Questões Militares de Português - Artigos

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Q2181378 Português
A importância da música para a família Ramirez
(Este texto foi desenvolvido especialmente para esse concurso)

    Rafael Ramirez não sonhava em ser médico, engenheiro ou astronauta. Diferente das demais crianças, Rafael tinha adoração por música, sentia que seu caminho era o de ser musicista.
    A dedicação de seus pais era intensa e imensa. Tornou-se maestro aos 30 anos e esse triunfo ______ (01 - obtido – obitido) também teve como alicerce a esposa, Bia, e os dois filhos, Yasmin e Petrônio.
    Há uns meses, eles se mudaram de São Paulo para Natal, dentre os embrulhos e arrumação de caixas, Rafael encontrou uma coleção antiga de discos (LPs). Decidiu voltar a estudar, agora em um nível superior, o de doutorado. Então, o que era uma curiosidade que marcava uma época de músicas antigas, passou a ser uma base de pesquisa.
    Durante a primeira semana na capital potiguar, logo se inscreveu no programa de pós-graduação e, para sua completa alegria, percebeu que seus filhos também queriam aprender música, a menina para compreender a vida pelas cordas de um violino, para ela esse instrumento ______ (02 - conecta – conécta) pessoas do mundo todo com um som que alcança e acalma a alma. Já o rapazote pensou na música para cantar e encantar a ______ (03 - plateia – platéia) de sua banda de rock.
    A esposa, Bia, era mais prática, via que a música unia as expressões e queria saber se comunicar mais e melhor, uniu o som da percussão com as danças árabes, que resgatavam sua cultura ancestral.
    Com esses exemplos, evidencia-se que, desde sempre, a música é vista como um diferencial por causa das motivações de quem a conhece e hoje ela se tornou uma forma de expressão que se justifica por abarcar diversas áreas da sociedade, variadas idades e famílias inteiras. 
Leia o fragmento, “Rafael Ramirez foi à Casa de Repouso Cantinho do Paraíso para tocar gratuitamente para os idosos”. Complete a afirmação com uma das alternativas apresentadas: Usa-se a crase na junção da preposição ‘a’ + o artigo definido ‘a’ utilizado ___________. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: PM-MG - 2023 - PM-MG - Soldado |
Q2156475 Português

Leia atentamente o texto abaixo e responda a questão proposta.


MEU MELHOR CONTO

 

 

                                                                                                                                       Moacyr Scliar

Você me pergunta qual foi o melhor conto que escrevi. Indagação típica de jovens jornalistas; vocês vêm aqui, com esses pequenos gravadores, que sempre dão problema, e uma lista de perguntas - e aí querem saber qual foi o melhor ponto que a gente fez, qual provocou maior controvérsia, essas coisas. Mas tudo bem: não vou me furtar a responder essa questão. Dá mais trabalho explicar por que a gente não responde do que simplesmente responder.

               

    Meu melhor conto... Não está em nenhum dos meus livros, em nenhuma antologia, em nenhuma publicação. Ele está aqui, na minha memória; posso acessá-lo a qualquer momento. Posso inclusive lembrar as circunstâncias em que o escrevi. Não esqueci, não. Não esqueci nada. Mesmo que quisesse esquecer, não o conseguiria.   

    Eu era então um jovem escritor - faz muito tempo, portanto, que isso aconteceu. Estava concluindo o curso de Letras e acabara de publicar meu primeiro livro, recebido com muito entusiasmo pelos críticos. É uma revelação, diziam todos, e eu, que à época nada tinha de modesto, concordava inteiramente: considerava-me um gênio. Um génio contestador. Minhas histórias estavam impregnadas de indignação; eram verdadeiros panfletos de protesto contra a injustiça social. O que me salvava do lugar-comum era a imaginação - a imaginação sem limites que é a marca registrada da juventude literária e que, como os cabelos, desaparecem com os anos.

         Mas eu não era só escritor. Era militante político. Fazia parte de um minúsculo, obscuro, mas extremado grupo de universitários. Veio o golpe de 1964, participei em manifestações de protesto, cheguei a pensar em juntar-me à guerrilha - o que certamente seria um-desastre, porque eu era um garoto de classe média, mimado pelos pais, acostumado ao conforto, enfim, uma antípoda do guerrilheiro. De qualquer modo, fui preso.

       Uma tragédia. Meus pais quase enlouqueceram. Fizeram o possível para me soltar, falaram com Deus e todo mundo, com políticos, jornalistas e até generais. Inútil. O momento era de linha dura, linha duríssima, e eu estava em mais de uma lista de suspeitos. Não me soltariam de jeito nenhum.

    Fui levado para um lugar conhecido como Usina Pequena. Havia duas razões para essa denominação. Primeiro, o centro de detenção ficava, de fato, perto de uma termelétrica. Em segundo lugar, o método preferido para a tortura era, ali, o choque elétrico.

      O chefe da Usina Pequena era o Tenente Jaguar. Esse não era o seu verdadeiro nome, mas o apelido era mais que o apropriado: ele tinha mesmo cara de felino, e de felino muito feroz. Ao sorrir, mostrava os caninos enormes - e isso era suficiente para dar calafrios nos prisioneiros.

