Questões Militares Comentadas sobre a fim de- afim em português

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Q1879008 Português
Nunca imaginei um dia

    Até alguns anos atrás, eu costumava dizer frases como "eu jamais vou fazer isso" ou "nem morta eu faço aquilo", limitando minhas possibilidades de descoberta e emoção. Não é fácil libertar-se do manual de instruções que nos autoimpomos. As vezes, leva-se uma vida inteira, e nem assim conseguimos viabilizar esse projeto. Por sorte, minha ficha caiu há tempo.
    Começou quando iniciei um relacionamento com alguém completamente diferente de mim, diferente a um ponto radical mesmo: ele, por si só, foi meu primeiro "nunca imaginei um dia". Feitos para ficarem a dois planetas de distância um do outro. Mas o amor não respeita a lógica, e eu, que sempre me senti tão ?onfo~~vel num_ mundo planejado, inaugurei a instab1hdade emocional na minha vida. Prendi a respiração e dei um belo mergulho.
    A partir dai, comecei a fazer coisas que nunca havia feito. Mergulhar, aliás, foi uma delas. Sempre respeitosa com o mar e chata para molhar os cabelos afundei em busca de tartarugas gigantes e peixe~ coloridos no mar de Fernando de Noronha. Traumatizada com cavalos (por causa de um equino que quase me levou ao ch_ão quando eu tinha oito anos), participei da minha primeira cavalgada depois dos 40, em São Francisco de Paula: Roqueira convicta e avessa a pagode, assisti a um show: do Zeca Pagodinho na Lapa. Para ver o Ronaldo Fenô'11eno jogar ao vivo, me infiltrei na torcida do Olímpico num ,Jogo entre Grêmio e Corinthians, mesmo sendo colorada.
    Meu paladar deixou de ser monótono: comecei a provar alimentos que nunca havia provado antes. E muitas outras coisas vetadas por causa do "medo do ridículo" receberam alvará de soltura. O ridículo deixou de existir na minha vida.
    Não deixei de ser eu. Apenas abri o leque me permitindo ser um "eu" mais amplo. E sinto que é um caminho sem volta.
    Um mês atrás participei de outro capítulo da série "Nunca im_aginei um dia". Viajei numa excursão, eu que sempre reieIteI essa modalidade turística. Sigo preferindo viajar a dois ou sozinha, mas foi uma experiência fascinante, ainda mais que a viagem não tinha como destino um pais do circuito Elizabeth Arden (ParisLondr:s-Nova York), mas um pais africano, muçulmano e desértico. Ahás, o deserto de Atacama, no Chile, será meu provável "nunca imaginei um dia" do próximo ano.
     E agora cometi a loucura jamais pensada, a insanidade que nunca me permiti, o ato que me faria merecer uma camisa-de-força: eu, que nunca me comovi com bichos de estimação, adotei um gato de rua.
    Pode colocar a culpa no esplrito natalino: trouxe um bichano de três meses pra casa, surpreendendo minhas filhas, que já haviam se acostumado com a ideia de ter uma mãe sem coração. E o que mais me estarrece: estou apaixonada por ele.
    Ainda há muitas experiências a conferir: fazer compras pela internet, andar num balão cozinhar dignamente, me tatuar, ler livros pelo kindle', viajar de navio e mais umas 400 coisas que nunca imaginei fazer um dia, mas que já não duvido. Pois tem essa também: deixei de ser tão cética.
    Já que é improvável que o próximo ano seja diferente de qualquer outro, que a novidade sejamos nós.


Medeiros, Martha. Nunca imaginei um dia. 2009. Disponível em: http://alagoinhaipaumirim.blogspot.com/2009/12/nuncaimaginei-um-dia-martha-medeiros.html. Acesso em: 10 fev. 2021.
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas do período abaixo.

