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Alegria, alegria
O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não, por que não?
VELOSO, C. Alegria, alegria. Rio de Janeiro: Polygram, 1990 (fragmento).
TEXTO II
Anjos tronchos
Uns anjos tronchos do Vale do Silício Desses que vivem no escuro em plena luz Disseram vai ser virtuoso no vício Das telas dos azuis mais do que azuis
Agora a minha história é um denso algoritmo Que vende venda a vendedores reais Neurônios meus ganharam novo outro ritmo E mais, e mais, e mais, e mais, e mais
VELOSO, C. Meu coco. Rio de Janeiro: Sony, 2021 (fragmento).
Embora oriundas de momentos históricos diferentes, essas letras de canção têm em comum a
HERZ, P. ]cultura[, n. 1, jun. 2018 (adaptado).
O uso não padrão dos colchetes para nomear a revista atribui-lhes uma nova função e está correlacionado ao(à)
Essas variações são um dos temas da disciplina Linguística na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre. “Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é universal, o que não é verdade”, explica a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. “Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação em relação à localização geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários”, completa a especialista.
Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de “cerveja” é feito com um giro do punho como uma meia-volta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.
Disponível em: www.educacao.sp.gov.br. Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).
Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
O acervo do local continha gravações de conversas, cantos e rituais de dezenas de sociedades indígenas, muitas feitas durante a década de 1960 com antigos gravadores de rolo e que ainda não haviam sido digitalizadas. Alguns dos registros abordavam línguas já extintas, sem falantes originais ainda vivos. “A esperança é que outras instituições tenham registros dessas línguas”, diz a linguista Marilia Facó Soares. A pesquisadora, que trabalha com os índios Tikuna, o maior grupo da Amazônia brasileira, crê ter perdido parte de seu material. “Terei que fazer novas viagens de campo para recompor meus arquivos. Mas obviamente não dá para recuperar a fala de nativos já falecidos, geralmente os mais idosos”, lamenta.
Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado).
A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu Nacional tem impacto potencializado, uma vez que
Do povoado do Ão, ou dos sítios perto, alguém precisava urgente de querer vir por escutar a novela do rádio. Ouvia-a, aprendia-a, guardava na ideia, e, retornado ao Ão, no dia seguinte, a repetia a outros.
Assim estavam jantando, vinham os do povoado receber a nova parte da novela do rádio. Ouvir já tinham ouvido tudo, de uma vez, fugia da regra: falhara ali no Ão, na véspera, o caminhão de um comprador de galinhas e ovos, seo Abrãozinho Buristém, que carregava um rádio pequeno, de pilhas, armara um fio no arame da cerca... Mas queriam escutar outra vez, por confirmação. — “A estória é estável de boa, mal que acompridada: taca e não rende...” — explicava o Zuz ao Dalberto.
Soropita começou a recontar o capítulo da novela. Sem trabalho, se recordava das palavras, até com clareza — disso se admirava. Contava com prazer de demorar, encher a sala com o poder de outros altos personagens. Tomar a atenção de todos, pudesse contar aquilo noite adiante. Era preciso trazer luz, nem uns enxergavam mais os outros; quando alguém ria, ria de muito longe. O capítulo da novela estava terminando.
ROSA, J. G. Noites do sertão (Corpo de baile). São Paulo: Global, 2021.
Nesse trecho do conto, o gosto dos moradores do povoado por ouvir a novela de rádio recontada por Soropita deve-se ao(à)
Teu dedo curioso me segue lento no rosto
Os sulcos, as sombras machucadas por onde a [vida passou.
Que silêncio, prenda minha...
Que desvio triunfal [da verdade,
Que círculos vagarosos na lagoa em que uma asa [gratuita roçou...
Tive quatro amores eternos... O primeiro era moça donzela, O segundo... eclipse, boi que fala, cataclisma, O terceiro era a rica senhora, O quarto és tu... E eu afinal me repousei dos [meus cuidados
ANDRADE, M. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013 (fragmento).
Perante o outro, o eu lírico revela, na força das memórias evocadas, a
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. São Paulo: Círculo do Livro, s.d.
Pela voz de uma empregada da casa, a descrição de um dos membros da família exemplifica a renovação da ficção urbana nos anos 1950, aqui observada na
A pressa constante, o sentimento de invencibilidade, a certeza de invulnerabilidade, a necessidade de poder, a falta de civilidade, a certeza de impunidade, a ausência de solidariedade, a inexistência de compaixão e o desrespeito por si próprio são circunstâncias reais que, não raro, concorrem para o comportamento violento no trânsito.
O Maio Amarelo, que preconiza a atenção pela vida, é uma das iniciativas nesse sentido. E é precisamente a atenção pela vida que está esquecida. Essa atenção, por certo, requer menos pressa, mais civilidade, limites assegurados, consciência de vulnerabilidade, solidariedade, compaixão e respeito por si e pelo outro. Reafirmar e praticar esses princípios e valores talvez seja um caminho mais seguro e menos violento, que garanta a vida e não celebre a morte.
Disponível em: http://portaldotransito.com.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).
Considerando os procedimentos argumentativos utilizados, infere-se que o objetivo desse texto é
O perigo cresceu porque a tecnologia e os métodos evoluíram dos robôs, os “bots” — softwares com tarefas on-line automatizadas —, para os “ciborgues” ou “trolls”, contas controladas diretamente por humanos com ajuda de um pouco de automação.
Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrões de comportamento: quando mensagens não são programadas, sua publicação se concentra só em horários de trabalho, já que é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia.
Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um funcionário de uma empresa que supostamente produzia e vendia perfis falsos explica que às vezes “faltava criatividade” para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo.
GRAGNANI, J. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 16 dez. 2017.
De acordo com o texto, a análise de características da linguagem empregada por perfis automatizados contribui para o(a)
Disponível em: www.elpais.com.br. Acesso em: 18 jun. 2018 (adaptado).
A propagação sistemática de informações é um fenômeno recorrente na história e no desenvolvimento das sociedades. No texto, a eficácia dessa propagação está diretamente relacionada ao(à)
Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma “antologia antirracista de poetas estrangeiros em Portugal”, com o título Volta para a tua terra.
O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos poetas brasileiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses acolhe o português brasileiro. É uma queixa frequente.
“Aqui em Portugal eles dizem / — eles dizem — / que nosso português é errado, que nós não falamos português”, escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: “Se a sua linguagem, a lusitana, / ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo./ Ela é uma das mais violentas”.
AGUALUSA, J. E. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).
O texto de Agualusa tematiza o preconceito em relação ao português brasileiro. Com base no trecho citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve
Tenho dois seios, estas duas coxas, duas mãos que me são muito úteis, olhos escuros, estas duas sobrancelhas que preencho com maquiagem comprada por dezenove e noventa e orelhas que não aceitam bijuterias. Este corpo é um corpo faminto, dentado, cruel, capaz e violento. Movo os braços e multidões correm desesperadas. Caminho no escuro com o rosto para baixo, pois cada parte isolada de mim tem sua própria vida e não quero domá-las. Animal da caatinga. Forte demais. Engolidora de espadas e espinhos.
Dizem e eu ouvi, mas depois também li, que o estado do Ceará aboliu a escravidão quatro anos antes do restante do país. Todos aqueles corpos que eram trazidos com seus dedos contados, seus calcanhares prontos e seus umbigos em fogo, todos eles foram interrompidos no porto. Um homem — dizem e eu ouvi e depois também li — liderou o levante. E todos esses corpos foram buscar outros incômodos. Foram ser incomodados.
ARRAES, J. Redemoinho em dia quente. São Paulo: Alfaguara, 2019.
Nesse texto, os recursos expressivos usados pela narradora
Disponível em: https://ge.globo.com. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).
De acordo com o texto, a alteração do lema olímpico teve como objetivo a
Disponível em: www.cartoonstock.com. Acesso em: 25 out. 2021.
Ao retratar o ambiente de trabalho em um escritório, esse cartum tem por objetivo
pues estoy creando Spanglish bi-cultural systems scientific lexicographical inter-textual integrations two expressions existentially wired two dominant languages continentally abrazándose in colloquial combate imperio spanglish emerges sobre territorio bi-lingual las novelas mexicanas mixing with radiorocknroll immigrant/migrant nasal mispronouncements hip-hop, street salsa, spanish pop standard english classroom with computer technicalities spanglish is literally perfect
LAVIERA, T. Benedición: The Complete Poetry of Tato Laviera. Houston: Arte Público Press, 2014 (fragmento).
Nesse poema de Tato Laviera, o eu lírico destaca uma
We carry tears in our eyes: good-bye father, good-bye [mother
We carry soil in small bags: may home never fade in our [hearts We carry carnage of mining, droughts, floods, genocides
We carry dust of our families and neighbors incinerated [in mushroom clouds
We carry our islands sinking under the sea We carry our hands, feet, bones, hearts and best minds [for a new life
We carry diplomas: medicine, engineer, nurse, [education, math, poetry, even if they mean [nothing to the other shore
We carry railroads, plantations, laundromats, [bodegas, taco trucks, farms, factories, nursing [homes, hospitals, schools, temples... built on [our ancestors’ backs
We carry old homes along the spine, new dreams in our [chests
We carry yesterday, today and tomorrow
We’re orphans of the wars forced upon us
We’re refugees of the sea rising from industrial wastes
And we carry our mother tongues
[...]
As we drift... in our rubber boats... from shore... to shore... [to shore...
PING, W. Disponível em: https://poets.org. Acesso em: 1 jun. 2023 (fragmento).
Ao retratar a trajetória de refugiados, o poema recorre à imagem de viagem marítima para destacar o(a)
DONNE, J. The Works of John Donne. Londres: John W. Parker, 1839 (fragmento).
Nesse poema, a expressão “No man is an island”ressalta o(a)
Disponível em: https://mir-s3-cdn-cf.behance.net. Acesso em: 29 out. 2021 (adaptado).
Esse cartaz de campanha sugere que
Uma cozinheira produz docinhos especiais por encomenda. Usando uma receita-base de massa, ela prepara uma porção, com a qual produz 50 docinhos maciços de formato esférico, com 2 cm de diâmetro. Um cliente encomenda 150 desses docinhos, mas pede que cada um tenha formato esférico com 4 cm de diâmetro. A cozinheira pretende preparar o número exato de porções da receita-base de massa necessário para produzir os docinhos dessa encomenda.
Quantas porções da receita-base de massa ela deve ) preparar para atender esse cliente?
Uma pessoa precisa contratar um operário para fazer um serviço em sua casa. Para isso, ela postou um anúncio em uma rede social.
Cinco pessoas responderam informando preços por hora trabalhada, gasto diário com transporte e tempo necessário para conclusão do serviço, conforme valores apresentados no quadro.
Se a pessoa pretende gastar o mínimo possível com essa contratação, irá contratar o operário