Questões Militares de Português - Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos.
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“A abelha vive fazendo cera. Sempre. E com tudo isso, como é que a abelha consegue ser a imagem do labor incessante?”
(Eno T. Wanke)
Em todas as frases abaixo há alusões implícitas a essa simbologia dos animais. Assinale a frase que mostra adequadamente o valor simbólico do animal presente na frase.
O desemprego e a renitente crise econômica, ___________ após mais de dois anos de pandemia, têm provocado efeitos nefastos na já precária _________ habitacional da cidade de São Paulo. Para parte da população mais vulnerável, a solução entre comer e pagar o aluguel é viver em favelas – isso sem contar os que não conseguem escapar da situação de rua: o número de _________ avançou 31% durante a crise sanitária, atingindo ao menos 31.884 pessoas.
(Expulsos de casa. Editorial. Folha de S.Paulo, 27.06.2022. Adaptado)
“TUDO ERRADO, MAS TUDO BEM”
Em 1977, um cientista da Exxon alertou os diretores da petroleira americana sobre a iminência do aquecimento global. A reação da companhia? Criar o negacionismo
Por Salvador Nogueira
É difícil precisar quando nasceu o negacionismo sobre a mudança climática. Mas dá para dizer que ele surgiu de mãos dadas com a própria constatação do aquecimento global.
Era 1977. O tema era quase desconhecido do público, e os maiores interessados no fenômeno, as companhias de petróleo, queriam saber o quanto deviam se preocupar com ele. James Black, cientista sênior da Exxon, trouxe uma mensagem reta aos diretores da petroleira. Avisou que havia um consenso científico de que a maneira mais provável pela qual a humanidade está influenciando o clima é por meio da liberação de CO2 com a queima de combustíveis fósseis.
No ano seguinte, 1978, ele já alertava que a duplicação da quantidade de CO2 na atmosfera elevaria as temperaturas médias globais em dois a três graus – número consistente com o consenso atual.
A Exxon ouviu o recado. E fingiu ter entendido o exato oposto. Quando, dez anos depois, o cientista da Nasa James Hansen participou de uma audiência no Congresso americano para dizer que o aquecimento produzido pelo homem era uma realidade, a reação de um conglomerado de empresas de petróleo, gás e carvão foi fundar a Coalizão Global do Clima. A Exxon estava no meio. E a missão inconfessa (mas documentada) do projeto era basicamente lançar dúvidas – sobre a realidade das mudanças climáticas e sobre o papel humano no fenômeno.
Um memorando trocado entre as companhias diz: “A vitória virá quando o cidadão médio estiver incerto sobre a ciência do clima”, contou o cientista Kenneth Kimmel, que expôs a manipulação, em 2015.
Fundada em 1989, a tal Coalizão Global do Clima foi dissolvida em 2002. Mas os milhões de dólares promovendo o negacionismo foram suficientes para fazer com que o então presidente americano George W. Bush, alegando prejuízos à economia e incertezas científicas, retirasse, em 2001, os EUA do Protocolo de Kyoto, primeira tentativa de promover de forma multilateral a redução das emissões de gases-estufa por todos os países.
E, claro, a história se repetiria mais de uma década depois, com o Acordo de Paris. Assinado em 2015 por Barack Obama, ele foi rejeitado por Donald Trump. Agora, com Joe Biden, o país voltou, tentando recuperar o tempo perdido.
No âmbito da ciência, a única coisa que mudou nos últimos 40 anos foi o grau de convicção de que as mudanças climáticas são uma realidade. E nem é mais questão de futuro. A Terra já aqueceu 1 °C enquanto o pessoal semeava suas falsas incertezas.
Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/coluna-carbono-zero-tudo-errado-mas-tudo-bem. Acesso em 07 mar. 2022.
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Carlos Castelo
7 de abril de 2022