" __ alguns anos, __ ampliar suas descobertas e suas emoções, a autora passou a vivenciar __ inovações, __ foi a adoção de um gato de rua a____comovente."
Alternativas
Ano: 2016 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2016 - EAM - Marinheiro |
Q662056 Português

     Com o advento dos aparelhos móveis e a ampliação dos recursos dos celulares, a expansão da internet se dá de forma assustadora e seu uso passa de esporádico para instantâneo. Essa evolução, ao fortalecer o paradigma de "computador onde a pessoa se encontra, a qualquer hora e lugar", referindo-se aos aparelhos móveis, modifica, também, comportamentos como o chamado "vício eletrônico".

      Antes, a expressão indicava o vício das pessoas que não conseguiam se desligar de seus computadores pra entrar nas redes sociais, jogar, fazer comentários ou verificar o que está sendo postado. Hoje, há mudanças e a situação se torna mais complexa e alarmante. Basta observar ao redor: pessoas caminhando e usando celular; pessoas em bares e restaurantes que não interagem com outras pessoas, mas com seus aparelhos. Crianças e adolescentes conectados o tempo todo. Adultos usando aparelhos de comunicação em festas e cerimônias formais. Imagens sendo postadas e divulgadas a cada momento. O chamado vício agora se irradia: as pessoas podem acessar suas informações em qualquer lugar e horário, pois carregam os aparelhos consigo.

      Ao lado dos inúmeros serviços ofertados na internet, tais como a realização de pesquisas, serviços bancários, serviços públicos e a comercialização de produtos e serviços, entre outros, encontra-se uma forma de comunicação via redes sociais, que se tornou parte do dia a dia das pessoas em todo o mundo. O próprio conceito de redes sociais é antigo e indica a integração de pessoas que têm um objetivo comum e se comunicam para compartilhar idéias ou realizar ações conjuntas. No caso das redes sociais digitais, essa comunicação se dá por meio de uma tecnologia, que fornece acesso por meio de diversos tipos de aparelhos (celulares, tablets etc). Cada vez mais atraentes, as redes sociais são utilizadas, também, pelas empresas na promoção de seus bens e serviços, com base no perfil dos usuários e seus interesses. Há uma estrutura para capturar as informações via redes sociais e transformá-las em conteúdo para marketing e propaganda, para captar novos clientes ou garantir os existentes.

      Percebe-se, entretanto, que as redes sociais digitais possuem um tempo de vida útil. A rede social digital mais utilizada, atualmente, começa a apresentar desgaste devido ao uso de "correntes", pensamentos de autores que nem sempre são verídicos, comentários pagos por partidos políticos e excesso de propagandas de empresas na comercialização de seus produtos e serviços. Essas informações descaracterizam o que inicialmente seria utilizado para que as pessoas se comunicassem.

      Além dos problemas psicológicos de vício e isolamento social que estão sendo estudados, não se podem negligenciar outros itens no quesito saúde, devido à radiação e ao contato direto com os aparelhos, que trazem problemas como diminuição da visão, tendinite, dor nas costas, má postura e ansiedade, entre outros. Destaca-se, por sua vez, o lado fantástico dessa tecnologia que possibilita comunicação em tempo real, com fotos, imagens e comentários, o que pode aproximar as pessoas e colocá-las a par dos acontecimentos familiares, de relacionamentos e de acontecimentos de interesse público, mesmo a longa distância. Inclusive comenta-se que as pessoas nunca escreveram ou leram tanto como após o advento das tecnologias de informação e comunicação, Não vamos entrar aqui no mérito do que e de como se escreve, o que tem se tornado preocupação dos professores e professoras de Língua Portuguesa pela qualidade duvidosa e pelos incontáveis erros de escrita que circulam pela internet.

      Enfim, devemos aprender a dosar o uso das novas tecnologias de comunicação para que seus benefícios possam ser aproveitados de maneira a contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com liberdade e não como escravidão e dominação.


