Questões Militares de Português - Uso da Vírgula
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De acordo com o último relatório da comissão de auditoria interna, houveram policiais que falta regularizar as pendências administrativas relativas aos afastamentos para qualificação profissional em serviço. Considerando os pedidos encaminhados que foram arquivados no ano anterior. É fundamental que os servidores que requereram tal afastamento sejam notificados. Para que entrem em contato com o setor de pessoal o quanto antes.
É correto afirmar que:
“O tipo de conexão proporcionado por Tropa de Elite, do diretor José Padilha, é de outra ordem. Trata-se de um grande filme justamente pelo contrário: ele não concede válvula de escape ao retratar como a criminalidade degradou o país de alto a baixo”(L.10-15).
Assinale a alternativa correta referente a ESSE excerto.
I - Vou solicitar ajuda ao meu colega para levar as caixas. Caso a locução verbal destacada seja substituída pela forma verbal simples (solicitarei), haverá mudança no sentido da frase. II - Senhor José, traga, por gentileza, o memorando. A primeira vírgula está empregada indevidamente, pois separa o sujeito do verbo e prejudica a coerência frasal. III - Prefiro contos à Machado de Assis. Diante de palavras masculinas não ocorre crase, porém se as expressões à maneira de ou à moda de estiverem subentendidas, o uso da crase será facultativo. IV - Faz dois anos que ele pediu transferência. Quando o verbo fazer refere-se a tempo decorrido deve ser usado no singular. V - A tenente deu uma entrevista onde afirmou que a Operação Carnaval estava definida. O uso do pronome relativo onde está incorreto.
Apesar de a preocupação dos pais ser legítima, os especialistas alertam sobre o fato de que um excesso de vigilância pode acarretar problemas de relacionamento e levar os filhos – muito mais proficientes na internet do que seus velhos progenitores – a tomar providências para desafiar o controle. A reação vem a jato – e não faltam trends do TikTok ensinando os jovens a burlar o sistema de localização e despistar os adultos.
Para que o aplicativo efetivamente garanta a segurança dos filhos e tranquilize o coração dos pais é necessário que se estabeleça, antes de tudo, uma sólida relação de confiança e diálogo. Bem usados, esses aplicativos servem inclusive de guia para avaliar a hora certa de dar autonomia aos filhos. Lembrando que andar pelas próprias pernas acarreta, por mais que isso doa aos pais, desinstalar algum dia o aplicativo.
(Duda Monteiro de Barros e Camille Mello, Estamos de olho.
Veja, 22.06.2022. Adaptado)
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 03.
Nossa relação com os animais repete, de maneira invertida, os cuidados que recebemos na primeira infância. Nós também fomos, no início, dependentes, desamparados e estávamos nas mãos de uma figura prestativa e generosa, mas que tinha todo poder sobre nós. Nossa capacidade de sentir piedade vem daí. A irresistível combinação de piedade, simpatia e acolhimento que a imagem de um animal fofinho desperta em nós, também. Contudo, esse é um amor de baixa qualidade e de grande aptidão à dispersão quando falamos em um projeto de longo prazo. Animais de estimação são como filhos. Mas filhos que não crescem, não resistem para ir à escola, não reclamam por autonomias adolescentes nem vão embora para a faculdade e se casam, deixando-nos para trás.
Com os animais de estimação cada um revive a forma de amar e ser amado que Freud descreveu como narcisismo. Nele, confunde-se o amar o outro e o amar-se a si mesmo através do outro. E muitas vezes essa confusão se infiltra e atrapalha decisivamente a vida dos casais. Quando alguém declara que ama os cães a ponto de ter dois ou sete deles em casa, isso não representa nenhuma contradição com o ato de maltratá-los. Tudo depende da qualidade do laço que se estabelece nesse amor.
Quando amamos nossos cães, nossos filhos ou nossas mulheres como a nós mesmos, podemos chegar a maltratá-los da pior maneira. Daí a importância de amar o outro conferindo algum espaço para o fato de que ele é um estranho, alguém diferente de mim. O amor não é garantia nem de si mesmo nem do desejo que ele deve habilitar. Isso vai aparecer na relação com os animais, como uma espécie de raio x das nossas formas de amar. Quem trata seus animais como uma parte de si mesmo, humanizando-os realmente como filhos, chamando-os de nenês, por exemplo, pode estar indicando uma forma mais simples e narcísica de amar.
(Christian Dunker, Reinvenção da intimidade –
políticas do sofrimento cotidiano. Adaptado)
O primeiro par de vírgulas foi empregado para:
O jornal e sua importância na escola
Os estudantes do 4º ano de uma escola municipal de Boa Vista, capital de Roraima, queriam saber como se faz um jornal, esse importante meio de comunicação social, como é impresso e onde os jornalistas buscam as informações, além de comentarem sobre as seções de que mais gostavam e as notícias que tinham lido em casa com suas famílias.
Esse bate-papo com os alunos aconteceu durante a visita que fiz para realizar uma formação de professores da rede municipal de ensino. O assunto foi sobre como potencializar o uso do jornal na escola.
