Questões Militares de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

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Q859319 Português

Leia o texto de Drauzio Varella para responder à questão.


      Passei dois anos escrevendo o livro que acabo de terminar. A tarefa não foi realizada em tempo integral, mas nos momentos livres que ainda me restam.

      Há escritores que precisam de silêncio, solidão e ambiente adequado para a prática do ofício. Se fosse esperar por essas condições, teria demorado 20 anos para publicá-lo, tempo de vida de que não disponho, infelizmente.

      Por força da necessidade, aprendi a escrever em qualquer lugar em que haja espaço para sentar com o computador. Por exemplo, nas salas de embarque durante as viagens de bate e volta que sou obrigado a fazer. Consigo me concentrar apesar das vozes esganiçadas que anunciam os voos, os atrasos, as trocas de portões, a ordem nas filas, os nomes dos retardatários.

      Mal o avião levanta voo, puxo a mesinha e abro o computador. Estou nas nuvens, às portas do paraíso celestial. O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails atrasados.

      Minha carreira de escritor começou com “Estação Carandiru”, publicado quando eu tinha 56 anos. Foi tão grande o prazer de contar aquelas histórias, que senti ódio de mim mesmo por ter vivido meio século sem escrever livros.

      A dificuldade vinha da timidez e da autocrítica. Para mim, o que eu escrevesse seria fatalmente comparado com Machado de Assis, Gógol, Faulkner, Joyce, Pushkin, Turgenev ou Dante Alighieri. Depois do que disseram esses e outros gênios, que livro valeria a pena ser escrito?

      A resposta encontrei em “On Writing”, livro que reúne entrevistas e textos de Ernest Hemingway sobre o ato de escrever. Em conversa com um estudante, Hemingway diz que, ao escritor de nossos tempos, cabem duas alternativas: escrever melhor do que os grandes mestres já falecidos ou contar histórias que nunca foram contadas.

      De fato, se eu escrevesse melhor do que Machado de Assis, poderia recriar personagens como Dom Casmurro ou descrever com mais poesia o olhar de ressaca de Capitu.

      Restava a outra alternativa: a vida numa cadeia com mais de 7.000 presidiários, na cidade de São Paulo, nas últimas décadas do século 20, não poderia ser descrita por Tchékhov, Homero ou pelo padre Antonio Vieira. O médico que atendia pacientes no Carandiru havia dez anos era quem reunia as condições para fazê-lo.

      Seguindo o mesmo critério, publiquei outros livros. Às cotoveladas, a literatura abriu espaço em minha agenda. Há escritores talentosos que se queixam dos tormentos e da angústia inerentes ao processo de criação. Não é o meu caso, escrever só me traz alegria.

      Diante da tela do computador, fico atrás das palavras, encontro algumas, apago outras, corrijo, leio e releio até sentir que o texto está pronto. Às vezes, ficou melhor do que eu imaginava. Nesse momento sou invadido por uma sensação de felicidade plena que vai e volta por vários dias.

                                                                  (www.folha.uol.com.br, 13.05.2017. Adaptado) 

As formas destacadas em – De fato, se eu escrevesse melhor do que Machado de Assis, poderia recriar personagens como Dom Casmurro... (8° parágrafo) – expressam, respectivamente,
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Q856447 Português

     Leia o texto para responder a questão.

                           


       A Globo encerrou nesta segunda-feira [25.09.2017] a sua novela das seis, “Novo Mundo”. Aplaudida pelo público e crítica – merecidamente –, a produção teve média final no Ibope da Grande SP de 24 pontos. Seu sucesso é medido pelos números de audiência e também pela repercussão: foi uma novela comentada, que gerou buchicho.

      Os puristas que clamaram por fatos históricos reproduzidos ipsis litteris* esquecem que essa nunca foi a proposta da novela. Afinal, tratava-se de uma obra baseada em fatos reais, logo a liberdade de criação estava assegurada. Sem a pretensão de ser uma “aula de História”, “Novo Mundo”, além de entreter, despertou no público o interesse pela História do Brasil, o que, por si só, já foi um mérito e tanto. *ipsis litteris: tal como está escrito

       (Blog do Nilson Xavier. https://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br. 25.09.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão e com o sentido do texto original, a passagem “Sem a pretensão de ser uma ‘aula de História’, ‘Novo Mundo’, além de entreter, despertou no público o interesse pela História do Brasil…” está corretamente reescrita em:
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Q852539 Português

Texto 02


                   Comunicação virtual nas relações interpessoais. Que negócio é esse?


