Questões Militares de Literatura

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Q615941 Literatura
Faça a correspondência da segunda coluna com base na primeira e assinale a alternativa que preenche corretamente as colunas, no que diz respeito às formas líricas.

Coluna 1

( 1 ) elegia

( 2 ) écloga

( 3 ) ode

( 4 ) soneto

Coluna 2


( ) o(a) mais conhecido(a) das formas líricas. Poema em 14 versos, organizados em dois quartetos e dois tercetos.

( ) poema originado na Grécia Antiga que exalta os valores nobres, caracterizando-se pelo tom de louvação.

( ) poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores, em um ambiente campestre.

( ) trata de acontecimentos tristes, muitas vezes enfocando a morte de um ente querido.


Alternativas
Q608751 Literatura
Em relação ao conto ―Verde lagarto amarelo‖ da obra Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles, assinale a afirmativa CORRETA.
Alternativas
Q608750 Literatura
Em relação ao conto "Helga" da obra Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q608749 Literatura
Com relação aos contos "Apenas um saxofone" e "O moço do saxofone" da obra Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles, podemos afirmar que
Alternativas
Q608748 Literatura
Leia com atenção o texto a seguir, retirado de Cobra Norato, de Raul Bopp.

                               III 

Sigo depressa machucando a areia

Erva-picão me arranhou

Caules gordos brincam de afundar na lama

Galhinhos fazem psiu

Deixa eu passar que vou pra longe

Moitas de tiririca entopem o caminho

- Ai Pai-do-mato!

quem me quebrou com mau olhado

e virou meu rasto no chão?

Ando já com os olhos murchos

de tanto procurar a filha da rainha Luzia

O resto da noite me enrola 

Com relação ao texto citado, é INCORRETO afirmar que ele
Alternativas
Q608747 Literatura
Com relação à obra Cobra Norato, de Raul Bopp, é CORRETO afirmar que
Alternativas
Q603424 Literatura
Leia atentamente o poema:

Soneto

Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.

O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda o engenho mais profundo.

Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.

O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c’os demais, que só, sisudo.

A poesia satírica de Gregório de Matos emprega modelos e procedimentos variados. José Miguel Wisnik indica que ela pode ser entendida como “uma luta cômica entre duas sociedades, uma normal e outra absurda”. (WISNIK, J. M. “Prefácio”. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.23). Com base nisso, é correto dizer que este soneto:
Alternativas
Q603422 Literatura
Sobre os romances Lucíola, de José de Alencar, e Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, considere as seguintes afirmativas:

1. Nos dois romances, os nomes dos protagonistas são significativos: Lúcia, pseudônimo adotado pela brilhante cortesã, ofusca a pureza perdida de Maria da Glória; já no caso de Amaro, o apelido Bom-Crioulo é irônico, salientando o viés negativo adotado na caraterização dessa personagem.
2. Em Lucíola, busca-se legitimar o comportamento sexual da protagonista por meio de uma motivação ajustada à moralidade burguesa do século XIX: Lúcia inicia-se na prostituição por conta de sua ingenuidade e desamparo, tentando salvar a própria família da miséria extrema.
3. Bom-Crioulo estabelece paralelos entre o cativeiro da escravidão e aquele representado pela atração de Amaro por Aleixo: seja na cena do castigo físico a que Amaro é submetido no primeiro capítulo, seja nas agruras da personagem título quando, transferido de embarcação, se vê afastado de Aleixo.
4. A despeito das diferenças entre Romantismo e Naturalismo, no que se refere ao tratamento das cenas de intimidade sexual, ambos os romances adotam um tom sóbrio, com vocabulário discreto que evita expressões grosseiras de modo a ajustar-se às expectativas do público de seu tempo.

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q603421 Literatura
Leia o trecho abaixo, do capítulo XII de Inocência, do Visconde de Taunay. Trata-se de um diálogo entre o pai de Inocência, Pereira, e o médico ambulante, Cirino, sobre o naturalista alemão, Meyer.