Quando tem a chance de se informar por meio de um veículo de imprensa adequado, a criança se sente inserida na situação, percebe que as notícias também são produzidas para ela – o que, por consequência, proporciona que se veja como parte integrante e ativa da sociedade. É o que os educadores promovem ao realizar frequentemente rodas de leitura e comentários sobre as matérias com linguagem adequada ao público infantojuvenil ou quando elaboram a produção do jornal da turma tendo como referência as leituras jornalísticas realizadas.
De acordo com a pesquisadora Délia Lerner, precisamos ensinar os alunos a ler e a escrever os gêneros textuais reais da mesma forma como fazem os leitores e escritores adultos ou do mundo fora da escola.
Além disso, saber que estão produzindo um texto que não ficará esquecido dentre as páginas de um caderno e que poderá ser lido por muitas pessoas, e não apenas pelo professor, torna o trabalho muito mais significativo e envolvente. É a realidade trazida pela leitura de notícias, na ponte que o jornal cria entre a escola e a mundo.
(Jacqueline de Grandi. “O jornal e sua importância na escola”. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao, 14.08. 2022. Adaptado)
TEXTO I
A complicada arte de ver
1§Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria.
2§Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica.
3§De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… agora, tudo o que vejo me causa espanto.” Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta…Os poetas ensinam a ver”.
4§Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.
5§Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem.
6§“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
7§Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
8§Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”.
9§Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
10§A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. (...) Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras.
Rubem Alves Texto Adaptado (originalmente publicado no caderno “Sinapse” - “Folha de S. Paulo”, em 26/10/2004).
Leia o fragmento do texto abaixo:
“Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”.” (4º parágrafo)
É correto afirmar que
Mesmo em menor quantidade o lixo residencial também pode conter substâncias tóxicas e por isso deve-se ter cuidado especial com alguns descartes como: pilhas baterias de celular alguns tipos de lâmpadas remédios e embalagens de inseticida.
ILHA VISITÁVEL
Carlos Castelo
7 de abril de 2022
ILHA VISITÁVEL
Carlos Castelo
7 de abril de 2022
Examine a tirinha de André Dahmer para responder à questão.
Em “Querida, os juros do cartão.” (3º quadrinho), a vírgula
é usada com a mesma finalidade da(s) vírgula(s) empregada(s) em:
TEXTO II
Canção do exílio
(Gonçalves Dias)
(BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira –
antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. São Paulo:
O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997, p. 66-67.)
Um persistente cio
É muito interessante observar o quanto a ditadura da velocidade e do “não tenho tempo a perder” retira do cotidiano das metrópoles uma das mais profundas maneiras de aproveitar, de fato, o tempo: a necessária paciência para a fruição, quase degustação lenta, dos movimentos de busca intensa do prazer originário do universo da leitura. Essa insana tacocracia, vivida sem reflexão, produz uma amarga rejeição à eroticidade inerente aos momentos nos quais é preciso entrar no cio emanado da leitura prazerosa, do mergulho intencional e povoadamente solitário que nos atinge quando nos abandonamos aos sussurros que vêm de dentro.
Há frase mais tola do que a daquele ou daquela que diz “acho que, para passar (ou matar) o tempo, vou ler alguma coisa”? Ler um livro para matar o tempo? Não! Afonso Arinos, importante jurista mineiro, mais conhecido por ser autor da primeira lei contra a discriminação racial, que também era escritor (ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1958, mesmo ano em que foi eleito senador), escreveu em A Escalada que “domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo”.
Viver o tempo! Vivificálo, tornálo substantivo e desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude.
Mas o que é um bom livro? A subjetividade da resposta é evidente. No entanto, é possível estabelecer um critério: um bom livro é aquele que emociona você, isto é, aquele que produz sentimentos vitais, que gera perturbações, que comove, abala ou impressiona. Em outras palavras, um bom livro é aquele que, de alguma maneira, afeta você e o impede que passe adiante incólume.
A emoção do bom livro é tão imensa que se torna, lamentavelmente, irrepetível. Álvaro Lins, crítico literário pernambucano que chegou a chefiar a Casa Civil do governo JK, fez uma reflexão que expressa uma parte dessa contraditória agonia: “Ah, a tristeza de saber, no fim da leitura de certos livros, que nunca mais os leremos pela primeira vez, que não se repetirá jamais a sensação da primeira leitura, que não teremos renovada a felicidade de ignorá-los num dia e conhecê-los no dia seguinte”.
Assim – mesmo que quase tudo hoje em dia dificulte a urgência de vivificar com uma boa leitura, especialmente a estafa resultante do desequilíbrio e da correria incessante –, muitos não se deixam humilhar pelos assassinos do tempo; para impedir a vitória da mediocridade espiritual, há os que cantam com Djavan – na belíssima “Faltando um Pedaço” – e sabem que “o cio vence o cansaço”.
CORTELLA, Mário Sérgio. Um persistente cio.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/
eq2609200226.htm. Acesso em: 10 ago. 2021. [Fragmento]
Leia a charge a seguir.
(Disponível em: https//br.pinterest.com/visaghair/plagiando. In: infoenem.com. 28-01-2016. Acesso em: 23/11/2021.)
A falta de vírgula antes da palavra gente, sintaticamente um vocativo, muda o sentido da frase, efeito intencionalmente buscado na charge. Em qual trecho do texto em análise, o uso da vírgula (ou das vírgulas) justifica-se pela mesma razão que deveria haver vírgula antes da palavra gente?
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a justificativa para o uso das vírgulas.