Questões Militares de Português - Uso da Vírgula

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Q387544 Português
TEXTO 2

1.§ O movimento de urbanização do Brasil no século XX marcou o crescimento das cidades, tanto em número quanto em área e população. Com a expansão do capitalismo a cidade assumiu uma importância muito grande. A cidade tornou-se o centro das decisões políticas e econômicas, exercendo a função de centro polarizador das atividades socioeconômicas espaciais. Por outro lado, ela passou a ser a expressão visível das contradições sociais. Como produto das relações humanas, a cidade mostra as marcas das diferenças de classes sociais, da segregação do espaço urbano, da exclusão social, da especulação imobiliária, da deteriorização ambiental e da violência.

2.§ Atualmente, as cidades têm assumido um papel fundamental no campo de intervenção social das políticas públicas. Pois, a partir da Constituição de 1988 temos um processo de descentralização bastante avançado nos casos das políticas de saúde e educação, e mais recentemente, para as políticas de habitação, saneamento e transferência de renda.

3.§ O fenômeno da urbanização provocou o agravamento do histórico quadro de exclusão social no Brasil, tornando mais evidente a marginalização e a violência urbana que atualmente tem provocado afições nos moradores e governos das cidades. Quando temos o aumento da violência somado ao empobrecimento da população, a vida nas cidades se torna problemática. Na medida em que o medo e a insegurança adentram o cotidiano das pessoas a qualidade de vida declina. O quadro agrava-se ainda, principalmente com a aparição de novas formas de pobreza.

4.§ A estruturação da “nova pobreza” ocorre no contexto de hipermobilidade do capital, de heterogeneidade e instabilidade do trabalho assalariado, e de polarização social. Tendo como característica fundamental o desenvolvimento de uma marginalidade avançada, os novos pobres não poderão ser absorvidos progressivamente pela expansão do livre mercado, uma vez que o Estado neoliberal não garante mais a proteção infalível contra a ameaça da pobreza, baseada na relação trabalho-salário. No Brasil, apesar de ainda não termos resolvidos os problemas sociais mais básicos, é muito marcante o dilema da manutenção de um grande contingente de desempregados de longa duração que vão sendo expulsos do mercado produtivo, juntamente a milhares de jovens que não conseguem ter acesso ao “primeiro emprego”.

5.§ Aliado a esse processo de exclusão do mercado de trabalho, a favela se torna um espaço de materialização da exclusão social, um instrumento para o aprisionamento dos pobres, um local temido. Uma vez que o fenômeno das favelas aponta para a estigmatização dos territórios de concentração da pobreza, sobretudo em razão da difusão da “cultura do medo”. A consolidação de espaços de segregação, em virtude do processo de fragmentação das cidades vão constituir a formação dos enclaves fortifcados.

6.§ Nesse sentido, não é tão-somente uma separação espacial entre áreas pobres e ricas mas, principalmente, uma separação social que adentra o espaço público das ruas, donde fca difícil manter os princípios básicos de livre circulação e abertura dos espaços públicos que serviam de fundamento para a estruturação das cidades modernas. Os enclaves privados e fortifcados, como os shopping centers e os condomínios fechados desenvolvem uma relação de negação e ruptura com o resto da cidade, aspecto que intensifca ainda mais a qualifcar as interações públicas por meio de índices como suspeição, perigo e restrição. Ao estabelecerem uma simbologia de status, os enclaves criam meios para a afrmação de todos os tipos de barreiras físicas e artifícios de distanciamento, sendo portanto, uma explícita afrmação da diferenciação social. A consolidação dos enclaves demonstra, na contemporaneidade, a necessidade crescente de cercar, murar, fechar e garantir por uma segurança sofsticada e estruturada a vida privada. Utilizando-se de uma justifcativa que contempla o medo do crime e da violência, as pessoas transformam sua maneira de viver bem como a dinâmica pública das cidades.

Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a seguir.
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Q384951 Português
                                    O nome da culpa


            No Brasil, as tragédias anunciadas ou previsíveis ocasionadas por descaso e imprevidência . recebem todas o mesmo nome: fatalidade. Assim são classificadas as chuvas e os desabamentos que matam centenas de pessoas a cada verão, assim também foi classificado o incêndio da boate de Santa Maria por seus donos. Em nota, eles afirmaram "a bem da verdade" que a empresa estava em situação regular , com o . 'sistema de proteção e combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros . Se estava tudo bem, nada fora de ordem, se as normas de segurança eram rigorosamente cumpridas, é fácil atribuir a responsabilidade à "fatalidade".
            Portanto, a conclusão cínica é que ao destino deve ser debitado tudo o que contribuiu para a morte de 230 pessoas e ferimentos em mais 100: superlotação, plano de prevenção vencido, inexistência de saída de emergência, artefatos pirotécnicos com fogos de artifício, uso de ' revestimento acústico altamente inflamável, falta de fiscalização. Em suma, como disse o delegado logo após as primeiras investigações, "a boate Kiss não podia estar funcionando".
             A bem da verdade mesmo, o nome para a cu pa por esse e outros episódios trágicos não e fatalidade, mas impunidade, uma espécie de mãe de todos os vícios nacionais, não apenas da corrupção. Aqui se faz e aqui em geral não se paga.
            Pode-se alegar que incêndios em boates acontecem em toda parte - no Japão, na China, na Europa, na Argentina. De fato. Mas a diferença é que em Buenos Aires, por exemplo, tragédia semelhante ocorrida em 2004, com 194 mortos, levou o dono à prisão por anos e provocou mudanças drásticas no sistema de segurança das casas noturnas.
            Aqui, há 52 anos houve o incêndio do circo de Niterói, o maior da história. A comoção geral, a repercussão internacional, a mobilização das autoridades (o então presidente Jango visitou as . vítimas, o Papa enviou mensagem de solidariedade, houve jogo com Pelé e Garrincha), a indignação e o clamor popular foram parecidos com a reação de agora.
            Acreditava-se que a morte de mais de 500 pessoas iria pelo menos servir de lição, pois as autoridades prometeram logo "rigorosa apuração da culpa" e medidas enérgicas de segurança.
            Mais ou menos como naquela época, as inúmeras promessas de providências estão disputando espaço no noticiário com o relato de dor dos que ficaram.
             Governadores e prefeitos anunciam varreduras e em algumas cidades estabelecimentos ja foram interditados por falta de segurança.
            Por que só agora?
            De qualquer maneira, vamos esquecer que as providências já deveriam ter sido tomadas muito antes, pois mais do que legislação o que falta é aplicação da lei e fiscalização, e vamos torcer para que dessa vez a tragédia sirva realmente de liçao.


                                                                                                Zuenir Ventura. O Globo. 30/01/2013.


No trecho a seguir, a vírgula foi corretamente empregada por separar:

"No Brasil, as tragédias anunciadas ou previsíveis . . ocasionadas por descaso e imprevidência recebem todas o mesmo nome [ ...] " (parágrafo 1)
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Q383914 Português
                                    ENVELHECER BEM É POSSÍVEL