    —Nem sei como me contenha... Estou cego de raiva... Que presente me mandou o Chico!... É uma peste, este diabo melado... Vê uma rapariguinha e enche logo as bochechas para lhe dizer meia dúzia de pachuchadas e graçolas... Não está má esta!... É um perdido. Nada... Isto não me cheira bem: vou ficar de olho nele...
    —Faz muito bem, apoiou Cirino.
 —Vejam só, continuou Pereira retendo o seu interlocutor para deixar Meyer distanciar-se, em boas me fui eu meter! ... Se não fosse a tal carta do mano, o cujo dançava ao som do cacete... Malcriadaço! Uma mulher que daqui a dois dias está para receber marido... Deus nos livre que o Manecão o ouvisse... Desancava-o logo, se não o cosesse a facadas... Vejam só, hem?... Sempre é gente de outras terras... Cruz! Também vi logo... um latagão bonito... todo faceiro... havera por força de ser rufião.
(Visconde de Taunay, Inocência. São Paulo: FTD, 1992, p. 87)

Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q603420 Literatura
Acerca dos personagens de Fogo morto, considere as afirmativas abaixo:

1. O mestre José Amaro é um homem pobre que vive no Santa Fé, mas não é empregado lá, trabalha por conta própria, o que não faz dele um homem independente, já que o proprietário exige que ele saia da casa que ocupa no engenho.
2. O coronel Lula de Holanda faz parte de uma longa linhagem de senhores de engenho, donos há gerações do engenho Santa Fé que, ao final do romance, estará de fogo morto.
3. Apesar da distância social que as separa, tanto a filha de José Amaro quanto a do coronel Lula de Holanda vivem em isolamento e terminam por enlouquecer.
4. O capitão Vitorino Carneiro da Cunha grita o tempo todo que é um homem que não se submete ao poder de ninguém, mas na verdade cede ao comando do cangaceiro, o capitão Antônio Silvino.

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q603419 Literatura
O romance A última Quimera, de Ana Miranda, publicado em 1995, elege como personagem principal o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), inscrevendo-se na linha de ficcionalização da história literária, modalidade bastante frequentada na passagem do século XX para o XXI. A propósito dessa obra, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q602148 Literatura
O trecho a seguir integra o romance A última quimera, de Ana Miranda:

Meus sofrimentos sempre foram menores diante dos de Augusto, sempre competimos de certa maneira sobre quem sofria mais grandiosamente, como um jogo de xadrez em que as peças não fossem cavalos, bispos, torres, reis, rainhas mas a angústia, a dor física, a dor mental, o vazio existencial, a depressão, as forças subterrâneas, a morbidez, a neurose, o pesadelo, a convulsão de espírito, a negação, o não ser, a mágoa, a miséria humana, o uivo noturno, as carnações abstêmias, os lúbricos arroubos, a fome incoercível, a paixão pelas mulheres impossíveis, a morte; e nesse momento ele parece zombar de mim, como se dissesse: “Vê, como são tolos seus sofrimentos? Você perdeu um amigo e eu perdi a vida". (p. 192)

Com base nesse trecho específico e na totalidade da obra, considere as seguintes afirmativas:

1. O romance cita documentos para confirmar os fatos históricos narrados, além de expor informações biográficas precisas sobre dois poetas brasileiros, que ficaram conhecidos pelo rigor científico e pelo estilo descritivo.

2. O estilo poético de Augusto dos Anjos, um dos personagens centrais da obra, está exemplificado em vários trechos do romance. São exemplos disso a enumeração de vocábulos de teor melancólico e pessimista e o uso de imagens que recriam uma atmosfera mórbida.

3. O narrador do romance adota uma perspectiva distanciada em relação à história e aos personagens reais que recria, contribuindo para reforçar o seu caráter documental e o efeito de veracidade que pretende.

4. A construção dos personagens Olavo Bilac e Augusto dos Anjos combina dados biográficos dos dois poetas com cenas domésticas e particulares, que conferem a eles uma inegável complexidade humana e psicológica.

5. A dimensão temporal-espacial do romance recria, ficcionalmente, a cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX, descrevendo o ambiente material da cidade, os fatos de sua história no período e também a atmosfera intelectual da Belle Époque.

Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q602147 Literatura
Leia, atentamente, o seguinte poema: 

                           Que pode uma criatura senão,
                           entre criaturas, amar?
                           amar e esquecer,
                           amar e malamar,
                           amar, desamar, amar?
                           sempre, e até de olhos vidrados, amar?

