Questões Militares de Literatura - Romantismo
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Castro Alves
NÃO SABES, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas, (1)
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita, (2)
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita... (3)
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita. (4)
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
(ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997, p. 84-85.
( ) O poema pertence à poesia social de Castro Alves, gênero no qual canta em favor da liberdade, em versos como: “O braço, que rompe cadeias de ferro,/ Não quebra teus elos,/Ó laço de fita!"
( ) A morte, ao final do poema, representa o aprisionamento do eu-lírico, ao impossibilitar a realização do sentimento amoroso.
( ) Há a sugestão de possível relação íntima entre os amantes, nas ações de: “despir os adornos" e “libertar as tranças" e na imagem do “crepitar da vela".
As cortinas da janela cerraram-se; Cecília tinha-se deitado. Junto da inocente menina, adormecida na isenção de sua alma pura de virgem, velavam três sentimentos profundos, palpitavam três corações bem diferentes.
Em Loredano, o aventureiro de baixa extração, esse sentimento era desejo ardente, uma sede de gozo, uma febre que lhe requeimava o sangue: o instinto brutal desta natureza vigorosa era ainda aumentado pela impossibilidade moral que sua condição criava, pela barreira que se elevava entre ele, pobre colono, e a filha de D. Antônio de Mariz, rico fidalgo de solar e brasão.
(...)
Em Álvaro, cavalheiro delicado e cortês, o sentimento era uma afeição nobre e pura, cheia de graciosa timidez que perfuma as primeiras flores do coração, e do entusiasmo cavalheiresco que tanta poesia dava aos amores daquele tempo de crença e de lealdade.
(...)
Em Peri, o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática, na qual não entrava um só pensamento de egoísmo; amava Cecília não para sentir um prazer ou ter uma satisfação, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor de seus desejos, para evitar que a moça tivesse um pensamento que não fosse imediatamente uma realidade.
(...)
Assim o amor se transformava tão completamente nessas organizações que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.
Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.
O cimo da montanha
“Uma das grandes preocupações desses autores era opor-se à burguesia. Criticavam o comportamento abjeto, como o adultério feminino; revelavam também o lado corrupto do clero e a hipocrisia de muitos fieis extremosos, como as beatas. Os escritores, apesar das críticas, mostravam-se impassíveis diante dos fatos narrados, distantes da situação. Apelavam ainda para as impressões sensoriais e, com isso, tornava-se frequente a sexualização do amor.”
O texto acima caracteriza o
Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
(Álvares de Azevedo, Poesias Completas)
1. Martins Pena
2. José de Alencar
3. Agrário de Menezes
4. Gonçalves de Magalhães
5. Gonçalves Dias
I. Antonio José ou o Poeta e a Inquisição
II. Leonor de Mendonça
III. Juiz de Paz na Roça
IV. Calabar
V. Verso e Reverso
"A vida é noite: o sol tem véu de sangue:
Tacteia a sombra a geração descrida...
Acorda-te, mortal! É no sepulcro
Que a larva humana se desperta à vida!"
O fragmento apresenta uma tendência
.”
O texto acima refere-se ao