                                                                                    Anna Veronica Mautner


             A criança passa por dramáticas transformações (andar, falar, conhecer o mundo etc.), mas não tem consciência delas porque lhe falta linguagem para descrevê-las.
            Depois da adolescência, as mudanças continuam, mas com dramaticidade menor.
            Tão marcante em transformações quanto a infância é o envelhecimento. Nessa fase da vida, temos consciência de tudo o que ocorre: perdas físicas e mentais.
            Comecemos falando da reação aos imprevistos. Por que velho tropeça e cai tanto? Porque a reação ao susto e o reflexo para evitar o perigo são mais lentos.
            Falemos agora da memória, essa capacidade madrasta cuja falta castiga o idoso. Demoramos para lembrar seja lá o que for e a conversa fica entrecortada de silêncios, quase soluços.
            O conteúdo que, em primeiro lugar, mergulha nas sombras do esquecimento são os nomes próprios; mais uns anos e substantivos comuns também se embaralham.
            O curioso é que os adjetivos não somem. Aparecendo o nome, sua qualidade ou quantidade vem junto, dos fundos da memória. O nome está em algum lugar, em algum tempo, de algum jeito. Se o substantivo emerge, traz consigo as associações.
            Os verbos não somem, mas as ações deixam de ser desempenhadas. Se o verbo desaparecer, a incomunicabilidade irá se instaurar.
            Envelhecer é perder: seja clareza, seja acuidade auditiva ou visual, velocidade de resposta física ou de linguagem, memória.
            Aí vem aquela história: velho esquece o agora e lembra o mais antigo. Não há nenhum mistério nisso. É que o antigo já se transformou em imagem e a imagem reaviva as sensações. Quase nada é inconsciente, pois envelhecer é viver as mudanças diárias.
            Sentimos a presença das mudanças. Se causam amargura, é pela não aceitação. E, se não aceitarmos que já não somos o que éramos, o nosso contato com o mundo aqui e agora fica prejudicado.
            Assim como é natural o ser humano se transformar ininterruptamente, em boa velocidade, do nascimento à puberdade, é natural envelhecer, com lentas perdas no início e mais rápidas depois.
            Aceitando que viver é assim, permanente transformação, podemos sorrir diante de perdas e transmitir (até com humor) a quem nos rodeia que estamos presentes, acompanhando o processo.
            Nada de dizer que a terceira idade é maravilhosa. Nada disso. Perder não é bom. Mas alguns conseguem ir perdendo sem muita amargura, porque acompanham as transformações dos que ainda estão ganhando.
            É a alegria do avô diante do neto. Há na atitude de acompanhar o que já tivemos no passado doses de aceitação e generosidade. Podemos ajudar. Nossa sabedoria funciona como conforto para quem está só começando.
            O olhar bondoso do idoso diante do tatibitate do nenê é sabedoria. O velho vislumbra o caminho que o bebê irá seguir. Não é um reviver nem um renascer: é uma memória.


                                                                                                Folha de São Paulo, 05 mar. 2013.


Nos trechos destacados, as vírgulas foram usadas com o objetivo de intercalar um termo em
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Ano: 2013 Banca: UERR Órgão: PM-RR Prova: UERR - 2013 - PM-RR - Soldado da Polícia Militar |
Q383259 Português
                                                TEXTO I
                                    Começa processo para tombar Pedra Pintada


Integrantes do Ministério Público Federal em Roraima, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) estiveram esta semana na Pedra Pintada, sítio arqueológico que integra o Patrimônio Cultural Brasileiro protegido pela Lei 3.924/61, localizado na Terra Indígena São Marcos, no Município de Pacaraima, norte do Estado. O objetivo da visita ao sítio arqueológico da Pedra Pintada foi identificar a atual situação do local, seu acesso e conservação, além de instruir e iniciar o processo de tombamento do sítio. O primeiro passo foi afixar placas de identificação. A equipe também visitou a Terra Indígena Anaro. Os integrantes da aldeia são os responsáveis pela proteção do sítio arqueológico, sobretudo quanto ao seu acesso e visitação.
Conforme o procurador da República Fernando Machiavelli Pacheco é necessário iniciar o processo de tombamento para proteger o sítio arqueológico. “Depois de concluir o processo, a comunidade poderá, inclusive, desenvolver o turismo de forma sustentável no local”, disse. O procurador da República Fernando Machiavelli Pacheco conversou com a comunidade, ouviu algumas reivindicações e falou da preocupação das instituições na defesa do patrimônio histórico e defesa dos direitos indígenas, além de outros temas relativos à manutenção da posse da Terra Indígena, do fornecimento de energia elétrica - ainda inexistente-, do acesso à saúde e à educação. SÍTIO - A Pedra Pintada fica no interior da Terra Indígena São Marcos e a visitação ao sítio, só é permitida atualmente, pela Fundação Nacional do Índio. A Pedra tem mais de 35 metros de altura, com altitude de 83 metros em relação ao nível do mar. Dentro da pedra é possível encontrar uma caverna, além de pinturas rupestres, pedaços de cerâmicas, machadinhas, entre outros artefatos. Por fora da rocha, há pinturas em cor branca rosada.


Disponível em http://folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=142770, acesso em 22/12/12.



A partir do TEXTO I, quanto ao uso da vírgula, marque a alternativa INCORRETA :
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Q378507 Português
Julgue os itens que se seguem, considerando as ideias veiculadas no texto acima, a sua estrutura e seus aspectos gramaticais.

No período “Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem entender bem o que havia encontrado” (l.46-48), a vírgula, empregada para separar o sujeito do predicado, torna mais claras as informações para o leitor.
Alternativas
Respostas
136: E
137: B
138: D
139: D
140: E