Questões Militares de Português - Crase

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Q879400 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Assinale a alternativa em que se justifica corretamente o uso do acento grave na seguinte frase:


“Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima [...]”

Alternativas
Ano: 2017 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2017 - CFN - Soldado Fuzileiro Naval |
Q868956 Português

Considere a frase:


“Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras (...)” – linhas 12 e 13.


Observe que o acento indicativo de crase foi utilizado corretamente. Para que as frases abaixo fiquem igualmente corretas, preencha as lacunas utilizando o mesmo acento, quando necessário, e assinale a alternativa correta.


“Comunico __ V.Sa. que encaminhamos __ petição anexa __ Divisão de Pagamento que está apta __ prestar __ informações solicitadas.”

Alternativas
Q859324 Português

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto a seguir.


Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra _____ entranhas daquela que foi ________ maior prisão da América Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, também na capital paulista, onde cumprem pena mais de duas mil mulheres.

(https://oglobo.globo.com. Adaptado)

Alternativas
Q858172 Português
No segmento “Destinar mais recursos à (l. 01), o verbo “Destinar” determina o emprego do sinal indicativo de crase. Ignorando qualquer eventual mudança de sentido, qual das seguintes alternativas tornaria obrigatória a mudança dessa estrutura?
Alternativas
Q849118 Português

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o item a seguir.


A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a expressão “reservadas para a família” (.11) fosse alterada para reservadas à família.

Alternativas
Respostas
81: B
82: A
83: B
84: D
85: C