    Fiquei pouco tempo na Usina Pequena, quinze dias. Mas foi o suficiente. Da cela que eu ocupava, um cubículo escuro, úmido, fétido, eu ouvia os gritos dos prisioneiros sendo torturados e entrava em pânico, perguntando-me quando chegaria a minha vez. E aí uma manhã eles vieram me buscar e levaram-me para a chamada Sala do Gerador, o lugar das torturas, e ali estava o Tenente Jaguar, à minha espera, fumando uma cigarrilha e exibindo aquele sorriso sinistro. Leu meu prontuário e começou o interrogatório. Queria saber o paradeiro de um dos meus professores, suspeito de ser um líder importante na guerrilha.

      Tão apavorado eu estava que teria falado - se soubesse, mesmo, onde estava o homem. Mas eu não sabia e foi o que respondi, numa voz trémula, que não sabia. Ele me olhou e estava claramente decidindo se eu falava a verdade ou se era bom ator. Mas ali a regra era: na dúvida, a tortura. E eu fui torturado. Choques nos genitais, o método clássico. No quarto choque, desmaiei, e me levaram de volta para a cela.

     Durante dois dias ali fiquei, deitado no chão, encolhido, apavorado. No terceiro dia o carcereiro entrou na sala: o Tenente queria me ver. Implorei para que não me levasse: eu não aguento isso, vou morrer, e vocês vão se meter em confusão. Ignorando minhas súplicas, arrastou-me pelo corredor, mas não me levou para o lugar das torturas, e sim para a sala do Tenente. O que foi uma surpresa. Uma surpresa que aumentou quando o homem me recebeu gentilmente, pediu que sentasse, ofereceu-me um chá. Perguntou se eu tinha me recuperado dos choques; e aí - eu cada vez mais atônito - pediu desculpas: eu tinha de compreender que torturar era a função dele, e que precisava cumprir ordens.

    Ficou um instante olhando pela janela - era uma bela manhã de primavera - e depois voltou-se para mim, anunciando que tinha um pedido a me fazer.

   Àquela altura eu não entendia mais nada. Ele tinha um pedido a me fazer? O todo-poderoso chefe daquele lugar? O cara que podia me liquidar sem qualquer explicação tinha um pedido? Estou às suas ordens, eu disse, numa voz sumida, e ele foi adiante. Eu sei que você é escritor, e um escritor muito elogiado.

        Está na sua ficha - acrescentou, sorridente. - Nós aqui temos todas as informações sobre sua vida.

        Olhou-me de novo e acrescentou:

        - Tem uma coisa que eu queria lhe mostrar.

      Abriu uma gaveta e tirou de lá um recorte de jornal. Era uma notícia sobre um concurso de contos. Cada vez mais surpreso, li aquilo e mirei-o sem entender. Ele explicou.

       Eu escrevo. Contos, como você. Mas tenho de admitir: não tenho um décimo do seu talento. Nova pausa, e continuou:

       Quero ganhar esse concurso literário. Melhor, preciso ganhar esse concurso literário. Não me pergunte a razão, mas é muito importante para mim. E você vai me ajudar. Vai escrever um conto para mim. Posso contar com você, não é?

      E então aconteceu a coisa mais surpreendente. Eu disse que não, que não escreveria merda nenhuma para ele.

      Tão logo falei, dei-me conta do que tinha feito - e fiquei a um tempo aterrorizado e orgulhoso. Sim, eu tinha ousado resistir. Sim, eu tinha mostrado a minha fibra de revolucionário. Mas, e agora? E os choques?

     Para meu espanto, o homem começou a chorar. Chorava desabaladamente, como uma criança. E então me explicou: quem tinha mandado aquele recorte fora o seu filho, um rapaz de catorze anos que adorava o pai, e adorava as histórias que o pai escrevia

      - Ele quer que eu ganhe o concurso, o meu filho o Tenente, soluçando. E eu quero ganhar o concurso. Para ele. É um rapaz muito doente, talvez não viva muito. Eu preciso lhe dar essa alegria. E só você pode me ajudar.

        Olhava-me, as lágrimas escorrendo pela face.

      O que podia eu dizer? Pedi que me arranjasse uma máquina de escrever e umas folhas de papel.

      Naquela tarde mesmo escrevi o conto. Nem precisei pensar muito; simplesmente sentei e fui escrevendo. A história brotava de dentro de mim, fluía fácil. E era um belo conto, diferente de tudo o que eu tinha escrito até então. Não falava em revolta, não satirizava opressores. Contava a história de um pai e de seu filho moribundo.

       Entreguei o conto ao Tenente, que o recebeu sem dizer palavra, sem sequer me olhar. E no dia seguinte fui solto.

     Nunca fiquei sabendo o que aconteceu depois, o resultado do concurso, nada disso. Não estava interessado; ao contrário, queria esquecer a história toda, e inclusive o conto que eu tinha escrito. O que foi inútil. A narrativa continuava dentro de mim, como continua até hoje. Se eu quisesse, poderia escrevê-la de uma sentada.

