Questões Militares de Português - Orações subordinadas substantivas: Subjetivas, Objetivas diretas, Objetivas indiretas...
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Quando saímos do batel, disse-nos o Capitão que seria bom que fôssemos diretamente à cruz.
Há no período duas orações subordinadas substantivas, que se classificam como
Assinale a alternativa que apresenta a oração subordinada com a mesma ideia das orações grifadas acima.
Todos os alunos estavam cientes de que a aula começaria no horário de sempre. Os próprios representantes de classe insistiram em que todos preferiam assim. Dessa forma, o reitor decidiu que puniria os alunos retardatários.
Assinale a alternativa com a afirmação correta quanto à classificação das orações subordinadas substantivas em destaque.
( ) “a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar.” (3º parágrafo). Oração subordinada substantiva objetiva indireta.
( ) é verdade que não se poderia contar com ela para nada. (5° parágrafo). Oração subordinada adjetiva explicativa.
( ) num prato solevava e abaixava as penas... (7º parágrafo). Oração coordenada sindética aditiva.
( ) ... pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse. (14 parágrafo). Oração subordinada adverbial concessiva.
A sequência correta de cima para baixo é:
vagaroso com vagarosas
paradas
em cada estaçãozinha pobre
05 para comprar
pastéis
pés-de-moleque
sonhos
- principalmente sonhos!
10 porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar;
elas suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
sempre...Nisto,
o apito da locomotiva
15 e o trem se afastando
e o trem arquejando é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!
20 ...no entanto
eu gostava era mesmo de partir...
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
25 fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.
(QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. in: MARÇAL, Iguami Antônio T. Antologia Escolar, Vol.1; BIBLIEX; p. 169.)
Não há comprovação científica de que a cafeína seja prejudicial às gestantes.
A oração em destaque no período acima é substantiva
“É justo RECONHECER que medidas vêm sendo tomadas no sentido de reverter o quadro atual.” (parágrafo 4)
A oração destacada exerce, em relação à primeira, a função de:
Julgue o item subsequente, relativos às estruturas linguísticas do fragmento de Raízes do Brasil.
:“Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle...” (linha 21)
Elas introduzem, respectivamente, orações
A classificação de Vanuatu no topo do ranking dos países mais felizes se explica pelos critérios usados na pesquisa, que levam em conta apenas três fatores: expectativa de vida, bem-estar e extensão dos danos ambientais causados pelo homem em cada país. Como os vanuatuenses se satisfazem com muito pouco, não sabem o que é sociedade de consumo nem sacrificam o meio ambiente para produzir riquezas, acabaram levando a taça. A definição da ONG inglesa para felicidade, portanto, remete à figura romântica do "bom selvagem" criada pelo filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, que viveu no século XVIII. Rousseau enunciou que "o homem é originalmente bom até ser corrompido pela sociedade". Para a New Economics Foundation, o dito continua valendo. Os critérios utilizados na pesquisa produziram outras excrescências na lista de nações com população mais feliz. Entre os dez primeiros postos estão a Colômbia, país conflagrado por uma guerra civil e pelo narcotráfico, e Cuba, onde a população não tem o que comer e vive oprimida pela ditadura geriátrica de Fidel Castro.
A pesquisa da ONG inglesa surge na esteira de um burburinho provocado atualmente nos meios acadêmicos pelos adeptos da chamada psicologia positiva, cujo objetivo é justamente permitir às pessoas a conquista da felicidade. Psicólogos ligados a universidades americanas respeitadas como a Harvard e a da Pensilvânia pregam uma inversão nas técnicas tradicionais de terapia. Eles induzem seus pacientes a enxergar a si próprios não como um redemoinho de desejos frustrados e violências reprimidas, como ensinou Freud, mas como um repositório de forças positivas e virtudes potenciais capazes de abrir as portas para a felicidade. "Durante muitos anos só os falsos gurus da auto-ajuda escreveram sobre a felicidade. Queremos dar consistência e respeitabilidade a esse tema", diz o psicólogo Tal Ben-Shahar, que ministra o curso de psicologia positiva em Harvard.
Mas, afinal, o que a psicologia positiva entende por felicidade? Não se trata de uma pergunta fácil. "Felicidade é conhecer o melhor de nós mesmos" é uma resposta frequente. "As pessoas felizes em geral são casadas, cultivam muitas amizades e têm vida social intensa", tenta identificar o psicólogo americano Martin Seligman, autor do livro Felicidade Autêntica, já lançado no Brasil. Nenhuma resposta consegue contornar o fato de que felicidade é um conceito abstrato que provavelmente não tem correspondência no mundo real. Ser feliz significa viver isento de contratempos, o que só parece possível na visão que os religiosos têm do paraíso. "Momentos felizes são efeitos colaterais positivos da vida", define Adam Phillips, um dos mais conceituados psicanalistas ingleses da atualidade. "Mas o sujeito que se encaixasse no perfil ideal dos manuais de busca da felicidade seria um perfeito idiota", ele completa. Para saber o que é felicidade, só mesmo perguntando aos nativos de Vanuatu.
http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/volta_bom_se...
“Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.” (Luís Fernando Veríssimo)
A terceira oração do referido fragmento classifica-se como:
Leia atentamente o texto abaixo e responda a questão proposta.
MEU MELHOR CONTO
Moacyr Scliar
Você me pergunta qual foi o melhor conto que escrevi. Indagação
típica de jovens jornalistas; vocês vêm aqui, com esses pequenos gravadores,
que sempre dão problema, e uma lista de perguntas - e aí querem saber qual foi
o melhor ponto que a gente fez, qual provocou maior controvérsia, essas coisas.
Mas tudo bem: não vou me furtar a responder essa questão. Dá mais trabalho
explicar por que a gente não responde do que simplesmente responder.
Meu melhor
conto... Não está em nenhum dos meus livros, em nenhuma antologia, em nenhuma
publicação. Ele está aqui, na minha memória; posso acessá-lo a qualquer
momento. Posso inclusive lembrar as circunstâncias em que o escrevi. Não
esqueci, não. Não esqueci nada. Mesmo que quisesse esquecer, não o
conseguiria.
Eu era então um
jovem escritor - faz muito tempo, portanto, que isso aconteceu. Estava
concluindo o curso de Letras e acabara de publicar meu primeiro livro, recebido
com muito entusiasmo pelos críticos. É uma revelação, diziam todos, e eu, que à
época nada tinha de modesto, concordava inteiramente: considerava-me um gênio.
Um génio contestador. Minhas histórias estavam impregnadas de indignação; eram
verdadeiros panfletos de protesto contra a injustiça social. O que me salvava
do lugar-comum era a imaginação - a imaginação sem limites que é a marca
registrada da juventude literária e que, como os cabelos, desaparecem com os
anos.
Mas eu não
era só escritor. Era militante político. Fazia parte de um minúsculo, obscuro,
mas extremado grupo de universitários. Veio o golpe de 1964, participei em
manifestações de protesto, cheguei a pensar em juntar-me à guerrilha - o que
certamente seria um-desastre, porque eu era um garoto de classe média, mimado
pelos pais, acostumado ao conforto, enfim, uma antípoda do guerrilheiro. De
qualquer modo, fui preso.
Uma tragédia.
Meus pais quase enlouqueceram. Fizeram o possível para me soltar, falaram com
Deus e todo mundo, com políticos, jornalistas e até generais. Inútil. O momento
era de linha dura, linha duríssima, e eu estava em mais de uma lista de suspeitos.
Não me soltariam de jeito nenhum.
Fui levado para um
lugar conhecido como Usina Pequena. Havia duas razões para essa denominação.
Primeiro, o centro de detenção ficava, de fato, perto de uma termelétrica. Em
segundo lugar, o método preferido para a tortura era, ali, o choque elétrico.
O chefe da Usina
Pequena era o Tenente Jaguar. Esse não era o seu verdadeiro nome, mas o apelido
era mais que o apropriado: ele tinha mesmo cara de felino, e de felino muito
feroz. Ao sorrir, mostrava os caninos enormes - e isso era suficiente para dar
calafrios nos prisioneiros.
Fiquei pouco tempo
na Usina Pequena, quinze dias. Mas foi o suficiente. Da cela que eu ocupava, um
cubículo escuro, úmido, fétido, eu ouvia os gritos dos prisioneiros sendo torturados
e entrava em pânico, perguntando-me quando chegaria a minha vez. E aí uma manhã
eles vieram me buscar e levaram-me para a chamada Sala do Gerador, o lugar das
torturas, e ali estava o Tenente Jaguar, à minha espera, fumando uma cigarrilha
e exibindo aquele sorriso sinistro. Leu meu prontuário e começou o
interrogatório. Queria saber o paradeiro de um dos meus professores, suspeito
de ser um líder importante na guerrilha.
Tão apavorado eu
estava que teria falado - se soubesse, mesmo, onde estava o homem. Mas eu não
sabia e foi o que respondi, numa voz trémula, que não sabia. Ele me olhou e
estava claramente decidindo se eu falava a verdade ou se era bom ator. Mas ali
a regra era: na dúvida, a tortura. E eu fui torturado. Choques nos genitais, o método
clássico. No quarto choque, desmaiei, e me levaram de volta para a cela.
