Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
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Uma das fobias mais peculiares é o medo dos espelhos. Na Inglaterra da era vitoriana, antes de um morto ser levado ao cemitério, todos os espelhos eram cobertos com tecidos, pois se acreditava que a alma da pessoa poderia ficar presa nos espelhos.
O medo é pessoal e reflete a resposta do coração às inseguranças que cada um carrega dentro de si. Paradigmas que sustentavam a sociedade em décadas anteriores estão em crise: preocupações crescentes, solidão, desesperança, ressentimentos, um mundo cada vez mais líquido onde amores / sentimentos escorrem por nossas mãos, intolerância e agressividade nos parecem mais evidentes.
Quer gostemos ou não, a vida vai sempre seguindo. Uma vida plenamente feliz é uma dádiva temporária, vale dizer, não dura para sempre. E sim, às vezes, dói, é triste ou, outras vezes, é surpreendente. E quando a vida o machucar (porque certamente irá), lembre-se da dor. A dor sempre tem seu lado positivo. Significa que estamos fora da caverna. A real tragédia da vida é os homens terem medo da luz. Diante da fragilidade e da brevidade da vida, é preciso lembrar-se da água: ela abre seu caminho e encontra seu rumo mesmo diante de algum obstáculo. Talvez para ela fosse mais perigoso permanecer parada.
Ainda se está explorando o terreno movediço e desafiador do quebra-cabeça neuronal envolvido com os sentimentos e as emoções. Nada nos humilha mais do que a coragem alheia. Aceitemos o medo, mas que ele não nos limite.
(Rafael Delsin. Os homens maus estão chegando. BE – Revista Bem-Estar, 10.07.2022. Adaptado)
Homem ao mar!
O que importa! O navio não para. O vento sopra, esse veleiro sombrio tem um roteiro que o obriga a continuar. Ele passa.
O homem desaparece, depois aparece, ele afunda e volta à superfície, ele grita, ele estende os braços, ninguém o escuta; o navio, atravessando a tempestade, está voltado para as manobras, os marinheiros e os passageiros nem mesmo veem o homem submergido; sua cabeça miserável nada mais é do que um ponto na enormidade das vagas.
Ele lança gritos desesperados para as profundezas. Que fantasma essa vela que se afasta! Ele a olha, ele a olha freneticamente. Ela se afasta, ela empalidece, ela diminui. Ele estava lá agora mesmo, ele era da equipagem, ele ia e vinha sobre a ponte como os outros, ele tinha sua parte de ar e de sol, ele era um ser vivo. Agora, o que é que se passou? Ele escorregou, caiu, está acabado.
Sobre esse fragmento textual, é correto afirmar que
PROFISSIONAL de Cibersegurança. Vida de suporte, 17/10/2022. Disponível em: https://vidadesuporte.com.br/wp content/uploads/2022/10/Suporte_3071-1.jpg.
Com base na leitura dessa tirinha, infere-se que:
“A abelha vive fazendo cera. Sempre. E com tudo isso, como é que a abelha consegue ser a imagem do labor incessante?”
(Eno T. Wanke)
Em todas as frases abaixo há alusões implícitas a essa simbologia dos animais. Assinale a frase que mostra adequadamente o valor simbólico do animal presente na frase.
Leia a tira.
Com base nos estudos de Koch e Elias (2011), se o pronome ISSO fosse substituído por AQUILO, ficaria comprometida a coerência
Estamos sempre em contato com nossos sentimentos, mas a parte complicada é que nossas emoções e nossos sentimentos não são a mesma coisa. Tendemos a confundi-los, mas sentimentos são estados subjetivos internos que, falando em sentido estrito, são conhecidos apenas por aqueles que os possuem. Conheço meus sentimentos, mas não conheço os seus, exceto pelo que você me conta sobre eles. Nós nos comunicamos sobre nossos sentimentos pela linguagem. Emoções, por outro lado, são estados corporais e mentais − a raiva, o medo, a afeição, bem como a busca de vantagens − que movem o comportamento. Desencadeadas por certos estímulos e acompanhadas de mudanças comportamentais, as emoções são detectáveis externamente na expressão facial, na cor da pele, no timbre da voz, nos gestos, no odor e assim por diante. Somente quando a pessoa que experimenta essas mudanças toma consciência delas é que elas se tornam sentimentos, que são experiências conscientes. Mostramos nossas emoções, mas falamos sobre nossos sentimentos.
(Frans de Waal, O último abraço da matriarca: as emoções dos animais e o que elas revelam sobre nós.)