                           Que pode, pergunto, o ser amoroso,
                           sozinho, em rotação universal, senão
                           rodar também, e amar?
                           amar o que o mar traz à praia,
                           e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
                           é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

                           Amar solenemente as palmas do deserto,
                           o que é entrega ou adoração expectante,
                           e amar o inóspito, o áspero,
                           um vaso sem flor, um chão de ferro,
                           e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

                           Este o nosso destino: amor sem conta,
                           distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
                           doação ilimitada a uma completa ingratidão,
                           e na concha vazia do amor a procura medrosa,
                           paciente, de mais e mais amor.

                          Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
                          amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. 

O poema “Amar" integra a segunda parte, “Notícias Amorosas", do livro Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Sobre esse poema, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q602146 Literatura
Considere o trecho abaixo, que integra o livro Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar:

“[...] aprenderei ainda muitas outras tarefas, e serei sempre zeloso no cumprimento de todas elas, sou dedicado e caprichoso no que faço, e farei tudo com alegria, mas pra isso devo ter um bom motivo, quero uma recompensa para o meu trabalho, preciso estar certo de poder apaziguar a minha fome neste pasto exótico, preciso do teu amor, querida irmã, e sei que não exorbito, é justo o que te peço, é a parte que me compete, o quinhão que me cabe, a ração a que tenho direito", e, fazendo uma pausa no fluxo da minha prece, aguardei perdido em confusos sonhos, meus olhos caídos no dorso dela, meu pensamento caído numa paragem inquieta, mas tinha sido tudo inútil, Ana não se mexia, continuava de joelhos, tinha o corpo de madeira, nem sei se respirava [...] (p. 124) 

Sobre esse trecho, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q602145 Literatura
Considere as seguintes afirmativas feitas em relação a alguns contos do livro Várias Histórias, de Machado de Assis:

1. O conto “Um homem célebre" assinala que nem a arte, nem o artista conseguem ficar alheios aos interesses mercadológicos e às motivações mais torpes da política.

2. “A Causa Secreta" apresenta uma relação peculiar entre dois homens e uma mulher, na qual a efetivação da relação adúltera entre dois amantes alegra um marido masoquista.

3. O “Conto de escola" indica que, mesmo no ambiente corretivo e punitivo de uma escola severa, é possível aprender valores morais deturpados e nocivos.

4. O conto “D. Paula" é narrado a partir de uma perspectiva feminina, e nele a mulher pode escolher o seu destino, mesmo que a ordem patriarcal estabelecida a impeça.

5. O conto “O Cônego ou a metafísica do estilo" apresenta várias teorias sobre a natureza do estilo; entre elas, uma segundo a qual as palavras possuem sexo e residem em áreas diferentes do cérebro.

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q602144 Literatura
A respeito do narrador do romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Q602143 Literatura
O soneto “No fluxo e refluxo da maré encontra o poeta incentivo pra recordar seus males", de Gregório de Matos, apresenta características marcantes do poeta e do período em que ele o escreveu: 

                         Seis horas enche e outras tantas vaza
                         A maré pelas margens do Oceano,
                         E não larga a tarefa um ponto no ano,
                         Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.

                         Desde a esfera primeira opaca, ou rasa
                         A Lua com impulso soberano
                         Engole o mar por um secreto cano,
                         E quando o mar vomita, o mundo arrasa.

                         Muda-se o tempo, e suas temperanças.
                         Até o céu se muda, a terra, os mares,
                         E tudo está sujeito a mil mudanças.

                         Só eu, que todo o fim de meus pesares
                         Eram de algum minguante as esperanças,
                         Nunca o minguante vi de meus azares. 

De acordo com o poema, é correto afirmar: 
Alternativas
Ano: 2014 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova: Exército - 2014 - EsFCEx - Oficial - v |
Q587260 Literatura
Meus buritizais levados de verdes

Anderson Cunha

A derradeira...
A derradeira
Lágrima de dor
Teimou e caiu
Ai saudade, eu não sei esquecer
Lágrima de dor
Teimou e caiu

Ai saudade, eu não sei esquecer
Aquela estrela...
Aquela estrela
Marvada chegou
Tinhosa e vil
De mim levou meu bem querer
Aquela estrela ô
Tinhosa e vil
De mim levou meu bem querer
Minha pele é solidão
O meu colo, bem querer
Lágrima de dor
Teimou e caiu
Ai saudade, eu não sei esquecer
Aquela estrela ô
Tinhosa e vil
De mim levou meu bem querer “