Durante dois dias
ali fiquei, deitado no chão, encolhido, apavorado. No terceiro dia o carcereiro
entrou na sala: o Tenente queria me ver. Implorei para que não me levasse: eu
não aguento isso, vou morrer, e vocês vão se meter em confusão. Ignorando
minhas súplicas, arrastou-me pelo corredor, mas não me levou para o lugar das
torturas, e sim para a sala do Tenente. O que foi uma surpresa. Uma surpresa
que aumentou quando o homem me recebeu gentilmente, pediu que sentasse,
ofereceu-me um chá. Perguntou se eu tinha me recuperado dos choques; e aí - eu
cada vez mais atônito - pediu desculpas: eu tinha de compreender que torturar
era a função dele, e que precisava cumprir ordens.
Ficou um instante
olhando pela janela - era uma bela manhã de primavera - e depois voltou-se para
mim, anunciando que tinha um pedido a me fazer.
Àquela altura eu
não entendia mais nada. Ele tinha um pedido a me fazer? O todo-poderoso chefe
daquele lugar? O cara que podia me liquidar sem qualquer explicação tinha um
pedido? Estou às suas ordens, eu disse, numa voz sumida, e ele foi adiante. Eu
sei que você é escritor, e um escritor muito elogiado.
Está na sua
ficha - acrescentou, sorridente. - Nós aqui temos todas as informações sobre
sua vida.
Olhou-me de
novo e acrescentou:
- Tem uma
coisa que eu queria lhe mostrar.
Abriu uma gaveta
e tirou de lá um recorte de jornal. Era uma notícia sobre um concurso de
contos. Cada vez mais surpreso, li aquilo e mirei-o sem entender. Ele explicou.
Eu escrevo.
Contos, como você. Mas tenho de admitir: não tenho um décimo do seu talento.
Nova pausa, e continuou:
Quero ganhar
esse concurso literário. Melhor, preciso ganhar esse concurso literário. Não me
pergunte a razão, mas é muito importante para mim. E você vai me ajudar. Vai
escrever um conto para mim. Posso contar com você, não é?
E então aconteceu
a coisa mais surpreendente. Eu disse que não, que não escreveria merda nenhuma
para ele.
Tão logo falei,
dei-me conta do que tinha feito - e fiquei a um tempo aterrorizado e orgulhoso.
Sim, eu tinha ousado resistir. Sim, eu tinha mostrado a minha fibra de
revolucionário. Mas, e agora? E os choques?
Para meu espanto,
o homem começou a chorar. Chorava desabaladamente, como uma criança. E então me
explicou: quem tinha mandado aquele recorte fora o seu filho, um rapaz de
catorze anos que adorava o pai, e adorava as histórias que o pai escrevia
- Ele quer que
eu ganhe o concurso, o meu filho o Tenente, soluçando. E eu quero ganhar o
concurso. Para ele. É um rapaz muito doente, talvez não viva muito. Eu preciso
lhe dar essa alegria. E só você pode me ajudar.
Olhava-me, as
lágrimas escorrendo pela face.
O que podia eu
dizer? Pedi que me arranjasse uma máquina de escrever e umas folhas de papel.
Naquela tarde
mesmo escrevi o conto. Nem precisei pensar muito; simplesmente sentei e fui
escrevendo. A história brotava de dentro de mim, fluía fácil. E era um belo
conto, diferente de tudo o que eu tinha escrito até então. Não falava em
revolta, não satirizava opressores. Contava a história de um pai e de seu filho
moribundo.
Entreguei o
conto ao Tenente, que o recebeu sem dizer palavra, sem sequer me olhar. E no
dia seguinte fui solto.
Nunca fiquei
sabendo o que aconteceu depois, o resultado do concurso, nada disso. Não estava
interessado; ao contrário, queria esquecer a história toda, e inclusive o conto
que eu tinha escrito. O que foi inútil. A narrativa continuava dentro de mim,
como continua até hoje. Se eu quisesse, poderia escrevê-la de uma sentada.
Mas não o
farei. Esse conto não me pertence. É, acho, a melhor coisa que escrevi, mas não
me pertence. Pertence ao Tenente, que esses dias, aliás, vi na rua: um ancião
alquebrado, que anda apoiado numa bengala.
Ele me olhou e
sorriu. Talvez tivesse, com gratidão, lembrado aquele episódio. Ou talvez
estivesse debochando de mim. Com esses velhos torturadores, a gente nunca sabe.
(Porto Alegre, 2003.)
Conto de Moacyr Scliar
publicado no livro "Do conto à crônica".
Marque a alternativa CORRETA. Identifique o fragmento em que há período composto: