Questões Militares Sobre funções morfossintáticas da palavra se em português

Foram encontradas 79 questões

Q662724 Português
Dentre as análises abaixo, assinale a INCORRETA .
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Q660176 Português

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No período “O tempo humano (que talvez seja irreal, se o 'outro' for provado real) é bem mais devagar.” (6º§), o termo destacado atua gramaticalmente como
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Q658729 Português

Assinale a única alternativa em que a palavra SE recebe a mesma classificação morfossintática que a destacada em:

“Outra discussão chata, durante e após as partidas, é se um jogador teve a intenção ....”(l. 34 e 35)

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Q656353 Português

Julgue as afirmações abaixo quanto aos fatos gramaticais da língua:

I. Há um desvio de concordância em “31,8% estão concentrados no Nordeste” (linha 19).

II. O verbo “existir” em “que não existem alternativas” (linhas 6-7) está no plural porque seu sujeito é composto.

III. No enunciado “que está conduzindo o país” (linha 21), “que” é um pronome relativo e refere-se a “barbárie nossa de cada dia” (linha 21).

IV. A partícula “se” em “no Brasil fala-se muito de uma ameaça” (linha 1) e em “A cada dia naturalizam-se as mazelas” (linha 2) é, respectivamente, índice de indeterminação do sujeito e partícula apassivadora.

V. Há problemas de sintaxe no trecho “A cada dia naturalizam-se as mazelas e as misérias da condição humana, que em nome de um determinismo amparado pelo viés tecnicista e nas necessidades da concorrência internacional faz predominar o mercado de forma absoluta” (linhas 2-5).

Está correto o que se afirma em

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Q656211 Português
Observe o “se” no enunciado “Sou do tempo em que ainda se faziam visitas”. Essa palavra só não ocorre com a mesma função em
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Q652156 Português
Assinale a alternativa em que o se é índice de indeterminação do sujeito na frase.
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Q646792 Português

                                         Eles blogam. E você?

     Após o surgimento da rede mundial de computadores, no início da década de 1990, testemunhamos uma revolução nas tecnologias de comunicação instantânea. Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo constituído por coisas palpáveis: casas, máquinas, roupas etc. O contato se estabelecia entre seres humanos reais por meios "físicos": cartas, telefonemas, encontros.

      Em um mundo concreto, a escola não poderia ser diferente: livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural. Esse espaço é ainda hoje definido por uma série de símbolos de um tempo passado e tem se mantido relativamente inalterado desde o século XIX. Os alunos atuais, porém, são nativos digitais. Em outras palavras: nasceram em um mundo no qual já existiam computadores, Internet, telefone celular, tocadores de MP3, videogames, programas de comunicação instantânea (MSN, Google Talk etc.) e muitas outras ferramentas da era digital. Seu mundo é definido por coisas imateriais: imagens, dados e sons que trafegam e são armazenados no espaço virtual.

      Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação social. Foi no fim da década de 1990 que os usuários da Internet descobriram uma ferramenta facilitadora da interação escrita entre diferentes pessoas conectadas em uma rede virtual: os weblogs, que logo ficaram conhecidos como blogs. O termo é formado pelas palavras web (rede, em inglês) e log (registro, anotação diária). A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora: 120 mil novos blogs por dia, 1,4 blog por semana.

      O blog se caracteriza por apresentar as observações pessoais de seu "dono" (o criador do blog) sobre temas que variam de acordo com os interesses do blogueiro e também de acordo com o tipo de blog. As possibilidades são infinitas: há blogs pessoais, políticos, culturais, esportivos, jornalísticos, de humor etc.

       Os textos que o blogueiro insere no blog são chamados de posts. Em português, o termo já deu origem a um verbo, "postar", que significa "escrever uma entrada em um blog". Os posts são cronológicos, porém apresentados em ordem inversa: sempre do mais recente para o mais antigo. Os internautas que visitam um blog podem fazer comentários aos posts.

      Justamente porque facilitam a comunicação e permitem a interação entre usuários de todas as partes, os blogs são interessantes ferramentas pedagógicas. Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais lógico do que levar os blogs para a sala de aula, porque eles têm como vocação a produção de conteúdo. Por que não criar um blog de uma turma, do qual participem todos os alunos, para comentar temas atuais, para debater questões polêmicas, para criar um contexto real em que o texto escrito surja como algo natural?

