língua de sinais. Agora sei também que o português me convém. Eu quero ensinar português para os meus alunos surdos, pois eles precisam dessa língua para ter mais poder de negociação com os ouvintes [G, 2004].


         Eu me sinto bilíngue, eu converso com os surdos na minha língua e converso com os ouvintes no português, porque aprendi a falar o português, embora eu tenha voz de surdo, mas as pessoas muitas vezes me entendem. Eu já me acostumei a conversar com os ouvintes no meu português. Se alguns não me entendem, eu escrevo [SZ, 2011].


QUADROS, R. M. Libras. São Paulo: Parábola, 2019.



Considerando os contextos de uso da Libras e da língua portuguesa, o depoimento desses surdos revela que no contato entre essas línguas há uma

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Q1863097 Português

Piquititim


            Se eu fosse um passarim

            Destes bem avoadô

            Destes bem piquititim

            Assim que nem beija-flor

            Avoava do gaim e assentava sem assombro

            Nas grimpinha do seu ombro

            Mode beijá seus beicim


            E se ocê deixasse as veiz

            Com um fio do seu cabelim

            No prazo de quaiz um mês

            Eu fazia nosso nin

            Aí sei que dessa veiz

            Em poquim tempo dispoiz

            Nóis largava de ser dois

            Pra ser quatro, cinco ou seis


CARNEIRO, H.; MORAIS, J. E. Disponível em: www.palcomp3.com.br.

Acesso em: 3 jul. 2019.



A estratégia linguística predominante na configuração regional da linguagem representada na letra de canção é o(a)

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Respostas
611: A
612: A
613: A
614: A
615: B