Questões Militares de Português - Uso da Vírgula

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Q676980 Português

                                                   Texto 1

                                 A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS

                                                                                                                    Carlos Corrêa

      Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética.

      Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.

      A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas.

      Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?

      Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose. 

      Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?

      A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo.

      O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.

      Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.

      Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.

Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas.

CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado) 



                                                     Texto 2

                CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO

                    QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA

                                                                                                                     Ênio Rodrigo

      Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.

      Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta. 

Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã(Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.

       Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".

      Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania. 

      O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz. 

      Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. 

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em:<http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49746&op=all.Acesso em 22/04/2015. (Texto adaptado)


                                                  TEXTO 4

                                   PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

                                                                                                          Augusto dos Anjos

                                Eu, filho do carbono e do amoníaco,

                                  Monstro de escuridão e rutilância,

                               Sofro, desde a epigênese da infância,

                              A influência má dos signos do zodíaco.


                                Profundissimamente hipocondríaco,

                             Este ambiente me causa repugnância...

                         Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

                           Que se escapa da boca de um cardíaco.


                         Já o verme — este operário das ruínas —

                             Que o sangue podre das carnificinas

                           Come, e à vida em geral declara guerra,


                          Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

                            E há de deixar-me apenas os cabelos,

                                Na frialdade inorgânica da terra!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. 

Marque a opção em que o uso de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos.
Alternativas
Q676319 Português

Ao analisar as forças que estão reestruturando a economia e a política nesse novo cenário Robert Reich professor da Universidade de Harvard e também um dos mais destacados economistas dos Estados Unidos observa que não existirão mais produtos nacionais tecnologias nacionais empresas nacionais ou economias nacionais.

As vírgulas do fragmento acima foram omitidas. Assinale a alternativa que apresenta o fragmento com o emprego adequado dessas vírgulas.
Alternativas
Q675938 Português
Assinale a alternativa que contém a frase na qual a utilização da vírgula está CORRETA:
Alternativas
Q675937 Português
Assinale a alternativa CORRETA com relação à utilização ou não da vírgula:
Alternativas
Q672912 Português

1     Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou

4     enorme visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto de especialistas como do público em geral.

7     Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, as

10     dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a

13     superpopulação nos presídios, as rebeliões, as fugas, a degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, a corrupção, o aumento dos custos

16     operacionais do sistema, a ineficiência da investigação criminal e das perícias policiais e a morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do

19     processo de consolidação política da democracia no Brasil.

Internet:<www.observatoriodeseguranca.org>  (com adaptações).

Com relação às ideias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir.

O emprego de vírgula logo após “policial” (l.11), “instituições” (l.12) e “rebeliões” (l.13) deve-se a regras gramaticais diferentes.

Alternativas
Q670968 Português

Observe as frases:

I- A sindicância feita pela diretoria revelou quantos são, quanto ganham e no que trabalham os pais que não pagaram as mensalidades.

II- Entre esses pais, há cinco empresários, dois empregados do setor privado e um funcionário público.

III- Muitos pediram, sem merecimento, um novo prazo, e um deles chegou a agredir fisicamente o diretor.

Assinale (F) falso ou (V) verdadeiro para as afirmações abaixo e, em seguida, marque a alternativa com a seqüência correta.

( ) Na frase I, a ausência da vírgula no trecho em destaque confere o exato sentido da oração.

( ) Na frase II, a vírgula foi empregada para separar orações coordenadas assindéticas.

( ) Nas frases II e III, a conjunção e introduz sujeitos diferentes, por isso uma vírgula foi indevidamente omitida na frase II.

( ) Na frase III, há vírgulas empregadas para isolar um termo deslocado, o que evidencia uma quebra na sequência sintática.

Alternativas
Q670957 Português

Observe:

Carlos e Sandro, meus amigos, sofreram um acidente.

Assinale a alternativa que apresenta a afirmação incorreta em relação à frase acima.

Alternativas
Q670411 Português
A descrição, quanto ao emprego dos sinais de pontuação, está em conformidade com os preceitos das regras de escrita no seguinte enunciado:
Alternativas
Q669192 Português
Em qual alternativa ocorre um erro quanto à pontuação?
Alternativas
Q668782 Português
Assinale a alternativa em que há erro no emprego da vírgula.
Alternativas
Q668158 Português

Leia:

A caminhada, uma atividade aeróbica saudável, traz grandes benefícios ao corpo e à mente. Com a idade avançando, nós, limitados mortais, uma vez que não podemos interromper o tempo, devemos caminhar todos os dias.

Quanto ao emprego das vírgulas no texto acima, assinale a alternativa com a afirmação incorreta.

Alternativas
Q668049 Português
Assinale a alternativa em que a vírgula foi empregada de maneira incorreta.
Alternativas
Q667960 Português

As vírgulas obrigatórias do texto abaixo foram omitidas propositalmente:

(I) O tão esperado verão deverá ser intenso nos próximos meses. (II) Estima-se que na Região Sudeste as temperaturas poderão manter-se acima dos 35 graus. (III) Calor e chuva formarão portanto a combinação perfeita para o Aedes aegypti o mosquito transmissor da dengue.

Assinale a alternativa com a afirmação incorreta sobre o emprego exigido dessas vírgulas.

Alternativas
Q666963 Português
Assinale a alternativa em que a vírgula é empregada com o mesmo propósito com que foi usada na fala de Eddie Sortudo — O mesmo elmo que eu sempre uso, chefe.
Alternativas
Q664722 Português

Leia:

Uma das personalidades que voou no Mirage foi o piloto Ayrton Senna [...] O vôo teve bastante cobertura da imprensa, e os jornalistas perguntaram-lhe o que havia achado do vôo, e ele respondeu: “Se cada brasileiro tivesse a oportunidade de fazer esse vôo que eu fiz, com certeza teria mais amor à Pátria.”

É correto afirmar em relação ao emprego da(s) vírgula(s) que

Alternativas
Q664716 Português
Assinale a alternativa na qual uma das vírgulas foi empregada incorretamente.
Alternativas
Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova: VUNESP - 2011 - PM-SP - Soldado Voluntário |
Q664359 Português
Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.
Alternativas
Q664044 Português

Assinale a alternativa que contém a correta justificativa para a pontuação do texto abaixo.

“Naquela manhã de segunda-feira o rapaz voltou à cidade mas ao fechar negócio percebeu que as contas estavam erradas.”

Alternativas
Q662722 Português
De acordo com a pontuação do texto, é INCORRETO afirmar que as vírgulas do trecho
Alternativas
Q662537 Português

Analise os períodos a seguir, extraídos do texto.

I. Mas explicou que a ajuda humanitária não faz parte das atribuições da força de paz. (l. 03)

II. Mas, pela absoluta falta de quem faça, as tropas brasileiras estão fazendo. (l. 05-06)

III. Mas tudo depende da concordância e aprovação das Nações Unidas. (l. 09)

Pode-se afirmar que a pontuação dos períodos acima está correta

Alternativas
Respostas
281: C
282: C
283: B
284: C
285: E
286: A
287: D
288: C
289: C
290: A
291: A
292: A
293: A
294: A
295: A
296: C
297: D
298: A
299: D
300: D