Questões Militares de Português - Variação Linguística

Foram encontradas 120 questões

Q539772 Português

Leia o trecho de Macunaíma, de Mário de Andrade, para responder às questões de números 75 e 76.

Muitos casos sucederam nessa viagem por caatingas rios corredeiras, gerais, corgos, corredores de tabatinga matos-virgens e milagres do sertão. Macunaíma vinha com os dois manos pra São Paulo. Foi o Araguaia que facilitou-lhes a viagem. Por tantas conquistas e tantos feitos passados o herói não ajuntara um vintém só mas os tesouros herdados da icamiaba estrela estavam escondidos nas grunhas do Roraima lá. Desses tesouros Macunaíma apartou pra viagem nada menos de quarenta vezes quarenta milhões de bagos de cacau, a moeda tradicional. Calculou com eles um dilúvio de embarcações. E ficou lindo trepando pelo Araguaia aquele poder de igaras, duma em uma duzentas em ajojo que nem flecha na pele do rio. Na frente Macunaíma vinha de pé, carrancudo, procurando no longe a cidade. Matutava matutava roendo os dedos agora cobertos de berrugas de tanto apontarem Ci estrela. Os manos remavam espantando os mosquitos e cada arranco dos remos repercutindo nas duzentas igaras ligadas, despejava uma batelada de bagos na pele do rio, deixando uma esteira de chocolate onde os camuatás pirapitingas dourados piracanjubas uarus-uarás e bacus se regalavam.

(1988, p. 36-37)

A partir da leitura do trecho, é possível reconhecer, na composição de Macunaíma, marcas

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Q529077 Português

Meu benzinho adorado (...) eu te peço por tudo o que há de mais sagrado que você me escreva uma cartinha sim dizendo como é que você vai que eu não sei eu ando tão zaranza por causa do teu abandono eu choro e um dia pego tomo um porre danado que você vai ver e aí nunca mais mesmo que você me quer e sabe o que eu faço eu vou-me embora para sempre e nunca mais vejo esse rosto lindo que eu adoro porque você é toda a minha vida e eu só escrevo por tua causa ingrata (...) do teu definitivo e sempre amigo...


(Vinícius de Moraes. Antologia poética, 1981.)



O substantivo porre pertence à variante popular da língua, assim como, tendo em vista o contexto, a forma verbal



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Q528721 Português
Leia a letra da canção do cantor cearense Falcão para responder à  questão.
Guerra de Facão
A dor do cocho é não ter ração pro gado A dor do gado é não achar capim no pasto A dor do pasto é não ver chuva há tanto tempo A dor do tempo é correr junto da morte A dor da morte é não acabar com os nordestinos A dor dos nordestinos é ter as penas exageradas E a viola por desculpa pra quem lhe pisou no lombo e lhe lascou no cucurute vinte quilos de lajedo. Em vez de achatar pra caixa-prego o vagabundo, que se deitou no trono e acordou num pau-de-sebo. Eh eh eh boi, eh boiada, eh eh boi A dor do jegue, tadin, nasceu sem chifre A dor do chifre é não nascer em certa gente A dor de gente é confiar demais nos outros A dor dos outros é que nem todo mundo é besta A dor da besta é não parir pra ter seu filho A dor pior de um filho é chorar e mãe não ver. Tá chegando o fim das épocas, vai pegar fogo no mundo, e o pior, que os vagabundos toca música estrangeira em vez de aproveitar o que é da gente do Nordeste. Vou chamar de mentiroso quem dizer que é cabra da peste. (Falcão, Guerra de Facão. Em: http://letras.mus.br. Adaptado)

Observe o trecho da canção: Tá chegando o fim das épocas, vai pegar fogo no mundo,/ e o pior, que os vagabundos toca música estrangeira / em vez de aproveitar o que é da gente do Nordeste. / Vou chamar de mentiroso quem dizer que é cabra da peste.


Nessa passagem, o autor vale-se de registros coloquiais, em conformidade com suas intenções comunicativas, em função do gênero textual utilizado. Isso se comprova com as expressões:


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Q474711 Português
Leia o trecho de Vidas secas, de Graciliano Ramos, para responder à  questão.

Fabiano tinha ido à feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais.

Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano, regateando um tostão em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-­lhe gestos oblíquos. À tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida: amarrou as notas na ponta do lenço, meteu­-as na algibeira, dirigiu-­se à bodega de seu Inácio.

Aí certificou-­se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-­se e interrogou o bodegueiro:

- Por que é que vossemecê bota água em tudo?

Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-­se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia­-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de seu Tomás. Um homem tão direito andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava. Quem diria?

(Graciliano Ramos. Vidas secas. 118. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2012, p. 27­28. Adaptado)

Pode-­se dizer que, no que se referia ao uso da linguagem, Fabiano
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Q385109 Português
Os itens apresentam fragmentos adaptados de textos diversos. Julgue-os no que se refere à correção gramatical e ortográfica.

“Seria ingênuo pensar que esse mito desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das pernas, está.” (ANEEL, 2010) O sentido da expressão “mal das pernas”, característica da oralidade, seria prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.
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Respostas
96: D
97: C
98: B
99: B
100: C