Questões de Concurso Militar CIAAR 2015 para Primeiro Tenente - Psicologia
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Leia o fragmento de texto de Freudem “O Ego e o ld”.
‘“Estar ‘consciente’ é, em primeiro lugar, um termo puramente descritivo, que repousa na percepção do caráter mais imediato e certo. A experiência demonstra que um elemento psíquico (uma ideia, por exemplo) não é, via de regra, consciente por um período de tempo prolongado. Pelo contrário, um estado de consciência é, caracteristicamente, muito transitório; uma ideia que é consciente agora não o é mais um momento depois, embora assim possa tornar-se novamente, em certas condições que são facilmente ocasionadas. No intervalo, a ideia foi... Não sabemos o quê. Podemos dizer que esteve latente, e, por isso, queremos dizer que era capaz de tomar-se consciente a qualquer momento. Ora, se dissermos que era inconsciente, estaremos também dando uma descrição correta dela. Aqui Inconsciente’ coincide com ‘latente e capaz de tornar-se consciente’. (...) O estado em que as ideias existiam antes de se tornarem conscientes é chamado por nós de repressão, e asseveramos que a força que instituiu a repressão e a mantém é percebida como resistência durante o trabalho de análise. Obtemos, assim, o nosso conceito de inconsciente a partir da teoria da repressão. O reprimido é, para nós, o protótipo do inconsciente. Percebemos, contudo, que temos dois tipos de inconsciente: um que é latente, mas capaz de tomar-se consciente, e outro que é reprimido e não é, em si próprio e sem mais trabalho, capaz de tornar-se consciente (...). Fazendo uma generalização rápida, poderíamos conjecturar que a essência de uma regressão da libido (da fase genital para a anal-sádica, por exemplo) reside numa desfusão de instintos, tal como, inversamente, o avanço de uma fase anterior para a genital definitiva estaria condicionado a um acréscimo de componentes eróticos. Surge também a questão de saber se a ambivalência comum, que com tanta frequência é inusitadamente forte na disposição constitucional à neurose, não deveria ser encarada como produto de uma desfusão; a ambivalência, contudo, é um fenômeno tão fundamental que ela mais provavelmente representa uma fusão instintual que não se completou. (...) Ora, o caso em que alguém primeiramente ama e depois odeia a mesma pessoa (ou o inverso), porque essa pessoa lhe deu motivo para fazê-lo, obviamente nada tem a ver com o nosso problema. Tampouco o tem o outro caso, em que sentimentos de amor que ainda não se tornaram manifestos, expressam-se, inicialmente, por hostilidade e tendências agressivas; e pode ser que aqui o componente destrutivo da catexia do objeto se tenha apressado em ir à frente e somente mais tarde se lhe juntou o erótico. Mas sabemos de diversos casos na psicologia das neuroses em que é mais plausível supor que uma transformação se efetua. Na paranoia persecutória, o paciente desvia um vínculo homossexual excessivamente forte que o liga a uma pessoa em especial; em resultado, esta pessoa a quem muito amava, se torna um perseguidor, contra quem o paciente dirige uma agressividade frequentemente perigosa. Aqui, temos o direito de interpolar uma fase prévia, que transformou o amor em ódio.”.
Considerando o fragmento do texto, é possível levantar hipóteses acerca da neurose e da psicose para Freud.
Tendo isso em vista, assinale a opção correta.
Freud (1970), em seu texto intitulado “Sobre o início do tratamento”, salientou a importância da formação do vínculo ou da aliança terapêutica, a qual envolve um padrão de relacionamento do paciente, propiciado pelo curso de seu desenvolvimento, e que geralmente se repete com o terapeuta e uma relação de transferência. Em outros termos, Freud mencionou que “permanece sendo objetivo ligar o paciente a ele (o tratamento) e à pessoa do médico. Para assegurar isso, nada precisa ser feito, exceto conceder-lhe tempo. Se se demonstra um interesse sério nele, se cuidadosamente se dissipam as resistências que vêm à tona no início e se evitam cometer certos equívocos, o paciente por si só fará essa ligação e o vinculará o médico a uma das imagens das pessoas por quem costumava ser tratado com afeição”. Considerando o fragmento de texto exposto no enunciado, leia as proposições acerca do vínculo terapêutico, informe se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) O tempo disponibilizado para que o paciente relate suas questões o mais livremente possível e em ambiente de privacidade, consiste em uma atitude básica do terapeuta que facilita o estabelecimento de vínculo.
( ) O apoio ao paciente na manutenção de defesas, por vezes úteis, é insuficiente para o estabelecimento de estratégias a serem adotadas para remoção das mesmas, posto que destitui o terapeuta de sua função.
( ) A capacidade de compreensão e entendimento do motivo pelo qual o paciente se mobiliza a buscar tratamento, baseada em empatia, cordialidade e sensibilidade para responder às dúvidas que surgirem.
( ) A atenção parcial ao paciente limitada ao contexto terapêutico, o qual é provido de curiosidade, interesse e
carga emocional; bem como sujeito a julgamentos por implicar uma tarefa conjunta com o paciente.