Questões Militares
Sobre redação - reescritura de texto em português
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“Nota-se, portanto, que esta última concebe que o ser humano seja capaz de assumir diversas posições identitárias tanto ao longo da própria vida como a partir do contexto social e cultural em que se encontre, afirmando a identidade a partir de um conceito relacional” (fragmento II, texto I - l. 11 a 16).
Assinale a alternativa em que a proposta de reescrita do trecho contido no fragmento II do texto I mantém a correção gramatical e preserva o sentido original do enunciado.
Texto 1A1
Nos anos 70, quando eu estudava na Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
(FAU-USP), um dos poemas mais lidos e comentados por
estudantes e professores era Fábula de um arquiteto, de
João Cabral de Melo Neto: “O arquiteto: o que abre para o
homem / (tudo se sanearia desde casas abertas) / portas por-onde,
jamais portas-contra; / por onde, livres: ar luz razão certa.”.
Esses versos pareciam nortear a concepção e a organização do espaço, trabalho do arquiteto. A utopia possível de vários estudantes era transformar habitações precárias (eufemismo para favelas) em moradias dignas. O exemplo mais famoso naquele tempo era o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado (Parque Cecap) em Guarulhos. Esse projeto de Vilanova Artigas era um dos poucos exemplos de habitação social decente, mas seus moradores não eram ex-favelados.
Em geral, a política de habitação popular no Brasil consiste em construir pequenos e opressivos apartamentos ou casas de baixo padrão tecnológico, sem senso estético, sem relação orgânica com a cidade, às vezes sem infraestrutura e longe de áreas comerciais e serviços públicos. Vários desses conjuntos são construídos em áreas ermas, cuja paisagem desoladora lembra antes uma colônia penal.
Mas há mudanças e avanços significativos na concepção de projetos de habitação social, infraestrutura, lazer e paisagismo, projetos que, afinal, dizem respeito à democracia e ao fim da exclusão social. Um desses avanços é o trabalho da Usina. Fundada em 1990 por profissionais paulistas, a Usina tem feito projetos de arquitetura e planos urbanísticos criteriosos e notáveis. Trata-se de uma experiência de autogestão na construção, cujos projetos, soluções técnicas e o próprio processo construtivo são discutidos coletivamente, envolvendo os futuros moradores e uma equipe de arquitetos, engenheiros e outros profissionais.
Acompanhei jornalistas do Estadão em visitas a conjuntos habitacionais em Heliópolis e na Billings, onde está sendo implantado o Programa Mananciais. Em Heliópolis, Ruy Ohtake projetou edifícios em forma cilíndrica, daí o apelido de redondinhos. A planta dos apartamentos de 50 m² é bem resolvida, os materiais de construção e o acabamento são apropriados, todos os ambientes recebem luz natural. Esse projeto de Ohtake e o de Hector Vigliecca (ainda em construção) revelam avanço notável na concepção da moradia para camadas populares.
Um dos projetos do Programa Mananciais é uma ousada e bem-sucedida intervenção urbana numa das áreas mais pobres e também mais belas da metrópole. Situado às margens da Represa Billings, o Parque Linear é, em última instância, um projeto de cidadania que contempla milhares de famílias. Não por acaso esse projeto da equipe do arquiteto Marcos Boldarini recebeu prêmios no Brasil e no exterior.
Além do enorme alcance social, o projeto foi pensado para preservar a Billings e suas espécies nativas. Sem ser monumental, o Parque Linear é uma obra grandiosa e extremamente necessária, concebida com sensibilidade estética e funcional que dá dignidade a brasileiros que sempre foram desprezados pelo poder público. É também um exemplo de como os governos federal, estadual e municipal podem atuar em conjunto, deixando de lado as disputas e mesquinharias político-partidárias.
Além de arquitetos e engenheiros competentes, o Brasil possui recursos para financiar projetos de habitação popular em larga escala. Mas é preciso aliar vontade política a uma concepção de moradia que privilegie a vida dos moradores e sua relação com o ambiente e o espaço urbano. Porque morar é muito mais que sobreviver em estado precário e provisório.
Milton Hatoum. Moradia e (in)dignidade.
In: O Estado de S. Paulo, 28/8/2011, p. C8 (com adaptações).
Nessa abordagem, será apontada como adequada a nova redação dada ao enunciado na alternativa:
“O belo é uma manifestação de leis secretas da natureza, que, se não se revelassem a nós por meio do belo, permaneceriam eternamente ocultas”.
Assinale a frase em que a substituição proposta foi feita de forma inadequada.
Texto 1A5-II
Um chatbot pode ser resumido em sua tradução - "robô de bate-papo". Porém, atualmente, o ChatGPT, um tipo de chatbot, tem chamado atenção pela sua capacidade de manter a coesão e a coerência: "Ele funciona como um modelo de linguagem e consegue fazer uma redação com conteúdo e produção de sentido, de modo que, não se sabe se aquele texto foi produzido por um humano ou por um robô", explica o professor Rogério de Almeida da Faculdade de Educação da USP.
O professor brinca e pergunta para o chatbot como ele vê a principal preocupação dos acadêmicos com o chat. O próprio ChatGPT pontua cinco questões: a primeira seria a existência de um viés, mediado pelos algoritmos, que pode reproduzir preconceitos; a segunda, ética, relacionada a como o chat seria utilizado; a terceira tem relação com a privacidade, já que ele funciona com o uso de diversos dados; a quarta está relacionada a controle, pois ele é imprevisível e é importante prezar pelo bem-estar das pessoas; a quinta, a transparência de como essa ferramenta funciona.
Porém, o especialista não segue a linha de raciocínio dessa inteligência artificial: "Eu vou por outro caminho. O que eu acho que ele nos coloca é uma questão muito interessante daquilo que nós consideramos humano. Porque, de certa forma, a inteligência artificial aprende conosco, ela é treinada com os textos que nós produzimos. Isso nos coloca em xeque em relação à criatividade e ao pensamento crítico".
Internet: <jornal.usp.br> (com adaptações).
Texto 1A5-II
Um chatbot pode ser resumido em sua tradução - "robô de bate-papo". Porém, atualmente, o ChatGPT, um tipo de chatbot, tem chamado atenção pela sua capacidade de manter a coesão e a coerência: "Ele funciona como um modelo de linguagem e consegue fazer uma redação com conteúdo e produção de sentido, de modo que, não se sabe se aquele texto foi produzido por um humano ou por um robô", explica o professor Rogério de Almeida da Faculdade de Educação da USP.
O professor brinca e pergunta para o chatbot como ele vê a principal preocupação dos acadêmicos com o chat. O próprio ChatGPT pontua cinco questões: a primeira seria a existência de um viés, mediado pelos algoritmos, que pode reproduzir preconceitos; a segunda, ética, relacionada a como o chat seria utilizado; a terceira tem relação com a privacidade, já que ele funciona com o uso de diversos dados; a quarta está relacionada a controle, pois ele é imprevisível e é importante prezar pelo bem-estar das pessoas; a quinta, a transparência de como essa ferramenta funciona.
Porém, o especialista não segue a linha de raciocínio dessa inteligência artificial: "Eu vou por outro caminho. O que eu acho que ele nos coloca é uma questão muito interessante daquilo que nós consideramos humano. Porque, de certa forma, a inteligência artificial aprende conosco, ela é treinada com os textos que nós produzimos. Isso nos coloca em xeque em relação à criatividade e ao pensamento crítico".
Internet: <jornal.usp.br> (com adaptações).
Texto 1A5-I
Os algoritmos estão em toda parte. Quando a bolsa de valores sobe desce, eles geralmente estão envolvidos. Segundo dados divulgados em 2016 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), robôs investidores programados para reagir instantaneamente ante determinadas situações são responsáveis por mais de 40% das decisões de compra e venda no mercado de ações no país - nos Estados Unidos, o percentual chegou a 70%. O sucesso de uma simples pesquisa no Google depende de uma dessas receitas escritas em linguagem de programação computacional, que é capaz de filtrar, em segundos, bilhões de páginas na Web - a importância de uma página, definida por um algoritmo, baseia-se na quantidade e na boa procedência de links que remetem a ela. Na fronteira da pesquisa em engenharia automotiva, conjuntos de algoritmos utilizados por carros autônomos processam informações captadas por câmeras e sensores, tomando instantaneamente as decisões ao volante sem intervenção humana.
Embora influenciem até mesmo atividades cotidianas prosaicas, como a procura de atalhos no trânsito com a ajuda de aplicativos de celular, os algoritmos costumam ser vistos como objetos intangíveis pela população em geral - que sente seus efeitos, mas não conhece ou compreende seu formato e modo de ação. Um algoritmo nada mais é do que uma sequência de etapas para resolver um problema ou realizar uma tarefa de forma automática, quer ele tenha apenas uma dezena de linhas de programação ou milhões delas empilhadas em uma espécie de pergaminho virtual. "É o átomo de qualquer processo computacional", define o cientista da computação Roberto Marcondes Cesar Junior, pesquisador do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP).
Bruno de Pierro. O mundo mediado por algoritmos.
Internet: <revistapesquisa.fapesp.br> (com adaptações).
I diante de. II perante. III face à.
Assinale a opção correta.