(TAIT, Tania. As redes sociais digitais: necessidade ou vício?. Em http://www.gazetadopovo.com.br - 28 abrii de 2014. Com adaptações)

Em que opção o termo destacado foi corretamente empregado no contexto?
Alternativas
Q579300 Português

Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa por muito tempo. São tantos os estímulos e tanta a pressão para que o entorno seja completamente desvendado que aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nós nos tornamos, à semelhança dos computadores, pessoas multitarefa, não é verdade?

Vamos tomar como exemplo uma pessoa dirigindo. Ela precisa estar atenta aos veículos que vêm atrás, ao lado e à frente, à velocidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de programas que sinalizam o trânsito em tempo real, às informações de alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planejamento mental feito e refeito várias vezes do trajeto que deve fazer para chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc.

Quando me vejo em tal situação, eu me lembro que dirigir, após um dia de intenso trabalho no retorno para casa, já foi uma atividade prazerosa e desestressante.

O uso da internet ajudou a transformar nossa maneira de olhar para o mundo. Não mais observamos os detalhes, por causa de nossa ganância em relação a novas e diferentes informações. Quantas vezes sentei em frente ao computador para buscar textos sobre um tema e, de repente, me dei conta de que estava em temas que em nada se relacionavam com meu tema primeiro.

Aliás, a leitura também sofreu transformações pelo nosso costume de ler na internet. Sofremos de uma tentação permanente de pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por frase, para que faça sentido. Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido e beleza a um texto? 

Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crianças. Elas já nasceram neste mundo de profusão de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo; elas são estimuladas com diferentes objetos, sons, imagens etc.

Aí, um belo dia elas vão para a escola. Professores e pais, a partir de então, querem que as crianças prestem atenção em uma única coisa por muito tempo. E quando elas não conseguem, reclamamos, levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam portadoras de síndromes que exigem tratamento etc.

A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos, brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes e, se deixarmos, passam horas em uma única atividade de que gostam.

Mas, nos estudos, queremos que elas prestem atenção no que é preciso, e não no que gostam. E isso, caro leitor, exige a árdua aprendizagem da autodisciplina. Que leva tempo, é bom lembrar.

As crianças precisam de nós, pais e professores, para começar a aprender isso. Aliás, boa parte desse trabalho é nosso, e não delas.

Não basta mandarmos que elas prestem atenção: isso de nada as ajuda. O que pode ajudar, por exemplo, é analisarmos o contexto em que estão quando precisam focar a atenção e organizá-lo para que seja favorável a tal exigência. E é preciso lembrar que não se pode esperar toda a atenção delas por muito tempo: o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e gradual.

                     SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. Folha de São Paulo, 11 fev. 2014 - adaptado. 

Assinale a opção em que o termo destacado está grafado corretamente, de acordo com o contexto em que foi utilizado.
Alternativas
Q317641 Português
Leia atentamente o texto e escreva as palavras corretas. Após, marque a alternativa CORRETA que corresponde à sequência em que elas aparecem no texto.
No ano de 2012, no Congresso Nacional, houve __________ (sessão, seção, cessão) para debater sobre ____ (a, à) nova lei ambiental. Naquela oportunidade, discutiu-se também sobre a __________ (sessão, seção, cessão) de terras por parte da União para determinadas ONGs. Muitos jornalistas fizeram perguntas a respeito do documento de mais de 400 páginas, onde cada __________ (sessão, seção, cessão) do projeto foi amplamente discutida. Um deputado levantou a polêmica sobre o __________ (porque, porquê, por que, por quê) de tal projeto ser levado a plenário em ano eleitoral. A resposta foi no sentido de que a sociedade está __________ (afim, a fim) de uma solução para a questão ambiental e que ______ (há, a) muito tempo a discussão se arrasta e ainda ressaltou que daqui ______(há, a) alguns anos colheremos os benefícios. Em decorrência do calor que fazia em Brasília (DF), algumas pessoas passaram ______ (mau, mal). Os ambientalistas assistiam ____ (a, à) cena em silêncio.

Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: B
4: B