      Na blogosfera, informação é poder. E os jovens sabem disso, porque conhecem o ciberespaço. O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória para os leitores que vagam no universo virtual. E esse desejo será um motivador muito importante. Para conquistar leitores, os autores de um blog precisam não só ter o que dizer, mas também saber como dizer o que querem, escolher imagens instigantes, criar títulos provocadores.

      Uma vez criado o blog da turma, as possibilidades pedagógicas a ele associadas multiplicam-se. Para gerar conteúdo consistente é necessário pesquisar, considerar diferentes pontos de vista sobre temas polêmicos, avaliar a necessidade de ilustrar determinados conceitos com imagens, definir critérios para a moderação dos comentários, escolher os temas preferenciais a serem abordados etc. Todos esses procedimentos estão na base da construção de conhecimento.

      Outro aspecto muito importante é que os jovens, em uma situação rara no espaço escolar, vão constatar que, nesse caso, quem domina o conhecimento são eles. Pela primeira vez não precisarão virar "analógicos" para se adaptar ao universo da sala de aula. Eu blogo. Eles blogam. E você?

                              Maria Luiza Abaurre, in Revista Carta na Escola. (adaptado)

Assinale a opção em que a correspondência entre o conectivo e seu emprego -sintático-semântico está correta.
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Q646592 Português
Assinale a alternativa em que a oração sublinhada é uma subordinada adverbial causal.
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Q646310 Português

Marque a alternativa em que a palavra “se” tenha a mesma função sintática daquela exercida na frase abaixo.

“Se somos mais velhos, nos faz crer que jamais pegaremos esse bonde...”

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Q615932 Português

Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação da partícula “se”, na sequência em que aparece no período abaixo.

O maquinista se perguntava se a próxima parada seria tão tumultuada quanto a primeira, com aquelas pessoas todas se debatendo, os bilhetes avolumando nas mãos do cobrador, os reclamos que se ouviam dos mais exaltados.

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Q615066 Português
TEXTO I

Felicidade suprema 
    Ás vezes vale a pena pensar sobre a vida. Não sobre o que temos ou não consumido, tampouco a respeito do que fizemos ou deixamos de fazer. São aspectos factuais que, mais do que ajudar em uma reflexão mais profunda, tornam-se barreiras ao pensamento abstrato, aquele em que vamos encontrar as verdadeiras significações. Chegamos quase à ideia de Platão, mas aí já o terreno é extremamente perigoso e podemos nos enredar .
    Tentar entender o que é a felicidade talvez seja um dos caminhos para se chegar ao sentido da vida. É um assunto para o qual não há dona de álbum de pensamentos que não tenha uma resposta pronta: a felicidade não existe. Existem momentos felizes. Essa é uma verdade chocantemente inofensiva, pois não chega a pensar o que seja a felicidade como também não esclarece o que são tais momentos felizes. 
      Pois bem, o assunto me ocorre ao me lembrar de que vivemos em uma sociedade excessivamente consumista, sociedade em que a maioria considera-se feliz se pode comprar. Assim é o .capitalismo: entranha-se em nossa consciência essa aparência de verdade fazendo parecer que os interesses de alguns sejam verdades inquestionáveis. O que é bom para mim tem de ser bom para todos. Isso tem o nome de ideologia, palavra tão surrada quão pouco entendida. E haja propaganda para que a máquina continue girando. Não sou contra o consumo, declaro desde já, mas contra o consumismo. Elevar o consumo de bens materiais (principalmente) como o bem supremo de um ser humano é tirar-lhe toda a humanidade. 
[. . .]
     Schopenhauer, filósofo do século XIX, já vislumbrava nossa época, a sociedade do consumismo desenfreado. Ele afirmava que o desejo é a regência do mundo. E que desejamos o que não temos. Portanto, somos infelizes. E se o desejo ê satisfeito com a obtenção de seu objeto, novos objetos surgem em seu caminho. Esta insaciabilidade do ser humano é que o vai manter preso à infelicidade. 
     Bem, e a que chegamos? Enquanto alguém que circule melhor do que eu pela filosofia, que mal tangendo como curioso, vou continuar pensando que a vida não tem sentido, apenas existência. E isso, um pouco à maneira do Alberto Caeiro, para quem pensar é estar doente.
Menalton Braff, em www.cartacapital.com.br - acesso em 22 fev. 2012. (adaptado) 


Assinale a opção correta a respeito dos termos destacados em "[...] sociedade em que a maioria considera-se feliz se pode comprar." (3°§-texto I)
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Ano: 2015 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2015 - CFN - Soldado Fuzileiro Naval |
Q606088 Português
Considere as frases abaixo retiradas do texto: 

I – “Não se sentia bem." – linha 3 (pronome reflexivo)

II – “- E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos?" - linhas 16-17 (partícula apassivadora)

III – “- Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!" – linhas 18 -19 (conjunção subordinativa condicional)

IV – “Se eu fosse amigo de algum político influente..." – linhas 31-32 (advérbio)

De acordo com as classificações sugeridas, entre parênteses, para as palavras em destaque, assinale a opção correta. 


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Q588807 Português
O GOSTO DA SURPRESA
Betty Milan

    Nada é melhor do que se surpreender, olhar o mundo com olhos de criança. Por isso as pessoas gostam de viajar. Nem o trânsito, nem a fila do aeroporto, nem o eventual desconforto do hotel são empecilhos neste caso. Só viajar importa, ir de um para outro lugar e se entregar à cena que se descortina. Como, aliás, no teatro.
    O turista compra a viagem baseado nas garantias que a agência de turismo oferece, mas se transporta em busca de surpresa. Porque é dela que nós precisamos mais. Isso explica a célebre frase “navegar é preciso, viver não", erroneamente atribuída a Fernando Pessoa, já que data da Idade Média.
    Agora, não é necessário se deslocar no espaço para se surpreender e se renovar. Olhar atentamente uma flor, acompanhar o seu desenvolvimento, do botão à pétala caída, pode ser tão enriquecedor quanto visitar um monumento histórico.
    Tudo depende do olhar. A gente tanto pode olhar sem ver nada quanto se maravilhar, uma capacidade natural da criança e que o adulto precisa conquistar, suspendendo a agitação da vida cotidiana e não se deixando absorver por preocupações egocêntricas. Como diz um provérbio chinês, a lua só se reflete perfeitamente numa água tranquila.
O primeiro parágrafo do texto mostra três ocorrências (sublinhadas) do vocábulo SE; a afirmação correta sobre essas ocorrências é:
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Q579534 Português
Leia o texto abaixo e responda à questão
Funcionários exemplares
    Faz exatamente um ano que eles chegaram por ali, sob os olhares desconfiados de quem não via propósito em seu trabalho. Pior: muita gente achava que seriam um problema, não uma solução. Mas agora a equipe de falcões e gaviões do aeroporto internacional tem um número vistoso para exibir: de janeiro a abril de 2013, portanto, antes do início do serviço, foram registrados dezenove incidentes que envolveram aviões e pássaros como fragatas, quero-queros e urubus; neste ano, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, nesse mesmo período de quatro meses o número de colisões baixou para seis. As aves de rapina estão aprovadas, e parecem valer os 18 000 reais que custam por mês à Infraero. “O resultado tem sido melhor que o observado quando usávamos carros com sirene a todo o volume ou mesmo fogos de artifício para afugentar os pássaros", diz Priscila Souza, diretora da área de meio ambiente do Galeão.
    O grupo, formado por doze animais, acaba de ter seu contrato renovado até agosto e segue espantando dos céus do aeroporto um sem-número de aves que podem se tornar um empecilho ou, mais do que isso, um perigo real para pousos e decolagens: às vezes, batem contra os vidros, obrigam a desvios de rota e são engolidas pelas turbinas de jatos. Por isso são empregados esses animais carnívoros, com poderosas garras e bico afiado, que não comem suas vítimas, apenas as capturam - as presas são catalogadas e transportadas para uma área distante, de características naturais parecidas.
    Sete gaviões e cinco falcões (que alcançam, como um carro de F1, 300 quilômetros por hora) são treinados por falcoeiros do Centro de Preservação de Aves de Rapina, empresa particular baiana que ganhou a licitação para prestar o serviço em 2013. Nos últimos anos, aeroportos de cidades como Belo Horizonte e Porto Alegre já contrataram trabalhos semelhantes, também com sucesso. Próximo de mangues e da Baía de Guanabara, as pistas de nosso movimentado aeroporto atraem bichos de toda sorte. Isso sem contar os lixões clandestinos no entorno, que também são foco de animais. Ou seja, no Rio a tarefa é redobrada. Contamos com eles.
(Daniela Pessoa, Veja Rio, 4 de junho de 2014.)
Assinale a opção em que a concordância verbal está correta.
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Q579042 Português
Leia o texto para responder à questão.
Em um campo enlameado 16 quilômetros ao sul de Bruxelas, cerca de 200 000 soldados enfrentaram-se por oito horas. Homens e cavalos foram decapitados e estripados por baionetas, espadas e balas de canhão. À noite, 12 000 cadáveres espalhavam-se pelo chão. A Batalha de Waterloo, a terceira entre o exército francês e rivais europeus ao longo de três dias seguidos, completa 200 anos no próximo 18 de junho. Em 1815, Waterloo pôs fim às ambições do incansável Napoleão Bonaparte. O conflito desde então costuma ser lembrado como a mais emblemática das derrotas – a prova de que há limites mesmo para a ambição de um estrategista brilhante.
(Veja, 17.06.2015)
Na oração – ...cerca de 200 000 soldados enfrentaram-se por oito horas.–, o pronome se está empregado com sentido de reciprocidade. Tal sentido também se verifica em:
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Q578989 Português
Texto para responder à questão.

