Questões Militares de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Foram encontradas 3.707 questões

Q1871103 Português
O Padre Antônio Vieira, nosso brilhante orador do século XVII, disse, em um de seus sermões:
“A vida e o tempo nunca param; e, ou indo ou estando, ou caminhando ou parados, todos sempre e com igual velocidade, passamos.”


Assinale a afirmação correta sobre a estruturação desse texto. 

Alternativas
Ano: 2021 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2021 - EAM - Marinheiro |
Q1870279 Português
Na charge, o autor explorou a linguagem verbal e a linguagem não-verbal. Com base nessa informação, assinale a opção que melhor expressa a intenção do chargista na criação do texto.  
Alternativas
Ano: 2021 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2021 - EAM - Marinheiro |
Q1870278 Português
Que elemento criado pelo chargista confere humor ao texto?  
Alternativas
Ano: 2021 Banca: Marinha Órgão: EAM Prova: Marinha - 2021 - EAM - Marinheiro |
Q1870270 Português

Texto 1

Eu sei, mas não devia

        Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

        A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

        A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

        A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

         Agente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando - precisava tanto ser visto.

        A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

        A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. À ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, tançado na infindável catarata dos produtos.

        A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

        A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

        A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Jornal do Brasil, 1972.

De acordo com o texto, é INCORRETO afirmar que a autora leva o leitor a:  
Alternativas
Ano: 2021 Banca: Marinha Órgão: CFN Prova: Marinha - 2021 - CFN - Soldado |
Q1865749 Português
No trecho “A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o desaparecimento do outro completou um mês.” (linhas 54 a 56), a palavra sublinhada se refere a qual opção?
Alternativas
Respostas
516: E
517: A
518: A
519: A
520: E