Nossa relação com os animais repete, de maneira invertida, os cuidados que recebemos na primeira infância. Nós também fomos, no início, dependentes, desamparados e estávamos nas mãos de uma figura prestativa e generosa, mas que tinha todo poder sobre nós. Nossa capacidade de sentir piedade vem daí. A irresistível combinação de piedade, simpatia e acolhimento que a imagem de um animal fofinho desperta em nós, também. Contudo, esse é um amor de baixa qualidade e de grande aptidão à dispersão quando falamos em um projeto de longo prazo. Animais de estimação são como filhos. Mas filhos que não crescem, não resistem para ir à escola, não reclamam por autonomias adolescentes nem vão embora para a faculdade e se casam, deixando-nos para trás.
Com os animais de estimação cada um revive a forma de amar e ser amado que Freud descreveu como narcisismo. Nele, confunde-se o amar o outro e o amar-se a si mesmo através do outro. E muitas vezes essa confusão se infiltra e atrapalha decisivamente a vida dos casais. Quando alguém declara que ama os cães a ponto de ter dois ou sete deles em casa, isso não representa nenhuma contradição com o ato de maltratá-los. Tudo depende da qualidade do laço que se estabelece nesse amor.
Quando amamos nossos cães, nossos filhos ou nossas mulheres como a nós mesmos, podemos chegar a maltratá-los da pior maneira. Daí a importância de amar o outro conferindo algum espaço para o fato de que ele é um estranho, alguém diferente de mim. O amor não é garantia nem de si mesmo nem do desejo que ele deve habilitar. Isso vai aparecer na relação com os animais, como uma espécie de raio x das nossas formas de amar. Quem trata seus animais como uma parte de si mesmo, humanizando-os realmente como filhos, chamando-os de nenês, por exemplo, pode estar indicando uma forma mais simples e narcísica de amar.
(Christian Dunker, Reinvenção da intimidade – políticas do sofrimento cotidiano. Adaptado)
Texto 2A01
Era um sábado de abril. B... chegara àquele porto e descera a terra, deu alguns passeios. Ao dobrar uma esquina, viu certo movimento no fim da outra rua, e picou o passo a descobrir o que era.
Era um incêndio no segundo andar de uma casa. Polícia, autoridades, bombas iam começar o seu ofício.
B... viu episódios interessantes, que esqueceu logo, tal foi o grito de angústia e terror saído da boca de um homem que estava ao pé dele. Não teve tempo nem língua em que perguntasse ao desconhecido o que era. Ali, no meio do fumo que rompia por uma das janelas, destacava-se do clarão, ao fundo, a figura de uma mulher.
A mulher parecia hesitar entre a morte pelo fogo e a morte pela queda. A alma generosa do oficial não se conteve, rompeu a multidão e enfiou pelo corredor.
Não se lembrava como pôde fazer isso; lembrava-se que, a despeito das dificuldades, chegou ao segundo andar. Tudo aí era fumo. O fumo rasgou-se de modo que ele pôde ver o busto da mulher...
– A mulher, — disse ele ao terminar a aventura, e provavelmente sem as reticências que Abel metia neste ponto da narração, — a mulher era um manequim, posto ali de costume ou no começo do incêndio, como quer que fosse, era um manequim.
A morte agora, não tendo mulher que levasse, parecia espreitá-lo a ele, salvador generoso. Desceu os degraus a quatro e quatro. Transpondo a porta da sala para o corredor, quando a multidão ansiosa estava a esperá-lo, na rua, uma tábua, um ferro, o que quer que era caiu do alto e quebrou-lhe a perna...
Tratou-se a bordo e em viagem. Desembarcando aqui, no Rio de Janeiro, foi para o hospital onde Abel o conheceu. Contava partir em breves dias. Abel não se despediu dele. Mais tarde soube que, depois de alguma demora em Inglaterra, foi mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada, e do desejo de salvar ninguém.
Machado de Assis. Um incêndio. In: Obra completa de Machado de Assis,
Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Internet:: <https://www.machadodeassis.ufsc.br>
Infere-se desse segmento do texto que
Esse primeiro período destaca o fato de que o terreno em que há mais atos de desrespeito dos turistas é
Este primeiro período do texto indica
ILHA VISITÁVEL
Carlos Castelo
7 de abril de 2022
Considerando o Texto IV e os trechos dele extraídos, assinale a alternativa em que o termo referente do pronome grifado é o substantivo “corpo”.