                              O fragmento a seguir situa-se no último capítulo de Triste fim de Policarpo Quaresma.

Como lhe parecia ilógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço? Pois ele, o Quaresma plácido, o Quaresma de tão profundos pensamentos patrióticos, merecia aquele triste fim?
[...]
Por que estava preso? Ao certo não sabia; o oficial que o conduzira, nada lhe quisera dizer; e, desde que saíra da ilha das Enxadas para a das Cobras, não trocara palavra com ninguém, não vira nenhum conhecido no caminho [...]. Entretanto, ele atribuía a prisão à carta que escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciara na véspera.
Não se pudera conter. Aquela leva de desgraçados a sair assim, a desoras, escolhidos a esmo, para uma carniçaria distante, falara fundo a todos os seus sentimentos; pusera diante dos seus olhos todos os seus princípios morais; desafiara a sua coragem moral e a sua solidariedade humana; e ele escrevera a carta com veemência, com paixão, indignado. Nada omitiu do seu pensamento; falou claro, franca e nitidamente.
Devia ser por isso que ele estava ali naquela masmorra, engaiolado, trancafiado, isolado dos seus semelhantes como uma fera, como um criminoso, sepultado na treva, sofrendo umidade, misturado com os seus detritos, quase sem comer... Como acabarei? Como acabarei? E a pergunta lhe vinha, no meio da revoada de pensamentos que aquela angústia provocava pensar. Não havia base para qualquer hipótese. Era de conduta tão irregular e incerta o Governo que tudo ele podia esperar: a liberdade ou a morte, mais esta que aquela.
[...]
Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. [...].
Como é que não viu nitidamente a realidade, não a pressentiu logo e se deixou enganar por um falaz ídolo, absorver-se nele, dar-lhe em holocausto toda a sua existência? Foi o seu isolamento, o seu esquecimento de si mesmo; e assim é que ia para a cova, sem deixar traço seu, sem um filho, sem um amor, sem um beijo mais quente, sem nenhum mesmo, e sem sequer uma asneira!
Nada deixava que afirmasse a sua passagem e a terra não lhe dera nada de saboroso.

BARRETO, Lima.Triste fim de Policarpo Quaresma São Paulo: Saraiva, 2007. p. 199-201 (Clássicos Saraiva).

A partícula SE pode assumir diversos valores morfossintáticos dentro do texto. Em “Iria morrer, quem sabe SE naquela noite mesmo?”, o elemento destacado é um(a):
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Q539771 Português

Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.

O cimo da montanha


Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.

— Minha boa Virgília!
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...

    E assim reatamos o fio da aventura, como a sultana Scheherazade* o dos seus contos. Esse foi, cuido eu, o ponto máximo do nosso amor, o cimo da montanha, donde por algum tempo divisamos os vales de leste e de oeste, e por cima de nós o céu tranquilo e azul. Repousado esse tempo, começamos a descer a encosta, com as mãos presas ou soltas, mas a descer, a descer...

*personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias que vão adiando a sentença de morte dela.

(1998, p. 128-129)

... folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.

No contexto, os termos se, como e para, em destaque, estabelecem, respectivamente, relações de

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Q527138 Português
                 No aeroporto

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
      Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. [...]
      Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. [...]
      Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.

                               (ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço.Reprod. em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 1107-1108.)  

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.


O “se” dos trechos: “não se digne de pronunciar nenhuma.” e “pelos quais se faz entender admiravelmente.” indica _________________ na(s) ______________________.

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Q516898 Português
TEXTO 2
              Europa pede provas de que presos de Guantánamo não são ameaça à segurança 
da Folha Online

      Os líderes da União Europeia (UE) disseram nesta segunda-feira que estão dispostos a receber os detentos da prisão militar americana em Guantánamo, Cuba, desde que os Estados Unidos provem que eles não impõem nenhum risco à segurança.
      Os ministros de Relações Exteriores dos 27 países do bloco se reuniram nesta segunda-feira para discutir o destino de cerca de 60 prisioneiros que, se libertados, não podem retornar aos seus países de origem por ameaças de tortura, abusos e até morte. Os prisioneiros vêm do Azerbaijão, Argélia, Afeganistão, Chade, China, Arábia Saudita e Iêmen.
      Na manhã desta segunda-feira, o ministro português, Luis Amado, afirmou que ao menos seis países europeus estariam dispostos a aceitar os ex-detentos. Portugal foi o primeiro país da UE, em dezembro, a manifestar a disposição de receber os detentos de Guantánamo.
      Logo depois que o presidente Barack Obama anunciou o fechamento do centro, em um prazo máximo de um ano, Irlanda e Suíça também disseram estar dispostos a receber os prisioneiros que, graças a um "buraco negro" legal criado pelos EUA, ficam anos presos sem acusação formal ou julgamento.
      Contudo, os ministros de Relações Exteriores disseram que a UE dará uma resposta comum caso Washington solicite ajuda para receber prisioneiros de Guantánamo. A decisão final será tomada, contudo, por cada país, de acordo com a situação pessoal de cada interno.
      "A questão de se os Estados-membros podem aceitar ex-prisioneiros é uma decisão nacional, mas os ministros coincidiram no desejo de uma resposta política comum", declarou o ministro de Relações Exteriores da República Tcheca, Karel Schwarzenberg, em entrevista coletiva.
      Portanto, os ministros decidiram "explorar" a possibilidade de uma ação coordenada europeia neste assunto, embora primeiro seja necessário solucionar várias questões jurídicas, um processo que durará "vários meses", acrescentou.
      Schwarzenberg, cujo país exerce a Presidência rotativa da UE, reconheceu que "ninguém estava muito entusiasmado com a ideia" de receber alguns dos prisioneiros de Guantánamo, mas disse que para a Europa se trata de "uma oportunidade" para reforçar sua cooperação antiterrorista com os EUA.
      O ministro reconheceu que em alguns países da UE "não há possibilidade legal" de receber detidos, e que em outros é necessário estudar assuntos legais como "sobre quais pessoas estamos falando e qual vai ser seu status final", em uma discussão que envolverá também os ministros de Justiça e Interior da UE.

 Texto adaptado de< http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u494...>. Acesso em 16 jun 2009
Assinale a alternativa correta quanto à função do elemento se.
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Q505462 Português
                                 A maldição do esquerdo-direitismo

      O esquerdo-direitismo é uma crença semirreligiosa que se tornou a ideologia dominante do mundo no último século. Esquerdo-direitistas são pessoas que acreditam que todo o bem que existe no mundo provém de apenas uma fonte. Há dois tipos de esquerdo-direitistas - aqueles que acham que a fonte de todo o bem é o mercado e aqueles que acham que é o estado. A estes chamamos esquerdistas, aqueles são os direitistas.
      No fundo, esquerdistas e direitistas são dois lados de uma mesma coisa. Ambos veem o mundo em apenas duas dimensões, sem profundidade, dividido entre bons e maus. Não admira que esquerdistas transformem-se em direitistas e vice-versa com tanta facilidade - alguns dos analistas mais ferrenhos da direita passaram a juventude militando nas facções mais radicais da esquerda.
      Nos últimos [...] meses, os dois maiores ícones desse jeito simplista de ver o mundo morreram: Hugo Chávez (esquerda) e Margareth Thatcher (direita). Difícil imaginar dois personagens tão representativos desse modo oitocentista de ver o mundo. Todos os esquerdo-direitistas concordam que, entre os mortos, havia um santo e um demônio. Eles discordam apenas em relação a qual é qual.
      A realidade é que nem Chávez nem Thatcher merecem a canonização. Ambos tiveram seus inegáveis méritos como líderes carismáticos, mas as duas biografias estão cheias de erros crassos. É que, ao contrário do que eles acreditavam, o esquerdo-direitismo está errado. A crença compartilhada por esquerdistas e direitistas de que o mundo está dividido ao meio, entre virtuosos e cretinos, simplesmente não tem lastro na realidade. Há virtudes e cretinices em cada um de nós e o mundo é muito mais cheio de sutilezas do que imaginavam nossos manuais ideológicos publicados nos séculos 18 e 19.
      Prova disso está numa reportagem de capa recente publicada pela tradicional revista The Economist, a Bíblia liberal inglesa, que já foi um ícone esquerdo-direitista na época que essas coisas faziam sentido. A matéria de Economist de clara que o novo modelo para o planeta são os países nórdicos. “Se você tivesse que renascer em algum lugar do mundo com talentos e renda médios, você ia querer ser um viking", diz a revista.
      Os países escandinavos, que nas décadas de 1970 e 1980 eram estados inchados, com impostos altíssimos, baixa competitividade e serviços públicos de estado socialista, quem diria, viraram exemplo para a revista que os liberais sempre adoraram. Isso porque, nos últimos anos, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia fizeram várias reformas e se tornaram países incríveis para se viver.
      Para começar, o estado racionalizou seus gastos e criou as mais fantásticas políticas de transparência do mundo, permitindo à população fiscalizar seus governantes e reduzir a gastança. Na Suécia, políticos de alto escalão moram em quitinetes, lavam a própria louça e usam transporte público ou bicicleta. Além disso, a burocracia caiu quase a zero e esses países viraram paraísos do empreendedorismo, de fazer inveja ao Vale do Silício com suas histórias de sucesso (Skype, Angry Birds, Spotify).
      Mas isso foi feito sem sucatear o estado nem prejudicar a população. As reformas do estado foram feitas com um objetivo claro: manter a qualidade do serviço público, ou, se possível, aumentá-la. Essa lógica ajuda a entender o que aconteceu com a saúde e a educação pública nesses países. O governo continua atuando, provendo serviços de qualidade, mas empresas privadas também podem entrar na competição. Os cidadãos recebem do governo vouchers de saúde e educação e podem decidir usá-los em escolas e hospitais públicos ou privados. Na Escandinávia, o estado continua grande, mas uma coisa fundamental mudou: ele agora funciona.
      O sucesso nórdico expõe a grande falácia do esquerdo-direitismo: a crença de que só há um caminho certo. Para os esquerdistas, criar mais empresas estatais e ter impostos altos é sempre bom. Para os direitistas, é sempre ruim. A verdade, como costuma ser o caso, está no meio: é possível, ao mesmo tempo, melhorar os serviços e aumentar a eficiência. Basta para isso focar no cidadão, que é muito mais importante do que empresas e estado.
      Essa é a mágica que os países nórdicos operaram nos últimos anos. Enquanto isso, o Brasil faz o contrário: por aqui conseguimos combinar impostos altos com serviços ruins. E, em vez de focar em reduzir uns e melhorar outros, continuamos desperdiçando tempo com Thatcher e Chávez.


                                                                                          (Denis Russo Burgierman. Disponível em:    http://super.abrit.com.br/btogs/mundo-novo/2013/04/15/a-matdicao-do-esquerdo-direitismo/?                    utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabrit_super)




Analise os trechos abaixo e assinale a alternativa que apresenta a função correta para a forma “se”.
Alternativas
Respostas
41: C
42: D
43: D
44: D
45: B
46: C
47: B
48: D
49: B
50: A
51: E
52: C
53: A
54: A
55: A
56: C
57: C
58: A
59: D
60: A