       Mas não o farei. Esse conto não me pertence. É, acho, a melhor coisa que escrevi, mas não me pertence. Pertence ao Tenente, que esses dias, aliás, vi na rua: um ancião alquebrado, que anda apoiado numa bengala.

     Ele me olhou e sorriu. Talvez tivesse, com gratidão, lembrado aquele episódio. Ou talvez estivesse debochando de mim. Com esses velhos torturadores, a gente nunca sabe.

 

                                                                                                                           (Porto Alegre, 2003.)

 

                                                        Conto de Moacyr Scliar publicado no livro "Do conto à crônica".

 

Marque a alternativa CORRETA. Na frase “Contava a história de um pai e um filho moribundo.”, o vocábulo destacado exerce a função de:
Alternativas
Q2132062 Português
Texto 02

Livros, livros, livros

A velha estante que eu tinha na sala foi embora, substituída por uma outra, mais simples, mas que abriga o dobro de livros da antecessora. O processo da troca me faz pensar muito na nossa relação com os livros. Pois ainda que ler em papel continue sendo uma experiência muito mais completa do que ler em formato digital, e presentear e receber livros continue sendo uma felicidade, guardá-los em casa não é mais tão necessário quanto era antes dos tempos da nuvem.

Guardamos livros por vários motivos: ou porque têm dedicatórias, ou porque gostamos particularmente deles, ou porque nos lembram momentos específicos das nossas vidas. Alguns, todavia, guardamos apenas para garantir o acesso ao seu conteúdo caso tenhamos necessidade disso no futuro; mas, podendo encontrá-los tão rapidamente on-line, fica cada vez mais fácil passá-los adiante.

Nossa relação com os livros está mudando muito rápido, sob todos os aspectos. Quando os primeiros CD-ROMs (lembram deles?) com enciclopédias foram lançados, não botei muita fé na sua universalização. Entendi imediatamente o seu potencial e o que representavam em termos de difusão cultural, mas continuei apegada á minha Britannica e aos dicionários de papel, que me permitiam encontrar, ao acaso, muitas palavras e verbetes interessantes.

Livros de referência e o formato digital foram, sem dúvida, feitos uns para os outros, mas o mesmo não se pode dizer de todos os livros, indistintamente. Quando os primeiros leitores de e-books chegaram ao mercado, muitas matérias foram escritas decretando o fim dos livros em papel. A substituição da velha tecnologia pela nova seria apenas uma questão de tempo, pensava-se, então. Mas o tempo, ele mesmo, tem provado que nada é tão simples: no ano passado, as vendas de livros impressos cresceram mais do que as vendas de e-books.

Na verdade, nota-se menos uma guerra entre os dois formatos do que um convívio bastante pacifico. Quem gosta de ler compra impressos e e-books indistintamente. Muitas vezes, o mesmo título acaba sendo comprado duas vezes pelo mesmo leitor, em papel para ficar em casa, em formato eletrônico para poder ser levado para cá e para lá. Cheguei à conclusão de que continuo gostando mais dos meus livrinhos em papel, mas também adoro o meu Kindle, cada vez mais bem recheado.

(RÓNAI, Cora. "Livros, livros.livros". ln: Jornal O Globo. Terça-feira 8.9.2015, p. 11. Texto adaptado) 

Analise o trecho abaixo:

"Entendi imediatamente o seu potencial e o que representavam em termos de difusão cultural [ ... ]" (3°§)


Assinale a opção em que os termos destacados possuem o mesmo valor, com relação à classe gramatical, dos que estão destacados no trecho acima, respectivamente. 

Alternativas
Q2121241 Português
Texto 01

A Vida me ensinou

A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;

Sorrir às pessoas que não gostam de mim, para lhes mostrar que sou diferente do que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;

Calar-me para ouvir; aprender com meus erros. Afinal, eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.

Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; a alegrar quem precisa; a pedir perdão; a sonhar acordado; a acordar para a realidade (sempre que fosse necessário); a aproveitar cada instante de felicidade; a chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;

A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser; a abrir minhas janelas para o amor; a não temer o futuro;

Me ensinou a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenho que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

https://www.andrecastropalestras.com.br/single-post/2018/06/20/-a-vida-me-ensinou-texto-por-charles-chaplin
No tocante a Classes de Palavras, em qual alternativa abaixo, o termo destacado em maiúscula está classificado CORRETAMENTE em parênteses?
Alternativas
Ano: 2023 Banca: IDECAN Órgão: PM-CE Prova: IDECAN - 2023 - PM-CE - Soldado |
Q2073694 Português
Metano pode ser a chave para detectar vida alienígena em um planeta distante

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(Will Dunham. https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2022/03/metano-pode-ser-a-chave-para-detectar-vida-alienigena-em-um-planeta-distante.shtml. 31.mar.2022)
Mesmo que a bioquímica da vida alienígena seja radicalmente diferente da que existe na biosfera da Terra, a metanogênese é uma estratégia metabólica óbvia e fácil para qualquer vida baseada em carbono, dadas as fontes de energia provavelmente presentes em exoplanetas rochosos... (linhas 26 a 29)
É correto afirmar que, no período acima, há 
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: A
4: A
5: D