(...) Era a Mulher, que falava. Ah, e a Mulher rogava: – Que
trouxessem o corpo daquele rapaz moço, vistoso, o dos olhos muito verdes...
Eu desguisei. Eu deixei minhas lágrimas virem, e ordenando: – 'Traz Diadorim!' (...)
Diadorim, Diadorim, oh, ah, meus buritizais levados de verdes... (...)
Sufoquei, numa estrangulação de dó. Constante o que a
Mulher disse: carecia de se lavar e vestir o corpo.
Piedade, como que ela mesma, embebendo toalha,
limpou as faces de Diadorim, casca de tão grosso sangue, repisado. (...) 
Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia.
Mandou todo o mundo sair. Eu fiquei. (...) Não me mostrou de propósito o corpo.
E disse...
Diadorim – nu de tudo. E ela disse:
– 'A Deus dada. Pobrezinha...' (...)
Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor – e mercê peço: – mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube... Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita... (...)
Eu estendi as mãos para tocar naquele corpo, e estremeci,
retirando as mãos para trás (...) E a Mulher estendeu a toalha,recobrindo as partes. Mas aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. (...) E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:
– 'Meu amor!...' "

Texto extraído do livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa 
Sobre o romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, e sua apropriação pela canção popular brasileira contemporânea, em Meus buritizais levados de verdes, de Anderson Cunha, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. 

I. Na trama de citações da canção Meus Buritizais levados de verdes, há uma referência à personagem Diadorim (“Diadorim, oh, ah, meus buritizais levados de verdes"), mas também uma citação textual direta à clássica canção do sertão, Asa Branca (“Quando o verde dos teus olhos/ Se espalhar na plantação").

II. Embora a saudade seja tema de ambos os textos, Meus buritizais levados de verdes e Grande Sertão: Veredas, é possível verificar um sentimento de plenitude e realização do desejo pelos amantes nos versos: “Minha pele é solidão/ O meu colo, bem querer" e no trecho citado: “Mas aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. (...) E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo: – 'Meu amor!...' "

III. Meus buritizais levados de verdes tematiza uma das principais problemáticas do romance Grande Sertão: Veredas: a presença do maligno, a mistura entre bem e mal, o que é sintetizado na metáfora da “estrela tinhosa e vil".

IV. A cena clássica da morte de Diadorim, para a qual toda a narrativa de Riobaldo converge, é recuperada pela canção, decorrendo disso o seu teor dramático e trágico, corroborando a impossibilidade de realização do amor sintetizada no romance “até que ponto esses olhos, sempre havendo, aquela beleza verde, me adoecido, tão impossível." (p. 36). 
Alternativas
Ano: 2014 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova: Exército - 2014 - EsFCEx - Oficial - v |
Q587259 Literatura
Texto 1

Aqui é Minas; lá já é a Bahia? Estive nessas vilas, velhas, altas cidades... Sertão é o sozinho. Compadre meu Quelemém diz: que eu sou muito do sertão? Sertão: é dentro da gente."

(ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 29 ª ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 270.)

Texto 2

Poema Didáctico

(Socorro Lira/ Mia Couto)

Já tive um país pequeno, tão pequeno
que andava descalço dentro de mim
Um país tão magro que, no seu firmamento,
não cabia senão uma estrela menina
tão tímida e delicada, que só por dentro brilhava

Eu tive um país escrito sem maiúscula
Não tinha fundos para pagar um herói
Não tinha panos para costurar bandeira
nem solenidade para entoar um hino

Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes

Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente...

Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes

Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente
terá que caber no mundo,
meu país e minha gente.

(LIRA, Socorro. Os Sertões do Mundo. EP independente, ano 2014. Disponível em:<http://www.socorrolira.com.br/>  Acesso em 25/05/2014.) 

Texto 3

“João Guimarães Rosa criou este lugar fantástico, e fez dele uma espécie de lugar de todos os lugares. O sertão e as veredas de que ele fala não são da ordem da geografia. O sertão é um mundo construído na linguagem. “O sertão", diz ele, “está dentro de nós." Rosa não escreve sobre o sertão. Ele escreve como se ele fosse o sertão.

Em Moçambique nós vivíamos e vivemos ainda o momento épico de criar um espaço que seja nosso, não por tomada de posse, mas porque nele podemos encenar a ficção de nós mesmos, enquanto criaturas portadoras de História e fazedoras de futuro. Era isso a independência nacional, era isso a utopia de um mundo sonhado."

(COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 110.) 
Sobre o romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

I. A narrativa de Grande Sertão: Veredas é centrada na necessidade do narrador Riobaldo em contar e confessar o encontro e perda da personagem principal Otacília.

II. É possível afirmar que o romance Grande Sertão: Veredas reescreve o tema do sertão presente na literatura denominada regionalista, cujo marco é Os Sertões, de Euclides da Cunha, até os chamados autores regionalistas dos anos 30.

III. Polifonia, plurilinguísmo, prolixidade e abertura são características da linguagem do romance Grande Sertão: Veredas.

IV. O narrador do romance Grande Sertão: Veredas é transparente, unívoco e destituído de conflitos, diferentemente da personagem Diadorim, que assume faces diversas: Diadorim/Reinaldo/Maria Deodorina; belo e feroz; delicado e terrível. 
Alternativas
Ano: 2014 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova: Exército - 2014 - EsFCEx - Oficial - v |
Q587258 Literatura
Texto 1

Aqui é Minas; lá já é a Bahia? Estive nessas vilas, velhas, altas cidades... Sertão é o sozinho. Compadre meu Quelemém diz: que eu sou muito do sertão? Sertão: é dentro da gente."

(ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 29 ª ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 270.)

Texto 2

Poema Didáctico

(Socorro Lira/ Mia Couto)

Já tive um país pequeno, tão pequeno
que andava descalço dentro de mim
Um país tão magro que, no seu firmamento,
não cabia senão uma estrela menina
tão tímida e delicada, que só por dentro brilhava

Eu tive um país escrito sem maiúscula
Não tinha fundos para pagar um herói
Não tinha panos para costurar bandeira
nem solenidade para entoar um hino

Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes

Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente...

Mas tinha pão e esperança pros viventes
e tinha sonhos pros nascentes

Eu tive um país pequeno
que não cabia no mundo
meu país – meu continente
há de caber nesse mundo
meu país e sua gente
terá que caber no mundo,
meu país e minha gente.

(LIRA, Socorro. Os Sertões do Mundo. EP independente, ano 2014. Disponível em:<http://www.socorrolira.com.br/>  Acesso em 25/05/2014.) 

Texto 3

“João Guimarães Rosa criou este lugar fantástico, e fez dele uma espécie de lugar de todos os lugares. O sertão e as veredas de que ele fala não são da ordem da geografia. O sertão é um mundo construído na linguagem. “O sertão", diz ele, “está dentro de nós." Rosa não escreve sobre o sertão. Ele escreve como se ele fosse o sertão.

Em Moçambique nós vivíamos e vivemos ainda o momento épico de criar um espaço que seja nosso, não por tomada de posse, mas porque nele podemos encenar a ficção de nós mesmos, enquanto criaturas portadoras de História e fazedoras de futuro. Era isso a independência nacional, era isso a utopia de um mundo sonhado."

(COUTO, Mia. E se Obama fosse africano? Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 110.) 
Compare o romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e o “Poema Didáctico" citado, de Socorro Lira e Mia Couto. Coloque entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) As metáforas do “sertão" e do “país", nos textos 1 e 2 citados, são análogas e representativas do “lugar fantástico" a que se refere o escritor Mia Couto, no texto 3.

( ) As referências a “sertão" e “país", nos textos 2 e 3, “não são da ordem da geografia" e representam o mundo subjetivo dos personagens/ eu-lírico representados.

( ) “Já tive um país pequeno, tão pequeno/ que andava descalço dentro de mim" diz respeito, circunstancialmente, a Moçambique, país natal do escritor Mia Couto; pode-se inferir, remete ainda a outros sertões, como o sertão mineiro de, Guimarães Rosa. 
Alternativas
Respostas
161: A
162: C
163: B
164: C
165: D
166: A
167: A
168: B
169: C
170: A
171: D
172: E
173: D
174: A
175: D
176: E
177: B
178: E
179: B
180: A