      Com a Internet, o homem consegue ultrapassar as barreiras geográficas, tornando mais fácil e ágil a sua comunicação. Mas, por outro lado, a comunicação virtual nas relações interpessoais tem limitado o contato social ao mundo cibernético, o que pode representar aspectos negativos para o futuro da humanidade.

      Já sabemos que a Internet trouxe muitas vantagens para o nosso dia a dia, tanto na dimensão profissional quanto na pessoal e devido à intensidade dos movimentos econômicos e políticos, principalmente, nas grandes cidades, a vida é cada dia mais agitada. Por conta desse fato, o crescimento do mercado das comunicações virtuais tem sido cada vez mais abundante, mas o modo de relacionamento entre as pessoas está sendo seriamente afetado.

      É preciso levar em consideração que tais vantagens também podem esconder certas desvantagens, como no caso da falência das relações interpessoais, e o ser social virar, de vez, um ser cibernético. Muitos preferem a comunicação virtual à face a face, pois a primeira parece ser mais fácil e “segura” do que a outra.

      Ou seja, um meio de comunicação eficiente, cujo alicerce é a tecnologia, passa a ser, na realidade, um distanciador de pessoas, pois mesmo aproximando geograficamente, o contato físico vem sendo anulado paulatinamente. Hoje, é mais fácil conversamos com nosso amigo, que mora no bairro vizinho, por um bate papo ou mídia social, do que nos despencarmos até a sua casa ou a um café para colocar a conversa em dia.

      Sabemos das novidades da vida dos “nossos” por meio do Facebook, Intagram, Twitter, entre outros, e não mais face à face, ou mesmo pelo telefone. Mas, até quando as relações irão aguentar esse tipo restrito de comunicação? A resposta para essa pergunta não é fácil de descobrir, pois estamos enfrentando esse fato pela primeira vez e não há uma previsão certeira de como essa nova realidade irá evoluir.

      O que sabemos de fato é que a comunicação evolui, assim como caminha a humanidade, mas o laço entre os seres é de fundamental para que continuem a criar uma sociedade melhor, que não se encontra apenas na web. É preciso, portanto, saber usufruir das vantagens que a tecnologia nos oferece para podermos estar em comunicação com os outros indivíduos, mas sem perder o contato social e, assim sendo, o lado humano deve prevalecer sobre o lado virtual, pois, como pessoas, necessitamos do toque, do olhar, do abraço e da sinceridade da comunicação face a face, que a virtual não oferece.

      (7 junho 2017)

(http://www.convictiva.com.br/artigos/comunicacao-virtual-nas-relacoes-interpessoais-que-negocio-e-esse. Acesso em 14.10.2017-transcrita com adaptações).

Dos segmentos destacados, nas opções seguintes, aquele no qual se identifica uma referência a tempo futuro é:
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Q852536 Português

TEXTO 01


      Um dilema ético só ocorre quando, independentemente da escolha que se faça, se compromete algum valor ou princípio ético. Aqueles que atravessam os limites da ética em benefício próprio, situação tristemente comum no nosso país, não vivem dilemas éticos. São, simplesmente, antiéticos.

      Na atenção à saúde, é frequente haver conflito entre valores fundamentais. O estado terminal de um paciente, por exemplo, pode gerar um conflito entre a preservação da vida e a preservação da dignidade. Em outras situações, somos obrigados a escolher entre sermos benevolentes e sermos justos. A importância dos dilemas éticos, portanto, é explicitar os valores que norteiam as nossas decisões, colocá-los em perspectiva e obrigar-nos a encarar com reflexão e transparência as nossas escolhas.

      (...)

      Escolher eticamente exige de nós mais do que ponderar corretamente os valores éticos. Exige, fundamentalmente, que consideremos as dimensões éticas de nossas escolhas.

      (...)

(Revista Veja. Editora Abril. Edição 2506 - ano 49 - nº 48 – 30.11.2016. Seção Página aberta – pág. 100/101. Por Francisco Balestrin – Presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados).

Aqueles que atravessam os limites da ética em benefício próprio, situação tristemente comum no nosso país, não vivem dilemas éticos. São, simplesmente, antiéticos.


Em relação ao trecho acima, é INCORRETO apenas o que se afirma em:

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Q848870 Português

No que se refere aos sentidos e às propriedades linguísticas do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.

A forma verbal “diz” (l.32) poderia ser substituída por disser, sem prejuízo da correção gramatical do texto.
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Respostas
51: C
52: A
53: C
54: D
55: E